sexta-feira, abril 23, 2004

Is Amarilis your friend?

Mãe Barbra disse e eu que sou crente aceito sem questionar:
o orkut vai dominar o mundo!

Quem ainda não está, que dê um jeito de entrar.
E pode ir lá dizer que eu sou fofa.
Ah, e também coloquem coraçãozinho de sexy _minha auto estima agradece.

segunda-feira, abril 12, 2004

Se minha vida fosse um curta

Take 1.
Resolvemos ir ao Cine Bristol, sessão das 21h30.
Fui me arrumar e pouco tempo depois o namorado reclama que eu demoro demais, já são 21h25 e não dá mais tempo de irmos.
Sugiro outro filme, sessão das 21h40.
Corremos para o outro cinema, furamos a fila, compramos o ingresso, corremos até a sala de exibição onde o moço disse que a gente não podia entrar.
- Como assim a gente não pode entrar?
- A sala ainda não está aberta.
- Como não? Já são NOVE e trinta e cinco! Faltam cinco minutos para o filme!
- Não, moça, são OITO e trinta e cinco. Falta mais de uma hora.

E o namorado com aquele sorrisão amarelo:
- Não sei olhar direito as horas em relógio de ponteiro.

terça-feira, abril 06, 2004

Se minha vida fosse um longa...

Take 1.
Semaninha no Rio, Enrico convida para um cinema no famoso Cine Odeon, único sobrevivente dos templos da sétima arte na Cinelândia.

A proposta é legal: uma seleção de curtas cabeça, seguida de festinha no próprio cinema, regada a copinhos de aguardente com turminha alternativa.
- Tá ótimo. Te encontro às oito, no café _digo. E às oito, lá estamos nós.

Primeiro curta, uma coisa assim P&B, imagens confusas, um homem falando o tempo todo sobre suas dúvidas existenciais. Eu estava achando a reconstituição de época perfeita:
- Olha, Enrico, todos atores têm bigode! O figurino está perfeito! Olha, até os carros eles conseguiram pegar da década de 70.

Até descobrir que o filme era, realmente, da década de 70.

Take 2.
Lá está o homem vivendo todo o seu dilema existencial, dizendo eu não tenho medo, eu sou o que sou, mas quem sou eu, o que é a vida, o que é a morte, quando, no meio do caminho, aparece um porco.

Claro que, como toda pessoa mentalmente equilibrada, ele se agarra ao porco e começa a rolar com o bicho na lama, desferindo chutes e socos e toda sorte de golpes.
- Óooooiinc, óooiiiiinc... berra o animal.

E o moço da crise existencial começa a furar o porco com uma faca. E atenção Sociedade Protetora dos Animais: mata mesmo. Para valer. Dá para ver, sem qualquer tipo de montagem, que o bicho estrebucha até morrer.
E o filme acaba.

Take 3.

No próximo curta, mais um belo exemplo de poesia e sutileza. Um rapaz com cara de "acabei de matar minha família" entra num local escuro com uma galinha dentro de um saco. Então ele enfia a galinha num funil, arranca a cabeça da coitada, deixa o sangue cair num pote, pega uma seringa e injeta o sangue no braço.
Aí começa a rir desesperadamente.
Fim.

Nesse, pelo menos, tomaram o cuidado de dizer que a galinha havia sido criada para o abate e que, para não haver desperdício, após as filmagens todos haviam comido a "penosa". Menos, segundo informações do próprio filme, o cenografista, que era vegetariano.

Take 4

Pausa para indagação: "Cara, pela hóstia consagrada, que diabo de filmes são esses?", "Não sei, também não estou entendendo nada!", "Tomara que o próximo seja mais normalzinho, né?", "Tem que ser. Será que ninguém vê que isso é muuuito ruim?", "Pssshhhh".

Take 5.

Enfim um roteiro light: a mulher está traindo o marido, o homem chega em casa, vê a cena, pega um facão, mata o Ricardão, os dois picotam o coitado e fazem lindos bifes.
Ah, e a delicada cena da piroca na bandejinha?
Um mimo.

Take 6.

Rapaz namora a moça.
A moça é virgem e inocente.
Rapaz mata a moça com a ajuda da mãe.

Diálogos possíveis:
- Otávio Augusto de Almeida Castro, você é tão lindo, tão meigo, tão formidável...
- Quando você sorri, Angélica Cândida, é como se um arco-íris te rodeasse. Seus lábios são feitos de mel, seus cabelos têm o perfume dos prados verdejantes.
- Sua vagabunda ordinária prostituída, você está seduzindo o meu filhinho Otávio Augusto de Almeida Prado?
- Não, madame, não! Por favor, não me mate cravando esse machado enferrujado no meio da minha testa! Amor, me ajude.
- Eu sou da mamãe! Eu sou da mamãe!

Gente, era tão trash, tão trash, mas tão trash que eu simplesmente tive uma crise de riso no cinema, e todo mundo começou a gargalhar descontroladamente, e a assoviar, e a bater palmas, e foi aquela putaria.

Sobem os créditos.
Diretor: Zé do Caixão.

Explicado: a noite era de curtas trash, não de filme cabeça.
Que o diga a galinha.