quinta-feira, maio 30, 2002

Não. Não tem terapia do riso ou Poliana moça que dê conta de uma febre dessas...
39,5 graus!
O corpo doído, os olhos ardendo, a cabeça...
puta que pariu, que #*!"&#X~!!!
A suspeita é de que seja dengue... e que ainda dure alguns dias...
Rezem por mim.

quarta-feira, maio 29, 2002

Amigos,
que bom estar de volta. Não apenas ao mundo dos blogs como ao mundo dos vivos mesmo!
Sério, nos últimos dias eu estava na última etapa da seleção pro casting do Penadinho.

Começou domingo. Eu pensei que era sono... Pensei que era cansaço da viagem... Pensei que era ressaca... Pensei que era TPM... Fui dormir achando que no dia seguinte:
- iria dar início ao meu cooper matinal
- iria à praia tomar aquele banho de mar
- iria almoçar sushi
- iria no cinema à tarde
- iria sair com as amigas para colocar as fofocas em dia
- iria procurar emprego
(não necessariamente nesta ordem)

Doce ilusão.
Antes de dormir, já estava febril. No meio da noite, a febre subiu tanto que eu cheguei a delirar. É muito, muito, muito ruim. E meu corpo doía tanto que eu não conseguia nem levantar da cama.
Quando tirei a temperatura de manhã a febre já havia abaixado muito em relação à que tive de madrugada, e ainda assim o termômetro apontou 39,5 graus.
A segunda não existiu: dormi o dia inteiro profundamente.
Terça eu estava um pouco melhor, mas só foi eu ir com a Débora para o supermercado - de carro - que eu já fiquei exausta. Blogar, meus caros, nem em sonho...

Aí hoje eu acordei disposta a fomentar em mim o meu lado Nuno Cobra.

Quem?
Nuno Cobra era o treinador físico do Ayrton Senna e criou um método (curiosamente chamado método Nuno Cobra) que está descrito no livro "A semente da vitória". E uma das coisas que eu me lembro de uma entrevista dele à Veja é que ele disse que a doença é como um estado de espírito e que pessoas satisfeitas com a vida, alto astral etc e tal adoecem menos e quando adoecem (porque sim, vírus e bacterias existem!!!!), recuperam-se com mais facilidade. A Débora tem o livro dele aqui em casa, mas como eu estava com muita dor de cabeça, folheei um pouco, li duas páginas e cheguei à seguinte conclusão:

Saúde também é atitude.
E criei o meu próprio método terapêutico, com o qual ainda hei de ganhar zilhões!

Remédio número 1: luz
Abrir a cortina, deixar a luz entrar para espantar a urucubaca.

Remédio número 2: água
Tomar aquele bom banho de sábado, até ficar engilhado.

Remédio número 3: música
Aimée Mann - U2 - INXS e Edson Cordeiro troando com "I love the nightlife... I got to boogie on the disco 'round, oh yeah".

Remédio número 4: comida
Abacaxi. Não perguntem por que, mas pedi para a Débora me comprar um abacaxi. Deu vontade e isso deve ser levado em consideração após dois dias sem quere comer nada.

Remédio fundamental: carinho
Minhas amigas, especialmente a Débora, têm sido uns anjos comigo. Muchas gracias, queridas!
:)
Resultado: estou me sentindo bem melhor.

Sério, eu sou (muito) desconfiada com estes gurus da medicina alternativa e preciso deixar bem claro que se você quebrou a perna, dançar "I love de nightlife" não será o melhor remédio. O mesmo conselho vale para os alérgicos a abacaxi (tenho que me resguardar, né, sabe-se lá quando vão começar a processar blogueiros charlatães?).

A idéia deste método é: ficar deitado se lastimando "ai minhas costelas", "ai minhas costas", "ai meu saco" e se sentindo a última das criaturas não ajuda ninguém a se recuperar. Reage, criatura!

Bem, mas como eu dizia, já me sinto bem melhor e quase 100%.
Por conta deste "quase", não sei se irei ao Enbloce hoje...
Quero ir, nem que seja para dizer oi pessoal e voltar. Estou tão orgulhosa da Mari e da Mônica, e também da Karla, apesar de não a conhecer pessoalmente. Tenho certeza de que será muuuito legal.
Compareçam e - se eu não for - me contem como foi, ok?
Abraços!!

domingo, maio 26, 2002

Ok, ok, atendendo a pedidos, na verdade a um pedido (valeu P.A. - você me anima a prosseguir!) vou atualizar este blog... Mas em slowww motion zzz...
Na cola da Marina:
Na vitrola - "I'm only sleeping" - The Beatles

Teresina -> Fortaleza
Cheguei ontem às plagas alencarinas. Vim de leito (a milionária) e dormi boa parte da viagem, mas mesmo assim cheguei quebrada. Minhas malas ainda estão do lado da cama, esperando que uma boa alma - leia-se D. Geralda, na próxima quarta-feira, coloque um pouco de organização na minha vida.
Mas como diria Caio Fernando Abreu, os pensamentos matinais, assim como os cabelos, também acordam despenteados.
Aí vi que tinha chegado a carta de uma amigo muito querido que foi tentar a vida no Rio e fui escrever pra ele. Olha que coisa lindinha eu encontrei num livro do Mário Quintana e com a qual terminei a carta:
"No fim, hás de perceber que as coisas mais leves são justamente aquelas que o vento não levou".

