terça-feira, abril 30, 2002

Eu realmente estou de TPM.
Ontem chorei assistindo O Clone, quando a Mel foi internada. Depois chorei porque o Gustavo estava chorando porque a Syang saiu da Casa dos Artistas. Ele querendo ir embora com ela, a Syang dizendo: "Cara, fica, você é um guerreiro" e eu chorando...
Chorando e comendo uma barra de Amaro.

Não, eu não me orgulho disso.

Mas assumo, em nome de todas as mulheres que têm TPM. Em nome de todas mulheres que sabem que estarão desempregadas na próxima semana e sem um puto no bolso, que queimaram a mão tirando uma pizza do forno, que descobrem que aquela calça não cabe mais, que são obrigadas a ouvir forró em ônibus lotados e a ficar meia hora houvindo "Pour Elise" no telefone porque a secretária do fulano não foi com a tua voz e quis te fazer de besta, até a ligação cair. E que estão de TPM.

E como se não bastasse tudo isso, que ainda têm o carma astral de topar com homens complicados.
Veja o caso de uma amiga minha. Ele liga para ela, chamando para ir a um show. Calma, vou repetir a informação para que fique beeem claro: ELE liga para ela, CHAMANDO para ir a um show.
Ela diz que não pode ir e, em vez de passar por mulher superior tipo "não dá, querido, vou sair com uns amigos", revela a triste verdade "ai, eu estava morrendo de vontade de ir com você, mas não tenho um centavo". Pobre é o fim. Não bastasse ser pobre ainda tem que sair espalhando a liseira. Que nem eu. "Que blusa bonitinha", "Mulher, foi de liquidação, lá na C&A, cinco reais..."

Mas voltando ao assunto.
A minha amiga não vai sair com ele mas fica morta de feliz porque, enfim, ELE ligou convidando e ficou insistindo para que ela fosse. INSISTINDO. Repito porque é necessário que certas coisas fiquem bem claras. E nós, as amigas, enquanto não encontramos o verdadeiro significado da vida e da morte e outras coisas importantes, ficamos ensaiando nosso lado filósofo assim: "Ele ligou! O que isso significa? O que isso significa? O que isso significa?"

Não, eu também não me orgulho disso. Mas a gente faz.

Mas enfim, aí no domingo ele liga novamente. Segue o diálogo:
"Oi, e aí, como foi o show?"
"Foi muito legal. Fui com a minha namorada, uma morena, bonita, simpática... Não, acho que você não sabe quem ela é, não. Mas o show foi jóia e blá-blá-blá..."
Blá-blá-blza, blzá, Lba, lxbla, blaa, abl, aaa, abaa... wla, wva, yzbla...

Claro, ela não entendia mais nada.
Quando? Onde? Quem? Alguém anotou a placa do caminhão? Namorada? Que namorada?
Não faz sentido. Se ela tivesse aceito o convite sábado, o que teria acontecido? Lá vai ele, a nova namorada e a minha amiga de vela? Pedindo a Deus para ser fulminada por um raio?

E a bichinha, toda triste, dizendo pra mim, com os farrapos de seu bom humor, que quer entrar na minha banda para cantar o Funk da desprezada.
Mas eu estou de TPM e fico achando isso tudo um absurdo. Quem ele pensa que é para ficar fazendo esse tipo de coisa? Só porque ele é bonito, legal, inteligente e tem os olhos verdes? Grande coisa!

A gente tem sentimentos, cara... A gente merece ser tratada como uma pessoa humana... A gente não é cachorro não... Garçon, aqui nesta mesa de bar... Hoje está fazendo um ano que você me disse adeus... Seu guarda eu não sou vagabundo, eu não sou delinqüente... Estás feliz agora, depois que tudo acabou?...

Hoje a gente vai sair pra beber. Sinto que vou chorar novamente, por causa da minha amiga, por causa da crise da Argentina, porque a Mel foi internada e porque a Syang saiu da casa dos artistas e o pobre do Gustavo está sofrendo muito...

Mas eu não me orgulho disso. E queria deixar registrado aqui o meu apelo: Pelamordedeus, alguém inventa um remédio pra TPM urgentemente!!!

segunda-feira, abril 29, 2002

Mais parabéns
Hoje é o aniversário da mamãe e da minha amiga Edcarla!! Meus parabéns!!!
E agora que eu parei para pensar: quanta gente nascida nesta época, heim?
Deixa ver, abril - noves fora... julho.
Ah, férias. Tá explicado.
Beijos, taurinos!!









Gente, uma curiosidade: alguém realmente consegue ver um touro naquelas estrelas?
Que tipo de alucinógeno estes nossos antepassados tomavam, heim?
Devia ser massa...

domingo, abril 28, 2002

Funk da Desprezada

Fim de noite. De um sábado bom, eu diria.
Começou no sambão, lá na Crocobeach. Gente legal, cerveja e uma banda maravilhosa, a Madame Não Dança. Eu me sentindo a própria Valéria Valensa no meio do salão.
Continuou na festa Glam, lá no Ritz. Gente legal, cerveja e outra banda maravilhosa, a 69% Love.
Eu me sentindo a bala que matou John Kennedy, tomara que caia preto, olhos pintados, bem glam: Glamour, glamour. Dancei que só, ri demais e conversei com algumas pessoas.
Beijar que é bom, nada. Mas a noite não havia sido de todo improdutiva, na minha opinião.

Fim de noite, a gente no carro, comentando os fatos e fazendo especulações, um dos meus amigos vira e profere a seguinte sentença:
- Amarílis, desilude. Você foi desprezada a noite inteira.

Certo, não vamos entrar aqui no mérito da questão, que é:
Isso é coisa que um amigo diga?
Meu povo, é básico: amigo que é amigo diz assim "você estava poderosíssima, abalou Paris em chamas, esse mané é que é que tá marcando bobeira". Claro que tudo tem limites. Por exemplo, se o teu amigo disser: "você estava de botar a Gisele Bundchen no chinelo", você vai achar que ele está tirando uma com a tua cara e se sentir pior ainda.
Mas dizer "olha, não é por nada, não, mas você é muito mais bonita que aquela umazinha" é o mínimo que um amigo de bom coração pode fazer.
Mas enfim, ele é meu amigo, amigão de coração, e mesmo assim disse:
- Amarílis, desilude. Você foi desprezada a noite inteira.

A frase ainda ecoa em meus ouvidos. Na hora me senti até meio assim, mas juro como agora não posso lembrar disso sem me acabar de rir. Não dizem que a dor alimenta o processo criativo dos artistas? Pois eu e a Marina aproveitamos a miséria alheia (isto é, a minha miséria) para fazer um funk:

FUNK DA DESPREZADA
"Você foi desprezada
Vo-vo-você foi desprezada
Você foi desprezada...
A noite inteiraaaa

Você ficou envergonhada
Não foi lá e agarrou
A história deu em nada
E ele ainda te desprezou

Você foi desprezada
Vo-vo-você foi desprezada
Você foi desprezada...
A noite inteiraaaa

Inteira
Inteira
Inteira - inteira - inteira"


Meu povo, já me sinto nas dez mais da Pan, cantando o Funk da Desprezada. Maior sucesso, super por cima, mulher superior!!!!
Se Kelly Key pode e mandou o outro babar, porque não eu?
Coi-coi-coi-coitado...




Net
Estou exultante com a notícia: a Débora assinou a Net!!!
Eu disse que nas minhas atuais condições liso-financeiras não tinha condição de assumir este gasto, mas acho que eles estavam com uma promoção tão boa que ela não resistiu e decidiu bancar a conta sozinha nesse primeiro momento.
Valeu, Débi.
Só estou com medo de viciar. Quando eu morava com o Ricardo e a gente tinha TV a cabo, era capaz de passar o fim de semana todinho assistindo Sony. Sabia tudo de todos os seriados. E claro que agora que eu tb tenho TV a cabo, vou ser boçal. Só vou falar sobre seriados e clips e sobre os filmes do People and Arts. Chega de falar sobre O Clone e Casa dos Artistas quando a pauta é TV.
Agora meus assuntos serão muito mais variados, pois verei coisas que nunca estariam na pauta da Globo ou SBT. Exemplo: eu estava assistindo a Net aqui na casa da Marina quando vi a transmissão do super jogo Noroeste versus Jaboticabal Atlético.
Para quem não sabe: Jaboticabal é o a cidade lá no interiorrrr de São Paulo em que nasci. O que faz de mim uma... jaboticabalense.
Isso mesmo.
Mas pense na emoção: minha cidade natal na TV a cabo!!!
Só que perdendo.
Noroeste - 2
Jaboticabal Atlético - zero.

sexta-feira, abril 26, 2002

Parabéns!!!
Hoje é o aniversário do Amauri e do Ricardo. Parabéns, muchachos!!!
E parabéns também para Inesinha e Adriano Henrique, que também ficaram um ano mais velhos esta semana!!
Beijos a todos. Amo vocês!



