domingo, novembro 16, 2003




Se alguém tem algo contra esse casamento...

Era para ser só um cochilinho após o almoço mas, quando vi, o sol já estava se pondo e faltavam apenas 20 minutos para o casamento, que era láááááá do outro lado da cidade.
"O quê?! Meu Deus, estamos atrasados!!!!!!! Emi, acorda!!!! Levanta! Estamos atrasadíssimos!"
(Vocês já viram esse filme?)

Bem, como nesta vida qualquer semelhança com a realidade também é mera coincidência, prossigamos.
- Emi, acorda, o casamento!
O namorado roncava mais que eu. Heim? O casamento! Que horas são? Quase cinco! Tô indo!

E como era de se esperar, quinze minutos depois eu estava de banho tomado, vestida, calçada, perfumada e maquiada, esperando o namorado terminar de se arrumar.
Homens...

Chamo o táxi, explico o endereço, o motorista acelera, erra o caminho, pára na frente de uma igreja, de outra e na terceira eu já estou pra ter um enfarte:
- Não é aqui! Ai, meu Deus, a Lu vai me matar!
- Desculpa, minha filha, mas esse bairro tem umas vinte igrejas!
Na quarta, saltamos:
- É aqui!
Subo correndo a escadaria, paro na porta da igreja e suspiro aliviada: ufa... chegamos a tempo.
No altar, lá estão os noivos, ajoelhados diante do padre.

Sentamos discretamente no fim da igreja. A música diminui e o padre começa a falar de união, respeito, família, amor e todas essas coisas que fazem a gente acreditar que tudo realmente pode dar certo, para sempre. E lá ia eu acrescentando mentalmente as partes que o padre esquecia.

- ... Amar e respeitar na alegria e na tristeza, na saúde e na doença...
(no carnaval e na micareta, mesmo que esteja na frente da Gisele Bündchen)
- ... Até que a morte os separe...
(que seja infinito enquanto dure)
- ... Portanto se alguém aqui sabe de algum impedimento ao casamento de André e Cristina...
- O quê?!
(...sim... essa que grita o quê?! é essa que vos fala...)
- André e Cristina? Mas aqui não é o casamento da Luciana e do Márcio? Amor, estamos no casamento errado!!!!!!

Sim, repito: a gente estava no casamento errado.
E se você conhece outra pessoa que conseguiu essa proeza, por favor me avise.

Na porta da igreja, lá vem outra amiga minha, heroicamente ainda mais atrasada que eu:
- Menina, o casamento não é aqui!
- Como não? O endereço não é esse?
- É, mas tem outro casal lá dentro!
- Será que a gente errou o dia?
- hmm... Ei, moço, que dia é hoje?
- Vinte e cinco.
- É hoje mesmo! Que horas são?
- hmm... Ei, moço, por favor, que horas são?
- Cinco e quarenta.
- Não é possível! Olha só, o casamento era às cinco. A Lu com certeza atrasou uns vinte minutos para entrar. Mais uma meia hora de cerimônia... Mais aquela meia hora que eles ficam cumprimentando os padrinhos no altar...
Foi o moço, que trabalhava na igreja, que respondeu:
- Vocês estão falando do casamento das cinco? A noiva não atrasou não. Entrou na hora.
- Meu Deus, que tipo de noiva é essa que nem atrasa?

A sorte é que a festa era no próprio salão da igreja e lá chegamos nós, com a maior cara-de-pau do mundo para dar os parabéns e comer salgadinhos e curtir a festa.
Menos o meu namorado, que estava com a cara mais decepcionada do mundo.
- É que eu nunca tinha visto um casamento, quer dizer, só os de "Quatro Casamentos e um Funeral", e queria saber como era...
- Ô... quer voltar lá, pra ver aquele?
- Quero.