Eu já estava chegando no meu ponto de ônibus, a uns dez quarteirões do meu trabalho, quando o celular toca. É meu editor.
- Oi, Amarílis, tudo bem?
- Tudo. Diga lá.
- É que você levou a minha chave e nós estamos trancados aqui no escritório...

Puta que pariu...
E lá vou eu subindo a Desembargador Moreira de novo, em slow motion, exausta e pensando: e se meu celular estivesse desligado? O Alan tá no cinema, a Cacau na aula e vamos supor que a Dani não pudesse atender por algum motivo. Imagina a gente chegando amanhã de manhã e dando de cara com os dois chefes aqui? Trancados a noite inteira?
Cara, esta chave tem o seu valor.
Será que eu devo ligar de volta e falar:
- Ei, pessoal, acho que este é um momento bacana para falar do meu salário, que tal?
:)

Nem adianta... O trabalho aqui no Anuário está acabando e bem dizer semana que vem lá estarei eu, engrossando as estatísticas de desemprego no País.
De-sem-pre-ga-da.

Ou como diria uma amiga minha: disponível para o mercado.

Isto significa que se porventura vocês estiverem dirigindo próxima semana e eu me aproximar com meu baldinho e flanela para limpar o para-brisa, não sejam muquiranas! Eu podia estar roubando, eu podia estar matando... E estou aqui, ganhando meu dinheirinho de um jeito honesto.

Mas sério, vou pensar aqui em algumas alternativas extra jornalismo. Amo trabalhar com comunicação, mas tendo em vista as dificuldades do mercado, não custa nada comprar a próxima edição de Ana Maria e aprender a fazer lindos imãs de geladeira com os quais posso vir a ganhar até R$ 500,00 por mês!
Ou vender sanduíche natural na praia até ficar milionária. Se a Regina Duarte conseguiu em Vale Tudo, por que não eu?
Ou vender produtos Avon. Se bem que minha irmã começou a vender Avon há uns dois meses e tudo o que ganhou vendendo produtos Avon ela gastou comprando produtos Avon. E ainda ficou devendo.

Nossa, eu que tanto elogio o empreendedorismo brasileiro aqui, sem nenhuma idéia original de auto-sustentabilidade. Aceito sugestões.

Enquanto isso, daremos prosseguimento neste blog à promoção das meninas do 02 Neurônio "conte seu maior mico com um pretê" (pretê, na linguagem da mulher superior, corresponde ao tradicional paquera ou, como diria minha mãe, flerte). Seguindo o rastro de sucesso de minhas amigas Márcia e Mônica, aqui vou eu, espalhando meus piores momentos na Internet. E o pior: de graça.

Penetra
Começou assim: eu fui numa festa de penetra.
Bem, não foi exatamente assim. Deixa eu explicar: tinha uma menina fazendo 15 anos. Essa menina tinha um primo, o Luciano. Este menino tinha uma namorada, a Michelle. Esta menina tinha uma amiga, eu. E eu tinha um pretê, o Lucas. E supondo que, ao convidar o Luciano, a aniversariante convidava a todos nós por osmose, lá vamos os quatro para a festa de debutante da menina.

Estamos lá, dançando, comendo e bebendo na cobertura da casa da aniversariante. Uma mansão. Tudo do bom e do melhor. Uma maravilha. E o Luciano, primo da aniversariante e namorado da minha amiga, era o DJ da festa. Fui lá falar com ele:
- Oi, Lu, toca lá aquela música e blá-blá-blá...
- Ah, legal, vou ver se tem e blá-blá-blá...
- Ah, pois eu vou voltar lá pro pessoal e blá-blá-blá...
Só que quando eu vou saindo, com meu copinho de Cuba Libre na mão, aquela confusão de fios e conexões e plugs no chão eu Pá! me estatelei no chão... Pior, levando as caixas de som comigo.
O silêncio.
Todo mundo da festa olhando para mim.
O silêncio.
O silêncio.
O silêncio. Só quebrado quando o Luciano grita:
- Puta que pariu, Amarílis!!!
E o murmúrio das massas:
- Quem foi? Quem foi?
- Não conheço. Acho que é penetra.

E quando eu ergo os olhos em busca de uma face amiga que compreenda a minha dor e angústia neste momento, o que vejo?
O meu pretê descendo as escadas bem escondidinho. Ainda chamei, a mão estendida:
- Lucas...

E ele correu, fingindo que não me conhecia!!!

Agora uma mensagem de consolo àquelas que, como eu, já pagaram os piores micos com um pretê, ou seja, 100% da população feminina mundial: cair no chão, se engasgar com o sanduíche, falar bobagem ou soltar um pum na frente do pretê não é algo que inviabilize as possibilidades de romance (embora todos estes fatores feitos ao mesmo tempo diminuam bastante as suas chances). Tanto que eu e o Lucas ainda namoramos mais de ano depois deste trágico incidente.

Muito embora ele nunca tenha assumido sua retirada covarde naquela noite:
- Eu só estava indo ao banheiro. – disse ele, depois.
Tudo bem, eu perdôo. Eu teria feito o mesmo.

quinta-feira, abril 25, 2002

Eu sou She-ra!!!!





Meu povo, mal posso crer!
Enfim consegui colocar um espaço para comentários no Moshi Moshi!!!
Mais um obstáculo vencido rumo a um blog decente!
É uma bobagem, mas pense numa mulher eufórica com suas habilidades tecnológicas! Agora só falta aprender a programar o vídeo-cassete.
E aí? Quem vai estrear?




quarta-feira, abril 24, 2002

Momento Leda Maria
As charmosas Marina, Clarissa, Marília e Ingrid, vistas sábado, no Ritz Café.
Legítimas representantes da nata da sociedade cearense, as belas curtem a animada vida noturna da cidade enquanto aguardam ter dinheiro suficiente para badalar em Sampa, NY e Londres. Um dia a gente chega lá!





Para espantar o mau-humor: vamos lembrar os clássicos de nossa infância.
Cavalo de fogo, Turma da Pesada e Thunder Cats (é verdade que o Panthro era uma referência ao universo sado-masô?), Domingo no Parque, Smurfs, Chapolim Colorado e Chaves.
(Não vou nem mentir que eu preferia ser a Chiquinha...)

terça-feira, abril 23, 2002

Baixou Baudelaire na mesa da preta véia.

Quando fores dormir, ó bela tenebrosa,
Em teu negro e mamóreo mausoléu, e não
Tiveres por alcova e refúgio senão
Uma cova deserta e uma tumba chuvosa;

Quando a pedra, a oprimir tua carne medrosa
E teus flancos sensuais de lânguida exaustão,
Impedir de querer e arfar teu coração,
E teus pés de correr por trilha aventurosa,

O túmulo, no qual em sonho me abandono
- Porque o túmulo sempre há de entender o poeta -,
Nessas noites sem fim em que nos foge o sono,

Dir-te-á: "De que valeu, cortesã indiscreta,
Ao pé dos mortos ignorar o seu lamento?"
- E o verme te roerá como um remorso lento

Remorso póstumo - Charles Baudelaire

Mórbido, não? Minha opinião: se é para viver um momento de melancolia, vamos viver direito. Vamos ler Baudelaire e Fernando Pessoa ("Este peso em mim - meu coração"), ouvir How soon is now e Suedehead até cansar e pedir uma dose de cicuta no bar da esquina. Vamos debruçar no parapeito e pensar como seria pular pela janela. Para depois desistir, porque eu moro no primeiro andar e só ia quebrar uma perna e passar por ridícula.
Vamos pensar no sentido na humanidade e coisas assim. Vamos assistir novamente "Asas do Desejo" e chorar porque nunca poderemos fazer algo tão bonito. E comer chocolate, porque chocolate é bom.
Vamos vestir uma roupa preta (que é triste, elegante e emagrece) e usar óculos escuros.
Vamos escrever na agenda como o mundo é feio e injusto e descobrir, no calendário, a razão de todo este sofrimento:

TPM
Que saco, e eu que achei que estava virando artista.
Não sei se por conta do meu dente do juízo (???) que resolveu nascer ou se porque eu estou de TPM, o fato é que hoje eu estou meio assim... como dizer...
Misantrópica.

segunda-feira, abril 22, 2002

Estou de volta...

neguinha neguinha...
Fico me perguntando porque não vou à praia mais vezes. Quando vim morar aqui dizia para mim mesma: todo fim de semana vou pra praia. Mas é que nem quem tem casa com piscina. A Marina me disse que nem lembra a última vez que tomou banho de piscina na casa dela. Mas eu ainda digo que se fosse na minha casa eu ia dia sim dia não tomar banho de piscina, com um suquinho do lado e aquele sorriso boçal de quem acha a vida difícil, difícil...
Aí ontem lá estávamos eu, a Érika, a Marina, a Clarissa e o Cid, com esse sorriso boçal. Uma
aguinha de côco, caranguejo...
E também bolinha de queijo, castanha de caju, porção de camarão, cocada, biscoito, sanduíche natural...
Meu Deus, a gente vai na praia só pra comer besteira. Tá ali o camarão no balaio, você sabe lá desde quando, 40 graus à sombra, você olha pra ele:
- Venha.

Só é dose que minha irmã faz veterinária e anda empolgada com as cadeiras de parasitologia. Leia-se: vermes, protozoários e afins. Então não pense que vai colocar alguma coisa na boca diante dela impunemente. Você sabe quantos microorganismos pode esconder uma simples folha de alface? Você sabe o que acontece com um peixe que fica por mais de três horas fora do freezer?
Peço ajuda aos universitários.

Ah, mas eu nem contei do sábado.
Foi muito legal. Meu apt virou o clube da Luluzinha: Denise, Mel, Rosane e Fabi desembarcaram lá em casa com pizza e salgadinhos, em troca da garrafa de vodka que eu e a Débora tínhamos na geladeira. E tome a falar coisas inteligentes e interessantes sobre o futuro da humanidade.
Vou contar só um dos "causo".

Ligeiramente grávida
Uma das meninas (não vou dizer quem pois estas festas possuem um certo código de ética) estava na fila do supermercado. E a fila demora, demora, demora, ela já impaciente quando percebe que na fila especial só tinha dois velhinhos...
Bem esperta, lá vai ela, com seu carrinho, para a fila especial.
Mas quando ela, feliz e satisfeita, pensa que vai pagar suas comprinhas e ir embora, a caixa olha na cara dela e fala assim:
- Eu não vou te atender.
- Não?!!! E por quê?
- Porque aqui é fila especial.
- E por acaso ali não está escrito que é para gestantes também?
- A senhora não está gestante.

É verdade. A minha amiga não estava gestante. Mas tem uma cara de pau louvável:
- Como assim? Você está duvidando da minha gravidez? Eu não acredito! Isso é um absurdo!
- Eu não vou atender a senhora.
E começou a confusão. Aí a atendente saiu e veio um rapazinho que, mais cordato, passou as compras da minha amiga.
O que ela fez? Pagou as contas e foi embora? Nunca.
- Onde fica a gerência? Eu quero falar com a gerente de vocês.

E lá vai ela. A esta altura, já tão concentrada no papel de grávida que até as dores nos quartos já estava sentindo. E com as compras num carrinho, que ela não podia carregar peso pra não fazer mal ao bebê. Chegou na gerente, contou o ocorrido, indignada:
- O que vocês querem, que eu ande com o atestado de gravidez na bolsa?
A gerente, coitada, morrendo de pedir desculpas, prometendo tomar providências, comovida com o drama daquela gestante. E ela revoltada com aquele tratamento horrível a que fora submetida, um desrespeito, um acinte, um displante! E o golpe final:

- Não bastasse a gente ser abandonada pelo marido, ainda tem que passar por uma humilhação dessas!

E as lágrimas nos olhos?!
Merece o Oscar. Arrasou.

domingo, abril 21, 2002

Que fim de semana! E ainda nem acabou.
:)
Sexta à noite eu já estava cochilando na rede, pensando na morte da bezerra, quando a Débora chegou, com uma garrafinha de cerveja comprada no Pão de Açúcar. "Deu vontade", ela disse, "eu ia até ligar te chamando para ir para um barzinho".
"Ah, eu topava."
"Então vamos?"
"Vamos"
Já era mais de meia noite e as duas no mundo, atrás de um botequinho honesto, cerveja gelada e gente interessante.
Fomos bater no Arlindo.
Honestidade e gente interessante até tinha, mas e a cerveja? Acabou quando a gente chegou, a gente encostou no balcão e lá vai a última cervejinha na bandeja.
Fomos para a Esquina da Silva, onde encontramos a Caboca, a Candinha, o Mário, Márcia, Felipe e Thales. E tome a falar besteira, histórias de alma, rir de tudo. Três da manhã eu e a Débora voltamos, cantando Macy Gray no último volume, rindo da noite, dos buracos na rua, nos boêmios perdidos na cidade...
Olha, nada tem comparação com estas noites não progradas, em que você sai sem nenhuma pretensão ou expectativa.
São as melhores.

Aí ontem fui com a Érika e a Marina bater perna no centro, ver sebo de CD, lojas de roupas, barracas de quinquilharias. Mas por falar na Marina, ela está passando aqui em casa daqui a pouco para a gente ir à praia. Vou ter que atualizar depois.
O mar está me esperando!

quinta-feira, abril 18, 2002

Teresyna City

Teresina é tão metrópole que já tem até lenda urbana. Olha só...
Minha irmã contou que surgiu a seguinte história lá na portentosa capital piauiense: um casal foi ao motel. Ela casada. Ele também. Aí depois do bem bom o cara foi para a banheira. Estava lá, relaxando, aquele sorriso bobo nos lábios, quando ouviu um grito. Ao chegar no quarto, viu, horrorizado, que a mulher estava morta.
O cara foi preso. Pensaram que era homicídio. A necrópsia apontou que a mulher havia sido envenenada. Mais: que era veneno de cobra. Quando foram ver, tinha um ninho de cobra coral sob a cama do motel.
A cidade ficou em polvorosa com o ocorrido. Quem era a mulher? Dizem que era esposa de um figurão da cidade e que, por conta disso, a imprensa abafou o caso. Qual o motel? Surgiu o boato de que havia sido no Studio 3, de modo que o dono do estabelecimento chegou a aparecer na televisão ameaçando processar os engraçadinhos responsáveis pelo boato. E o amante? E o amante? Ninguém sabe. Ninguém viu.
Mas o fato é que ninguém apareceu para desmentir a história.
Sexo, traição e morte. Todos os ingredientes necessários para uma intrigante história. Seria ela verdadeira? Seria apenas mais uma lenda urbana?

Não interessa. O melhor foi que os criativos publicitários lançaram o seguinte out-door nas ruas de Teresina:
- Venha para o Motel X, mas traga sua própria cobra.

Piauí: eu levo comigo esta força.

quarta-feira, abril 17, 2002

7h30 da manhã. O celular toca. É seu chefe... avisando que você não precisa ir trabalhar hoje pela manhã!
O que é isso?
Um sonho? Um trote? Um delírio?

Sério, isso aconteceu comigo hoje.
Ia ter uma reunião aqui no Anuário pela manhã e a sala seria pequena demais para abrigar todos. Ou seja, ou nós, ou os convidados. Teve uma vez que isso aconteceu e foi muito engraçado. O povo foi chegando, chegando, até que as cadeiras acabaram. E eu e o Alan em pé, imaginando a hora em que ia começar a tocar uma música da Xuxa e todos aqueles homens de paletó e gravata iam se levantar para girar em volta das cadeiras.
Mas hoje, como boa anfitriã que sou, fiz o imenso sacrifício de passar a manhã em casa eguando.
:)

Melhor ainda foi que a minha irmã, a Érika, chegou hoje de Teresina e, com esta folga inesperada, tivemos tempo para botar o papo em dia. Fomos almoçar no Iguatemi e gastamos nosso rico dinheirinho na Pirineus, que está com 50% de desconto. Comprei um monte de bugigangas fofinhas. Um dia tão bom...

Mas eu só me supreendo com o azar da Cacau. Quando eu liguei para avisá-la que não precisávamos trabalhar hoje de manhã, a bichinha respondeu que já havia marcado uma entrevista fora do Anuário e teria que ir trabalhar de qualquer jeito.
Pense numa mazelice!!

segunda-feira, abril 15, 2002

E aí todos, como foram de fim de semana?
O meu foi abençoado, literalmente!

Sábado, quando eu estava me arrumando para uma festa, olhei pela janela e vi que uma missa estava sendo celebrada na quadra de esportes. Com altar, tecladinho, hóstia e tudo!!!
Aí acabou a missa, começou um forró. Eu posso com esses meus vizinhos mesmo...
Onze horas o Mauro chegou e lá vou eu, com meu tomara que caia brilhante, rímel azul e faixa pink. (Calma, falando assim parece que eu estava uma drag queen, mas era um visual bonitinho).
Aí lá vou eu:
- Licença, boa-noite. Licença, boa-noite. Licença, boa-noite. Licença, padre, boa-noite...
- Vá com Deus, minha filha. - e ainda fez o sinal da cruz.