E lá voltamos para a igreja, ver o resto do casamento de "sei lá quem" com "nunca vi mais gorda".
- Eu aceito.
- Eu aceito.
- Agora podem se beijar.
Oh, que lindo, e lá vêm eles pelo tapete vermelho, quando param diante da gente com a melhor cara de "quem?" que já vi na minha vida. Ele olhou para ela, ela olhou para ele e ambos olharam para nós.
E nós sorrimos para o fotógrafo que registrou aquele belo momento familiar _flash!.

sexta-feira, novembro 14, 2003

Clap Clap Clap!
...para o ídolo Clodovil que, ao ser entrevistado pelo Ravengar (também conhecido como Antonio Abujamra) no programa mais esquizofrênico do Brasil, abafou.

Ravengar: Estilista, homossexual, provocador... Como foi a ditadura para você?
Clodovil: Olha, eu acho que existem coisas duras bem mais interessantes.




quarta-feira, novembro 12, 2003

Abordagem

Diz amiga Flávia que entre seus projetos literários está o futuro best-seller "Folha Explica: Abordagem", com dicas de paquera, indicado a todas as pessoas com dificuldades de aproximação no setor amoroso. Ou seja, todas.

Pois lá fui eu hoje oferecer minha mais recente experiência nesse setor para o capítulo intitulado "Isso não funciona", subtítulo "Como não fazer sua vítima morrer de ataque cardíaco".

Pois lá estava eu ontem voltando para casa, às dez e meia da noite, a rua completamente vazia, quando vejo um homem correndo em minha direção.
Dei aquela afastada discreta para o outro lado da rua mas ele também mudou de lado e veio correndo até parar ao meu lado.
- Ei, moça! - eu gelei - Por favor, posso conhecer você? É no maior respeito!
- Aaaaaaaaaaahhhhhhhh!!!!!!!!

Saí correndo em disparada, bolsas e sacolas quase ficando pra trás, o coração aos trancos e barrancos esgoelando pela rua até chegar na frente da minha casa, branca de susto!
Se o tal rapaz era um maníaco psicótico ou um ingênuo que achou ainda ser possível abordar alguém desse jeito numa cidade como São Paulo, isso nunca iremos saber.

Mas Cupido que se cuide, pois do jeito que as coisas vão, se ele aparecer só de sunga querendo atirar em alguém vai acabar na Febem...

sábado, novembro 08, 2003

Trabalhar 12 horas por dia é...*

...não ter tempo para atualizar o blog!

Além de outras coisas básicas como lavar roupa, ler, escrever meus contos, ver os vídeos que insisto em alugar no fim de semana...

E, claro, tomar vergonha na cara e entrar numa academia. Mas a que horas? De madrugada?

Se bem que uma teoria desenvolvida por um amigo meu tem lançado novas luzes sobre essa questão.

Segundo ele, a gente não precisa ter tempo e disposição para malhar em uma academia para desfrutar dos benefícios físicos e emocionais relacionados a isso.

Cobaia de sua própria tese, ele defende o seguinte: o simples de fato de pagar uma academia já emagrece!
Não é mágica!
Não mude o canal!
Ligue agora e peça... tá, vai de graça mesmo.
Segundo ele, funciona assim: a pessoa se aproxima de você e, após observar seu alto índice de fofura, decide aprimorar a própria crueldade perguntando inocentemente "você faz academia?".

Se vc responde: "sim, faço musculação na super mega academia bíceps de ouro", vc perde imediatamente cerca de dez quilos para aquela pessoa.
Sério!

Mais que isso: passa a ser considerada uma pessoa dinâmica, saudável, com direito a comer um brigadeiro a mais na sobremesa pois _ei! você faz academia!

Sintomas do sedentarismo, como uma dor nas costas ao abaixar para amarrar os sapatos?
- Ei, cara, tá pegando muito ferro, heim? Relaxa, depois vai destender um músculo!
- Ui... é, tem razão.

Pouco importa quantas vezes por semana você vai ou se, quando vai, passa a maior parte do tempo paquerando na lanchonete natureba do local.
Meu amigo tem recebido até elogios _olha como ele está mais forte! mais definido!_ embora não pise na academia a mais de um mês.
E todo mês deixa lá um gordo chequinho, pelo direito de ser um exímio levantador de copo.

*aliás, 12 horas está se tornando uma perspectiva otimista. Hoje eu entrei às 9h e estou aqui até agora, 1h35. Alguém se habilita a fazer as contas? Céus, eu preciso de uma cerveja!