Só no meu prédio mesmo...

A festa era lá no Ritz. Os meninos fizeram o som e aproveitaram para lançar o "Será que ela vem?", com os maiores sucessos tocados pelos Amigos de Lídia Brondi. Cinco reau.
Eu estava super empolgada, combinei de encontrar vários amigos lá e dançar a noite inteira.
Mas eu fui? Fui?
Não. Por um motivo bobo, mas que possui toda uma teoria por trás:

A TEORIA DO WAR





Todo mundo aqui já deve ter jogado War, certo? Mas para quem não jogou, vamos recapitular. Para iniciar o jogo, cada um escolhe a cor do seu exército: vermelho, azul, amarelo ou verde. O próximo passo é a divisão de territórios. As cartas com os nomes de cada País são misturadas e distribuídas aos jogadores. Pronto, podemos parar aqui para entender minha metáfora.
Quando um relacionamento acaba, as pessoas envolvidas utilizam a mesma lógica do War, ou seja, cada uma recebe o seu território.
Exemplo:
Eu fico com o Boteco.
Você fica com o The Wall.
Eu fico com o Mucuripe.
Você fica com o Docas.

Ou seja: eu não vou na sua praia. Você não vai na minha.
Não é nada explícito, claro, pois seria muito ridículo você sentar com o seu ex-namorado para dizer onde cada um pode ou não pode ir. Até porque a cidade é pública.
Um ex de uma amiga minha foi pedir na cara dura que ela deixasse de ir para determinado local. Pura audácia. Ele por acaso comprou o local? Ele por acaso está pagando o ingresso dela? Que coisa...

Devo dizer também que a Teoria do War não serve para detalhar demais. Por exemplo:
- O Cine Art Iguatemi I é meu.
- O Cine Art Iguatemi II é teu.
Aí é frescurite demais!

Essas ressalvas, no entanto, não invalidam a Teoria em seu aspecto mais geral, que é ter sensibilidade suficiente para evitar locais em que encontros desagradáveis possam acontecer.

Isto posto, volto à minha noite de sábado. Quem vai passando por mim e entrando direto no Ritz, local em que eu e meus amigos estamos todas as sextas, sábados e alguns domingos também? Meu ex.

Mas o que é isso? Você, Amarílis, uma mulher madura, confiante, que escreve sobre política e economia para uma revista vai deixar de entrar na festa dos SEUS colegas porque seu ex-namorado resolveu ir também?
Exatamente.

Estatisticamente falando, as possibilidades de acontecer qualquer coisa que me deixasse chateada eram de 9 para 1. E mesmo que não acontecesse nada, eu ia ficar dançando constrangida. Sabe quando a gente fica dançando que nem uma vassoura, dura, dura? E com os dois dedinhos pra cima, que nem o pessoal da terceira idade no carnaval? Pois é.

A sorte foi que o Christian também não queria entrar, então a gente ficou conversando um tempo lá fora e depois ele foi me deixar em casa, onde o forró ainda troava nas alturas.

Mas resta uma dúvida: isso significa que passamos para a segunda etapa do War? Em que um exército tenta conquistar a Ásia e a África e as Américas todinhas, deixando para você apenas a Oceania? Leia-se: deixando para você apenas o Kukucaia e o bar do Chico da Cueca?

Ou: isso significa que agora se encontrar não afeta mais ninguém e pode ser encarado numa boa, já que todo mundo aqui é inteligente, elegante e educado?
Da próxima vez, vou pensar nisso. Mas sábado, preferi voltar pra casa.

E atire a primeira pedra quem nunca fez isso!

Pois é, amigos. Já teorizei demais. Coisa de mulher, ficar teorizando tudo. Mas aí domingo eu assisti pela terceira vez o “Alta Fidelidade”, em que é possível ver o belo John Cusack também queimando os neurônios para entender o sexo oposto.
Sim, meninas, eles também pensam nessas coisas, embora não cheguem ao requinte de criar teses como a Teoria do War e a Teoria da Garrafa de Refrigerante (outro dia eu conto esta).

Ah, sim, e antes que eu me esqueça, hoje tive minha primeira aula de tai-chi-chuan.
Aprendi a fazer um movimento chamado “alisando a crina do cavalo selvagem”.
...
...
Não sei como comentar isso. Até depois.

sexta-feira, abril 12, 2002

Sonho
"Sonhei que você sonhava comigo. Ou foi o contrário? Seja como for, pouco importa: não me desperte, por favor, não te desperto."
Trecho do livro "Pequenas Epifanias", do Caio Fernando Abreu, que o Alan acabou de me emprestar.

Juro
O prefeito de Bocaiúva do Sul, região metropolitana de Curitiba, resolveu acatar o pedido dos alienígenas e anunciou a construção de um ovniporto durante a festa de aniversário de 131 anos da cidade.
Saiu no site da Globo.
Cortou o cabelo? Emagreceu? Pôs silicone?

Os bons observadores devem ter notado que, hoje, o blog está um pouquinho diferente. Mudei umas cores aqui, alterei umas fontes ali... Tudo isto porque ontem recebi um e-mail da Clara. Bem, mas deixa eu ir do princípio...
"No início, era o Verbo. Aí Deus disse: faça-se luz!"
Tá, não tão do princípio assim. Ontem.
Eram mais ou menos dez da manhã quando a Clara me telefonou, perguntando se eu não queria escrever um texto pro jornal sobre as minhas dificuldades de blogueira. Ela tinha visto minha saga para colocar uma mísera foto no moshi moshi e viu que eu ainda não tinha conseguido passar da fase sistema de comentários.
Escrevi o texto e ela me enviou um e-mail com várias dicas bacanas. Mas acho que a mensagem mais legal que ela passou no e-mail era para não ter medo de mexer no template.
Eu, pelo menos, morria de medo de mexer em alguma coisa, fazer um estrago e não saber consertar depois. Aí ontem ficamos eu e a Marina até altas horas da madrugada inventando o que fazer neste blog. Muda a fonte dali, aumenta aqui, coloca um link aqui. O mais legal de tudo é que agora estou comunicável.
Bem aqui à esquerda, no Alô?, eu coloquei um e-mail de contato para o blog.
E quem quiser me escrever dizendo como é que eu coloco comentários será muito bem vindo!

Mas deixemos de churumelas.

Escrevi pouco esta semana, mas também, nada muito espetaculoso aconteceu. Deixa eu ver...

Mudei de restaurante. Agora eu e os meninos estamos almoçando em um que dá melancia de graça.
Glamour, meu povo, glamour.

A moça do celular ligou.
- Por que você ainda não pagou a sua conta?
- Porque eu perdi minha fatura. - respondi, e era verdade.
- Você perdeu foi a vergonha na cara, sua irresponsável! - (não, ela não disse isso, mas poderia ter dito. Não seria emocionante?)
Aí ela disse para eu pagar com o código de uma fatura antiga e perguntou, um tanto quanto ríspida, quando é que eu estava disposta a saldar minha dívida.
- Quarta-feira, eu juro que quarta-feira eu vou lá e pago bem direitinho, tá bom?
Mas eu poderia ter dito:
- Você vá tomar no * do seu # que eu estou sem um tostão furado e me recuso a pagar essa roubalheira!
Mas aí eu poderia ter escutado: "Este celular irá se auto-destruir em cinco segundos", e Booom!, ia tudo pelos ares.
...Este mundo tão cheio de possibilidades...

Vi a Débora Soft.

Fui na faculdade encontrar com o Ricardo e fiquei, acredite, com saudade daquela cantina.

Fui no Banco de Dados do Povo pesquisar uns jornais antigos e quase morro com tanta poeira no meu nariz.

E descobri que estou ficando velha.
Quando fui na Comunicação, passei quinze minutos para conseguir atravessar a avenida da Universidade.
Quando fui no jornal, passei dez minutos para atravessar a Aguanambi.
O pior era ver as pessoas ao meu lado atravessando, serelepes, e eu lá. Pisava no asfalto, dava três passos e voltava correndo, quase atropelada por um ônibus, por uma moto e até por uma bicicleta.
Céus, será preciso um escoteiro me ajudar a atravessar a rua?

E ontem fui num show de blues. Isso é programa de coroa? Nossa, estou neurótica.

Em busca da juventude perdida
Aí ontem a Marina veio com a seguinte proposta: a partir da próxima segunda-feira, começa a Semana de Comunicação, lá na faculdade, e ela me chamou para participar das oficinas de Tai-Chi-Chuan e Trash Movies. As aulas de Tai-Chi serão com um tal de Márcio dos Metais. Um nome tudo a ver com a proposta, eu diria. E o Ricardo Jorge vai falar sobre Trash Movies, tipo Zé do Caixão.
Claro que eu aceitei o convite na hora.
E na próxima semana, com a força de Nossa Senhora do Deus Ajuda Quem Cedo Madruga, estaremos lá, às sete horas, fazendo Tai-Chi-Chuan com o Márcio dos Metais.





Estou empolgada, pois morro de saudade destas putarias da faculdade. Mas devo confessar que às vezes me sinto um pouco ridícula. Tipo como a Letícia Spiller sentiria-se dançando com aquele shortinho ridículo no meio das Paquitas new generation.

Mas eu estarei lá. Em busca dos tempos de faculdade. Em busca da juventude perdida. Em busca da "aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais".

Na verdade, em busca de diversão.
O resto é o resto.

quinta-feira, abril 11, 2002

Your Song
Eu simplesmente amo o "Moulin Rouge". Soube que já saiu o novo CD. Tomara que seja maravilhoso como o primeiro que, por sinal, está no meu som neste exato momento.
Celebridades
Ontem, fui no Bom Preço da Bezerra de Menezes. Pela primeira vez, vi a Débora Soft.
Só isso mesmo.
Achei importante dividir com vocês este momento importante da minha vida.

quarta-feira, abril 10, 2002

Festa estranha
Gente esquisita


Bom, como o meu fim de semana foi este tédio sem fim, vou contar o de quem aprontou todas.

Minha amiga Janecleide (o nome é fictício, para preservar a identidade da fonte) saiu sábado com um paquera. Um moço bom, eu diria. Bonito, simpático, inteligente. Características básicas mas, acreditem-me, difíceis de se encontrar hoje em dia.
Aí eles foram, óbvio, para um barzinho no Dragão do Mar e começou aquele lenga lenga de quem está se conquistando: “Você já leu Milan Kundera?”, “Nossa, adoro a Insustentável leveza do ser...” “Eu também, nossa, quanta coisa em comum!”

Porém (sempre há um porém) aproxima-se da mesa um grupo estranho, com pessoas de cabelo azul, laranja, verde... Um arco-íris capilar. O rapaz estranha o visual daquelas figuras, mas estranha mais ainda quando Janecleide abre os braços para a galera:
- Fulaninho, que saudade!!!
- Janecleide, quanto tempo!!!!

Íntimos. Janecleide conhecia o pessoal todo, abraçou o de cabelo laranja, deu dois beijinhos no que tinha as madeixas verdes... E o rapaz estarrecido. Janecleide parecia uma moça tão comportada, de boa família... Mas tudo bem. O grupo se afasta e o casalzinho volta a conversar.
“E Eisenstein, você gosta?”, “Adoro. Inclusive eu tenho uma teoria...”
Mas aí chegam duas amigas da Janecleide. Uma de gravata, a outra com o sanduíche tamanho família na mão. Aí a do sanduíche que, segundo a própria Janecleide, tem como profissão chocar a sociedade, enfiou o pão todo na boca e começou a falar com eles, com a boca cheia. A Janecleide, para descontrair, comentou:
- Nossa, deve estar bom este sanduíche, heim?
Foi o mote para a garota cuspir o sanduíche na mão e oferecer ao casal:
- Cês tão servidos?

O pobre do rapaz. Tão bom, com intenções tão boas... Mas ele insiste em acreditar que, apesar das companhias, Janecleide pode ser uma moça normal. Não conhece ele o ditado: “Dize-me com quem andas e te direi quem tu és”? Mas ele quer dar uma chance a este amor. Ele quer tirar Janecleide dessa vida. Então ele pergunta se ela não quer esticar a noite em outro local, ir dançar, algo assim.
Ela sugere a Mystical.
- O que é Mystical?, pergunta o pobre rapaz.
- Ah, não sei direito, mas eu vi hoje uma matéria no jornal sobre a Mystical que começava mais ou menos assim: o que você acha de ir a uma boite e levar uma chicotada?

Não preciso dizer que o encontro acabou aí.
Depois minhas amigas reclamam que estão solteiras.
Pode?





Mas devo reconhecer que o rapaz foi careta.
Li na sexta, na Folha de São Paulo, sobre um rapaz que havia sido discriminado no trabalho por seu visual clubber. Ele enviou uma carta para a Erika Palomino dizendo que tinha o cabelo azul e que a empresa de ônibus na qual trabalha como cobrador não aceitava seu visual fashion. Ela apoiava a atitude do rapaz e dizia assim: Já pensou entrar num ônibus e o cobrador ter o cabelo azul? Seria tudo.
Concordo.
Muito mais grave, na minha opinião, é ter a unha do dedo mindinho comprida. Quem anda de ônibus deve saber do que eu estou falando. Hoje, peguei um ônibus e o cobrador tinha as unhas da Alcione. Mas isso toda empresa de ônibus permite. Sem querer tirar o direito de cada um se manifestar esteticamente conforme melhor lhe aprouver, tenho o seguinte comentário a fazer: Eca!!! Que nojo!!!

Alguém tem fetiche naquilo, pelamordedeus? Alguém fala: Nossa, gamei na unha do dedo mindinho daquele sujeito?

Gretchen
Mais um post enaltecendo o empreendedorismo do povo brasileiro. Neste sábado, cinco jovens rapazes com tino comercial, também conhecidos como "Amigos da Lídia Brondi", realizarão uma festa no Ritz Café. Na oportunidade, estará a disposição do honrado público um CD com os maiores sucessos já tocados pelos meninos nas festas da cidade, entre os quais o clássico "Conga", de Gretchen. Depois conto mais detalhes desse ambicioso empreendimento.

Bebidas moshi moshi
Um toque de sofisticação no seu blog
Black Russian
by Denise Chaves
Em um copo comprido, coloque dois dedos de licor de café, depois dois dedos de vodca, completa com coca-cola e gelo e bate (pode ser com garfo mesmo, só para dar uma espuminha). É o falso inocente. Você bebe, acha bobinho, toma o copo todo. Depois fica dando escândalo e pagando mico.
Classificação moshi moshi: *****

Leite caramelado
by Tia Rute
Esse é para aliviar a ressaca moral do outro dia. Coloque um pouco de açúcar numa panelinha e leve em fogo brando até virar uma calda. Aí joga o leite em cima. Diliça.
Classificação moshi moshi: *****

segunda-feira, abril 08, 2002

Bom dia, bessoal.

Budo bem? E o fim de semana? O beu foi mais ou menos. Estou gribada. Béssima. Nas últimas.
E na sexta eu taba ótima...

Sexta
...Só um pouco cansada, aí a Denise e a Mel foram lá para casa, pra gente beber Black Russian, comer esfirras do Habibs, conversar e assistir "Os Normais" que, definitavamente, é o melhor programa da TV aberta dos últimos anos. Depois do programa a Débora chegou e a gente voltou a beber, comer e conversar. Não me lembro exatamente tudo o que a gente conversou, mas tenho certeza de que eram coisas espirituosas e inteligentes sobre o futuro da humanidade.

Sábado
No sábado, resolvi arrumar meu guarda-roupa. Toda vez é a mesma coisa. Resolvo guardar as roupas que a D. Geralda deixou lavadas na quarta-feira. Aí quando vou guardá-las, decido dividir tudo por cores. Tiro tudo da gaveta e vou colocando em cima da cama: aqui as azuis, ali as vermelhas. As roxas sempre me deixam confusa. Algumas são lilás azuladas, outras estão mais para púrpura. Devo dividi-las entre as azuis e as vermelhas ou fazer um parte de roxas? Para vocês verem o tipo de preocupação que eu tenho nesta vida.

E quanto às criancinhas da Somália, as mulheres do Afeganistão, os alimentos transgênicos!!!!!

Decidi deixar uma gaveta só para as roxas. Aí o processo vai ficando mais complexo: as azuis de sair, as azuis de ficar em casa, as brancas que estão limpas, as brancas que estão sujas e as brancas que estão sujas mas ainda dá para usar mais uma vez, se o lugar não for assim tão iluminado.
Porém, no fim da tarde a Débora me chamou para ir no apartamento da Daniella e eu joguei aquele monte de roupa dentro do armário de qualquer jeito e fui embora. Perdi a paciência. Outro dia eu arrumo.

O apartamento da Dani e da Isabela é lindo, tem uma vista maravilhosa. O Gil também estava lá e, como o apartamento é próximo da praia de Iracema, resolvemos dar uma passadinha na Odisséia, que o Gil ainda não conhecia, apesar de ser um homem fashion.
Lá estava tendo um brechó com coisas muito legais mas eu comecei a fungar. Roupas guardadas... Acho que a arrumação do meu guarda-roupa e a ida ao brechó deram início a esta gripe horrorosa.

Quando cheguei em casa, já estava meio mole. Na manhã seguinte, acordei com febre de 38 graus.

Dobingo
E eu nunca adoeço, acho que é porque minha mãe me amamentou até os três anos de idade, quando uma mulher no ônibus colocou medo nela: disse que a mamãe ia ficar com os peitos que nem os de uma índia velha ou algo parecido. Aí eu parei de mamar. Um abuso, reconheço, mas sempre tive uma saúde de ferro.
Só que quando eu adoeço, é dose, e eu ainda fico aquela doente enjoada, ligando para a mamãe:
- Ai, mãe, dói tudo. Minhas costelas estão doendo, minha cabeça tá doendo... Cof, cof...
Depois eu ligo para a Cacau, depois para a Marina, depois para não sei quem, depois ligo para a mamãe de novo...

O Seinfeld diz no "Melhor Livro sobre o Nada" que quando pensa em casamento, só quer garantias quanto a parte da doença.
"Lembra, você prometeu na frente do padre: 'na saúde e na doença'...Então vai fazer um chazinho pra mim"

Bom, o fato é que passei o dia down. Mas com glamour. Primeiro fiquei ouvindo o CD do I am Sam. Fui ver este filme semana passada com a Mari e achei muito gracinha, embora a Michelle Pfeifer esteja na pior atuação de sua vida. A trilha é toda com música dos Beatles, numas versões maravilhosas.

Depois fui para a rede, com minhas meias, lençol, travesseiro, termômetro, papel higiênico e cesta de lixo para ler "Vergonha dos Pés", de Fernanda Young. Gostei demais e prometo que depois farei uns comentários bem caprichados sobre o livro.

Mas no início da tarde eu acabei o livro e fiquei sem ter o que fazer.
Foi horrível.
Na Globo, futebol. No SBT, Gugu conversando com Zezé di Camargo, sua honorável filha, Luciano, Daniel, Leonardo.
Depois na Globo, Sandy e Júnior. No SBT, mais Gugu com Zezé di Camargo, sua honorável filha, Luciano, Daniel, Leonardo.
Aí eu ficava vendo a TV União, que passa os clips do tempo do bumba, para fingir que era MTV.
Que falta me faz uma TV a cabo, pela hóstia!!!

E eu fiquei lá, vendo aquela porcaria e gemendo:
"Ai minhas costas... Ai minha cabeça...Ai meus ouvidos... Cala a boca, Wanessa Camargo!... Ai minhas costas..."
E o bom humor?
- Odeio a roupa da Wanessa Camargo.
- Odeio o cabelo do Gugu
- Odeio essa propaganda
- Odeio a Sandy cantando "Imagine"
- Odeio este produto de baby liss da Loja do Gugu por apenas 4x de R$ 69,90...

Sílvio Santos vem aí
Mas adoro a Casa dos Artistas.
Antes de começar eu fiz um bom Leite caramelado e me refestelei no sofá.
A Analice saiu. Eu também votaria nela, porque ela é uma boa pessoa, mas eu não tenho assim muita afinidade... Na verdade, acho que ela é dissimulada. Só fico triste por causa do Gustavo, um rapaz tão bom...

Adoro isso, e assumo. Como assumo que adoro o Sílvio Santos.
E a Inesinha não trombou com o Sílvio Santos em Nova York????!
Eu não acreditava!!!!!
Nem ela, que ficou tão passada que nem conseguiu tirar uma foto. Depois ficou gritando sozinha, feito doida e a amiga dela sem entender patavina.

Mas é muita emoção, meu povo.
Meu sonho de criança era ir lá no Domingo no Parque. Sabia falar os meses de frente pra trás, de trás pra frente, e fazia o 1, 2, 3, 4, pin, 6, pin. Agora não lembro se eram os múltiplos de 3 e 5 ou de 5 e 7. Mas eu era craque.

Hoje, minha meta é participar do Topa Tudo Por Dinheiro.
Acho que não teria coragem de ir no touro mecânico nem queria participar daquela pegadinha, que você acha que vai fazer uma entrevista e só fica levando choque na cadeira.
Eu queria era responder uma questão sobre aquelas pegadinhas.
Aí o Sílvio Santos pergunta:
- Marília, né? Marília, você quer uma pergunta fácil ou difícil?
- Ah, fácil, né, Sílvio...
- Quem é o ator da pegadinha?
- É o Ivo Holanda?
- GANHOU R$ 50,00!!!

Nossa, eu ficava feliz da vida!
Mas do show do milhão eu não participo não, já pensou pagar o maior mico por não saber uma besteira...

Está se achando muito espertinho? Pois olhe só. Recebi um e-mail que era o show do milhão das loiras.
Era assim:
1. Quanto tempo durou a Guerra dos 100 anos?
Vou pular esta.
2. Em qual país é fabricado o Chapéu Panamá?
Vou pedir ajuda dos universitários.
3. Em que mês os russos celebram a Revolução de Outubro?
Peço ajuda dos convidados.
4. As Ilhas Canárias, no oceano Pacífico têm seu nome tirado de qual animal?
Vou pedir as cartas
5. Qual era o primeiro nome do Rei George VI?
Eu pulo.
6. Quanto tempo durou a Guerra dos 30 Anos?
Vou parar, pode entregar o ouro.

Uma anta, né? Pois veja as respostas corretas:

1. A "Guerra dos Cem Anos" durou 116 anos (de 1337 a 1453).
2. O "Chapéu Panamá" é fabricado no Equador.
3. A "Revolução de Outubro" é comemorada em Novembro. O calendário russo estava, na época, 13 dias atrasado.
4. As "Ilhas Canárias" têm seu nome tirado do "cachorro". O nome latino é Insularia Canária, que significa Ilha dos cachorros.
5. O primeiro nome do Rei George VI era "Albert". Em 1936 ele atendeu a um desejo da rainha Vitória, de que nenhum outro rei se chamaria Albert e mudou de nome.
6. Esta sim, durou 30 anos, de 1618 a 1648. Esta foi só para você não tirar "zero" e não ficar muito sem graça!

Viu só, meu blog também é cultura.

sexta-feira, abril 05, 2002

Só mais um post, antes de eu correr de braços abertos para o meu abençoado fim de semana.
Este em homenagem ao empreendedorismo do povo brasileiro.
Sério, quando dizem que o brasileiro é um povo com iniciativa empresarial, é porque é mesmo. Eu tiro pelo meu porteiro.

Não é novidade que porteiros possuem todo um esquema logístico para tirar o seu R$ 1 a mais.
Começou com aquela história da rifa de Natal, um agradinho para melhorar as festas dos funcionários... Tudo bem.
Depois veio esta história de lavar o carro deste ou daquele morador para completar o orçamento. Na paz.

Quando tem coisa de um mês. Vejo uns panos de prato pendurados na portaria do meu prédio:
- Que é isso, Zé?
- Paninho de prato. Tô vendendo. A senhora quer ver? Tem de sábado, domingo, segunda-feira... Motivos florais...
Aí todo dia eu via lá, os paninhos dobrados.
Ontem, quando reparo, ao lado dos paninhos, uma pilha de CDs.
- Tô vendendo CD genérico, uma beleza. Tem para todos os gostos: Ivete Sangalo, Patchanka, o acústico do Bruno e Marrone... Só cinco reais.

E você tem saída?
É melhor comprar o CD do que ver eles apelando para esquemas mais ousados de arrecadação financeira, como chantagem. Sim, porque é fato que os porteiros sabem tudo sobre a vida de todo mundo no prédio. E inventam. E têm credibilidade.
Pelo sim e pelo não, deixei reservado o acústico do Bruno e Marrone:

"Seu guarda eu não sou vagabundo, não sou delinquente, sou um cara carente. Eu dormi na praça, pensando nela..."




Deu certo!!! Estou tão feliz. Enfim consegui colocar uma imagem no meu blog.
Bem dizer me sinto uma hacker!!
E para a estréia, nenhuma imagem melhor que a deste gatinho fofo, que a Marina me mandou. É preguiça demais para uma criatura só, meu Deuso!!!
Ah, sim: Gil e Inesinha, muito obrigado pelo suporte técnico! Agora só falta eu aprender a colocar o link para comentários.
Estou ansiosa por isso. Soube que já tenho leitores assíduos e que muita gente tem se divertido bastante dos casos ridículos que me acontecem. Mas é isso mesmo: para quê servem os vexames, se não for para a gente contar se acabando de rir?

E, modéstia a parte, vexame eu tenho de ruma.
Um dos mais recentes foi agora em Jeri e, com ele, encerro o tema Semana Santa no moshi moshi. O mote é, novamente, as maravilhas do mundo animal.
(Este post é uma homenagem para Margherita, minha amiga italiana que voltou para Londres nesta quarta).

Animal Planet
Epílogo
Meu pai é veterinário, de modo que desde criança eu tenho muito contato com animais. Criamos gatos, cachorros, jabuti, hamster, peixes, porco e até dois galos do pescoço pelado.
Estes galos, aliás, geraram algumas das situações mais insólitas da minha vida. O papai havia comprado quatro pintinhos: duas fêmeas e dois machos. Por azar, as duas fêmeas morreram e quando os outros dois ficaram, assim, rapazinhos, o excesso de testosterona mexeu com o juízo deles e eles se tornaram altamente agressivos.
Aí começaram a atacar a gente!
Sério. A gente ficava trancado em casa com medo dos galos!
E quando minhas amigas chegavam para estudar lá em casa, a vergonha?
Eu e meus irmãos corríamos para o portão armados com quatro vassouras. Enquanto um abria e fechava o portão com movimentos friamente calculados, os outros davam cobertura para o visitante. "Entra, se abaixa. Atenção: Um, dois, três! Vamos!!!"
Aí corria todo mundo para dentro de casa, com os galos correndo atrás e bicando as canelas da gente.
Em compensação, nossa casa nunca foi assaltada.

Mas eu já me afastei da história. Como dizia, meu pai é veterinário e eu sempre tive muito contato com animais. Mas isso não impediu que, em Jeri, o mundo animal me intimidasse. Calma, não estou falando do jumento, que sim, também me surpreendeu. Mas de uma vaca.

A vaca
Estávamos voltando para casa, era madrugada e eu, Denise, Mônica e Margherita já havíamos bebido um pouquinho. Pegamos um atalho, era um beco delimitado por dois portõezinhos. Na saída, a Denise vai e passa. Quando eu vou passar, o que vejo?
A vaca.
Ela olhou para mim e balançou a cabeça. Tinha chifres. Na minha memória de bêbada parecia aqueles chifres que ficam na entrada de fazendas texanas, sabe, mas é exagero.
Recuei passo a passo e encostei o portãozinho.
"O que foi, o que foi?", sussurraram as meninas.
Eu apontei. A vaca. A Margherita ainda quis ser corajosa. Estendeu a mão na direção da vaca e disse:
- Má que bonita!!!
- Muuuu.
E as três, histéricas:
- Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!
...
A vaca olhou para a gente. A gente olhou para a vaca. O pior é que, desconfio, ela só estava querendo fazer amizade. Mastigando sua ervazinha, na paz. Tentou contato novamente.
- Muuuu?
- Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!
- Socorro! Socorro! Socorro!!!!
- Meu Deus, alguém acuda!!!

Aí aparece a Denise:
- Vocês tão com medo de quê? Vem logo! - mas deixa eu dizer que ela estava bem escondida atrás de uma árvore.

E o coração disparado. A gente na arena. A multidão gritando olé.
Mas a vaca, coitada, nem tchun pra gente. Deu os ombros. Isto é, se vacas tivessem ombros ela teria dado os ombros, com certeza, e saiu assim toda hippie, na paz.
Mas para três garotas alcoolizadas e histéricas, era a grande chance. A última chance. Agora ou nunca.
Abrimos o portãozinho e fugimos na maior carreira:
-Ahhhhhhhhhhhhhhh!!!!! Socooooorroooo!!!

Meu avô, homem do campo, lá do lugar melhor onde tenho certeza de que está, deve ter sacudido a cabeça, desanimado:
- Ai, meu Deus... Tanto cuidado para criar essa menina e taí: não sabe costurar um botão, fritar um ovo e ainda corre bêbada com medo de uma vaca.

E a gente ainda acha que a humanidade está evoluindo.

quinta-feira, abril 04, 2002

Dicas sobre como remover aquela marmota dali também são bem vindas.
Beijos
:)
Gente,

juro que estou tentando tirar meu blog da idade da pedra. Esta marmota aí embaixo foi uma vã tentativa de colocar uma foto. Segui direitinhos os passos do e-mail que a Inesinha me enviou. E necas. Sigo tentando! Unidos venceremos.
Ou como diz a Thaís:
Por um blog melhor!
src="http://www.silirama.hpg.ig.com.br/entretenimento/106/silirama-1290-1.jpeg"
x-sas-useimagewidth x-sas-useimageheight align="bottom">

quarta-feira, abril 03, 2002

Erramos
Ao contrário do que foi publicado neste blog, o nome completo do homem sunga é Naiche van der Poel. Eu tinha escrito "van der Pool".

Este já é o segundo erramos no meu blog. Daqui a pouco vou chamar a Débora Cronemberger para ser ombudsman. Já pensou que luxo?
;-)
Que preguiiiiiça...
Que chuvinha boa... Pena que sou lisa e tenho que trabalhar porque a minha vontade verdadeira hoje era passar o dia deitada, debaixo de um cobertor, vendo televisão e comendo meu ovinho de chocolate.
Sim, eu ganhei um ovo de Páscoa! Do meu namoradinho surfista. Pense.

Estavam pensando que Jericoacora foi só aquela putaria de dar cotoco pra véia e cantar Kelly Key?
No, no, no. Teve romantismo também. Foi assim.

Um amor de verão
Cenário: Bar na beira da praia, pôr-do-sol. Umas gaivotas ao fundo fica brega? Fica, né? Então tira as gaivotas.
BG: CD "Com você meu mundo ficaria completo" - Cássia Eller
Ação: Eu, Naiche, Denise e Margherita jogando sinuca. O Naiche saiu, eu perguntei para um cara que estava perto se ele não queria jogar com a gente. Ele veio e eu pensei, parodiando a Alessandra: "Bem vindo os convidados para a ceia do Senhor!"

Pudera, surfista, bateirista, com aqueles olhos mel esverdeados. Pense num corpo! E ainda me chamou para dar uma volta! Semana Santa, milagres acontecem!
E como diz a Denise, teve início a festa do caqui!!!
Isso foi sábado e a história ainda continuou no domingo. Eu me surpreendi porque o menino era muito gracinha, comprou um ovo de páscoa para mim, era morto de carinhoso, tudo. Um amor. Realmente, foi uma historinha de amor. De apenas dois dias, mas valeu. Fiquei encantada.
:)

E o bom foi que esta fantasia de surfista eu já realizei. Meu sonho de adolescente:
"Pô, gatinha, aí. Tô amarradão..."
"Pô, gato, massa, ó. Eu também. E fala aí, cara, como é que foi o surf hoje?"
"Ô, fiz umas manobras maneiras, aí. Mar lisinho, mandei bem", aí ele joga o cabelo pra trás, "e você nem foi, gatinha".
"Aí, gato, tava cansadona, ó... Muito sol e tal."
"Cê foi na Pedra Furada, né? Massa."
"Massa..."

Legal demais. Eu não tô ali não é nem pra conversar mesmo!
E assim, vocabulário a parte, esse povo tem uma liberdade que eu acho cativante. O menino morou em Fortaleza, São Paulo e Brasília. Fazia faculdade de Turismo e trabalhava com computação. Aí resolveu largar tudo e ir morar em Jeri. Eu acho isso bacana demais. E ele falou: "cara, aí, por quê você não vem morar aqui também?".
Eu me acabei de rir, meu Deus, esse povo acha que é fácil assim. Mas depois eu me toquei: sim, é fácil assim mesmo. Ele e uma série de pessoas que eu conheci lá fizeram isso. Cansaram da cidade e tiveram coragem para mudar completamente de vida.

Não sei se é algo que eu quero para mim - acho que eu enlouqueceria. O máximo que eu tenho de natureba é um short cáqui, uma bolsa de palha e o hábito de comer uma vez por semana um sanduíche de ricota com peito de peru para mentir que estou de dieta. Também já tentei fazer bijuterias de miçanga, mas não consegui vender nenhuma e desisti do ramo.
Acho que se eu passasse mais de três semanas em Jeri ia me dar um troço que na volta eu ia passar dois meses só comendo Big Mac e vendo TV a cabo.

Mas, enfim, vai que dá a doida e eu resolvo aceitar o convite. Já pensou? Vocês vão passar as férias em Jeri e lá estou eu, com um cavalo marinho tatuado nas costas, uns adereços indígenas, umas roupas hippies e meus três filhos correndo peladinhos na praia:
"Raio de Luar, Jaciara, Papa-capim! Venham para casa! A salada de rúcula com rabanete está pronta! Mamãe ainda tem que pegar uma onda, galera, vem logo!"
Eu e minha imaginação descontrolada...

Pois bem, mas o fato é que eu admiro demais quem tem peito para encarar um esquema desses. Rejeitar os padrões estabelecidos. Para o meu namoradinho surfista, estava tudo perfeito. A duna, as ondas, a praia... E para mim era quase perfeito também.
Quase.

Porque aí eu fui perguntar:
"E aí, gato, qual é o teu nome?"
"A galera me chama de Nenê"
"Nenê... massa... Mas teu nome mesmo, como é?"
"Aí, gatinha, pode me chamar de Nenê, todo mundo me conhece por Nenê, não tem erro"
"Certo, mas qual o teu nome?"
...
...
"Raimundo"

Nada é perfeito. Definitivamente.

terça-feira, abril 02, 2002

Amarílis. Mas pode me chamar de tição.
Estou mais preta que a asa da graúna.
Óbvio que, para realçar o bronzeado, vou passar a semana vestida de branco, até alguém pensar que eu sou filha de Oxossi ou algo parecido.
:)
Mas vamos à Casa dos Artistas. Antes, uma breve apresentação de nossos integrantes.

Denise: a palhaça. Cara, poucas vezes conheci uma pessoa tão engraçada como ela. Não tem juízo.
Margherita: a estrangeira. Ela é italiana, conheceu a Denise na Espanha, quando voltava da Alemanha e hoje mora em Londres. Básico.
Mônica: a loira. Sem preconceito. Ela é bem legal, quietinha, mas muito gente boa.
Naiche van der Pool: o homem sunga. Sempre não tem nos reality show aquele cara que vai ficar o tempo todo de sunga, tipo o Kléber e o Frota? Pois bem. Mas ao contrário destes famosos, o Naiche é muito bacana. Além do que, eu me solidarizo totalmente com uma pessoa que, paraibano de nascença, tenha este nome. Já pensou o sofrimento da criatura na alfabetização? Nem a professora devia saber escrever o nome dele! (Ah, sim, é muito obrigada por todas mensagens de apoio à Marília do Januário. Várias pessoas me abordaram para contar seus traumas com o próprio nome ou para citar nomes mais complicados com o meu. Soube até que existe uma Shirley Darling, irmã da Sheila Maryland. Prometo voltar ao assunto em breve!)
Marcílio: uma figura polêmica, eu diria. E ronca.
E eu.

Cada um tinha o seu próprio hino na casa. O meu era um clássico: "Baba", da Kelly Key.
O da Denise era o mesmo, sendo que na versão mulher madura que gosta de ficar com inocentes rapazes de 19 anos: "Disse que eu era muito velha pra você..."
Eu digo que ela não tem juízo...
:)

Mas eu acho que a música tema mesmo foi "La cucaracha".
A casa estava infestada. Foi bom porque até deu uma caracterização a mais. Assim como nos reality show, o jeito era tomar banho de biquini. Já pensou se aparece uma barata no chuveiro e a gente sai correndo sem lenço nem documento? Não tem condição.

A pobre da Margherita era a que tinha mais medo. O tempo todo ela se lambuzava com um creme chamado "Jungle Formula", que espanta inseto, leão, tigre, rinoceronte e elefante.
Esses estrangeiros vêm para cá pensando que vão para a selva! Por isso eu queria dizer: Yes, nós temos McDonald´s!!!!
Um amigo meu de Londres, o Steve, volta hoje para a Inglaterra. Disse que estava morrendo de saudade da civilização. Pode?

O pior: eu entendo.
Tiro por esta viagem. Depois de cinco horas em um ônibus até Gijoca, pegamos um pau de arara que sacode, sacode, sacode por mais duas horas até Jeri. No dia seguinte, lá vamos nós na boléia de um caminhão (sacode, sacode, sacode) para a Lagoa do Paraíso. No sábado, pega uma 4x4 e vamos (sacode, sacode, sacode) para Tatajuba, com direito a atravessar um rio com o carro em cima de uma balsa. É Indiana Jones ou não é?

Tatajuba
Mas este passeio para Tatajuba foi tudo o que há de mais lindo. Não vou nem me meter a besta de tentar descrever a paisagem porque ia ficar que nem a carta do Pero Vaz de Caminha, sabe. Aquele português empolado diante de uma natureza grandiosa demais para ser transcrita em meras palavras (pronto, já começou a cafonice!).

Então vamos para o absurdo que é o meu grande companheiro.
Estamos nós sobe duna, desce duna, vemos uma placa. De trânsito. Escrito PARE.
No meio do nada.
Sem comentários, vamos para o próximo item: a exuberante fauna brasileira.

Existe um espécime comum nas planícies nordestinas chamado jumento, freqüentemente citado em piadinhas infames devido a certos atributos de seu aparelho reprodutor. E todo mundo fala do tamanho, todo mundo ri. Mas sério: ninguém tem noção do que está falando.
Pois a gente viu, atrás de uma duna, um jumento com uma jumenta.
Ficamos todos chocados. Mais de metro, ninguém tem noção.
Eu estudei num colégio de freiras, detalhe. Estou passada.

Mas o melhor melhor mesmo foi a véia.
Explico. Quando a gente estava negociando o preço do passeio com os bugueiros, chegou esta senhora, muito calminha, muito doce, perguntando se podia ir no buggy com a gente. Tudo bem. Aí pasa um tempinho ela voltou toda saltitante: "o senhor ali disse que faz todo mundo por R$ 100,00 numa 4x4".
Não era assim tão confortável. Um de nós teria que ir sentado no porta malas, em cima da caixa de ferramentas, mas fizemos as contas e, contando com a velhinha, saía muito mais barato pra gente. Quando a gente está lá negociando com a cara da 4x4 lá passa a velhinha, no buggy que a gente estava negociando antes!!! A bandida!

E tem início a competição. Era a gente no carro e a véia no buggy. Quando a gente ultrapassava era aquele grito cearense: "Ihhhhhhh!!!!!"
Aí a véia ultrapassava. E a gente: "corre, motorista!!!"
Aí o Marcílio, que foi o pobre sorteado para ir sentado na caixa de ferramentas fez uma versão chamada: "A véia em cima do buggy..."
E o cara do buggy entrou no espírito da coisa e tome no acelerador. No fim a gente já estava até dando cotoco pra véia quando conseguia ultrapassar. Uma baixaria.

Mas foi massa.
E a gente ainda ganhou!
:-P

segunda-feira, abril 01, 2002

Queridos,

estou moooorta.
A Semana Santa em Jericoacora foi qualquer coisa de maravilhosa e o que não falta é assunto para este blog durante os próximos três meses.
Deixa eu dar uma amostra prévia:
Estávamos todos na Lagoa do Paraíso: eu, Denise, Mônica, Margherita, Naiche e Marcília (depois eu traço o perfil de cada um dos integrantes da casa dos artistas).
Resolvemos almoçar. Detalhe: era sexta-feira santa e o Naiche pediu bife à parmegiana. Um sacrilégio, mas ninguém se tocou. Até que na décima garfada uma das moças (que eu não vou dizer quem era para não pegar mal pra ela) lembrou: "Putz, é sexta-feira santa!!! Cara, não acredito que estou comendo carne, que horror! Naiche, como é que você faz isso" e blá-blá-blá.
Só que a fome era muita e o bife olhou pra ela, ela olhou pro bife (que estava mesmo uma delícia)... E a herege, esquecida dos preceitos da Santa Madre Igreja deu os ombros e falou: "Ah, agora que eu já comecei, né?" E abocanhou o pedaço de carne.

Irmãos, uma prova do castigo divino. Foi ela colocar o pedaço de carne na boca o biquini saltou fora.

Sério. Ela estava com um tomara que caia. Mastigou, o biquini caiu na mesa. Os peitos no mundo!!! Pense na cara da coitada!!!!
Mas eu ria que faltava me acabar! Nada muito cristão da minha parte, reconheço, mas esta Semana Santa não teve nada de santa mesmo!

Mas o fato é que eu estou acabada, com muito trabalho para fazer aqui no Anuário, e só contarei os detalhes marmotosos desta aventura amanhã.
Não percam, vai começar a Casa dos Artistas 3!
Uma mistura de tudo o que há de pior em Ilha de Caras, Casa dos Artistas e Big Brother - por falar nisso, que absurdo foi esse do Serginho perder pro bocó do Kleber? Estou indignada!
Por isso que este País não vai para a frente!