Aí fui no mercado, comprei várias coisas do setor de hortifrutigranjeiro (adoro esta palavra) para fingir que a partir de segunda terei uma vida mais saudável - o que inclui fazer cooper todos os dias... ai, que determinação... etc etc etc, e fui na Deusarina Center dar um trato no visual. E de noite fui para o aniversário do Tiago da arquitetura, que foi muito bacana. Resultado: estou com sono acumulado para os próximos três dias... Muito, muito, muito cansada...

Mas blog é um vício... Deus nos acuda.
Já me imagino velhinha, fazendo a curva da boa esperança, família toda reunida ao lado, chorando e querendo um abraço e eu dizendo "Peraí, peraí, só postar isso aqui:"

E eis que, tendo pagado vários micos, presenciado incontáveis situações tão surreais que nem a imaginação mais fértil seria capaz de criar, amado muito e entendido bulhufas do mundo, me despeço desta...
Ó, uma luz, que bela luz...
Fui.

comente___

E ainda neste tema, lembro que em um dos meus piores momentos planejei com uma amiga minha a brincadeira de mais mau-gosto da humanidade:
- Minha netinha, aproxime-se da cama da vovó... Sinto que a minha vida se esvai. Tenho pouco tempo agora... Mas minha alma não descansará em paz se eu levar comigo este segredo... Na verdade você é... cof, cof, cof... você é... Ugh!"
Morreu.
Ai como a gente ria disso...

Ah, mas eu ia me esquecendo as duas coisas que eu realmente queria postar:
Tb quero
Li na Mon e no Gabriel posts sobre como as pessoas chegaram aos blogs deles pelos caminhos mais esdrúxulos. Eu tb quero ver isso, quem me ensina? Se for muita coisa, mandem por e-mail, ok?

Enbloce
Vou CRTL C CRTL V deste blog, tudo bem Karla?

Local: Nik Burger
Rua Almirante Jacareguai, 31 Praia de Iracema (Quase esquina com a Av. Pessoa Anta, vizinho ao Armazém 47, próximo ao Dragão do Mar - naum é possível q vcs naum achem!)
Data: 29/05/02 a partir da 22:00h
DJs: Lady Koltrane e Miss Molly
Voz e Violão: Karla Santana
Bandas: Ponto G e Érros
Ingressos: R$ 2,00 (!!!) para blogueiros q se inscreverem antecipadamente pelo enbloce@hotmail.com
R$ 4,00 para os demais mortais.
Nesses preços num é possível q vcs naum queiram ir! Ajudem os amigos! Vai ser rock na veia!
+=+=+=+=+=+=+= Somente blogueiros cadastrados pagarão meia e terão sorteios exclusivos!

Até lá espero ter acordado.
Falou, amigos companheiros. Meu travesseiro me espera...

sexta-feira, maio 24, 2002

A foto Jason

Li no Verborragia que o novo hype da temporada é colocar no blog fotos antigas de seus respectivos autores. Aliás, uma graça, Mari, a tua foto no troninho.
:)

Lamento informar, porém, que esta tendência eu não hei de seguir. Assim como eu me recuso terminantemente a aderir a este revival fashion dos anos 80 – a década mais brega de toda a história da humanidade. Não, vocês não me verão de ombreiras e saia balonê por aí – eu sento e espero a moda passar.

Ora, mas colocar foto da gente quando era criança não é cafona. É - isso sim - uma idéia muito fofa.
Concordo. É uma graça.
Mas eu não colocarei foto alguma da minha infância aqui. Não, não hei de colocar. Pois eu tenho medo.




Medo de colocar uma foto na qual eu estou dançando quadrilha ou abraçada a um ursinho de pelúcia e, sem que haja explicação lógica ou tecnológica para isso, apareça no meu blog, em vez desta foto fofinha....... a foto Jason.

Tudo começou quando eu tinha oito anos de idade.
Era uma noite tenebrosa, a tempestade fustigava os galhos da velha mangueira, e estávamos tensos pois nossa casa havia sido construída sobre um antigo cemitério indígena. A campainha tocou. Quem seria? À meia noite?

Certo, vou deixar meu lado Stephen King para outra ocasião...
Na verdade era uma tarde ensolarada e eu fui com a mamãe para o centro com o intuito de tirar uma foto 3x4 para a minha carteirinha de estudante. Lá chegando, o fotógrafo avisou que a foto poderia ser em preto e branco ou a cores (sim, eu sou da época em que havia a opção 3x4 em preto e branco).

Claro que eu, uma garota antenada com as novas tecnologias, queria o que havia de mais moderno em fotografia: a 3x4 colorida.
E claro que a minha mãe, uma mulher antenada com as nossas restrições orçamentárias, queria porque queria que eu tirasse a bendita foto em preto e branco.

O maligno fotógrafo, então, apontou uma vantagem que mamãe não poderia recusar: a foto em preto e branco vinha com uma ampliação 14x8.
Agora raciocine comigo, caro leitor. Se a foto 3x4 colorida era mais cara, porque o fotógrafo insistiria para que tirássemos a foto em preto e branco? Muito estranho...

Mas, enfim, vencida após um forte combate verbal com direito a choro e birra, fui obrigada a sentar na cadeirinha do estúdio e tirar a minha foto – em preto e branco.
A foto ficou horrorosa. Eu com a minha franja juruna, bem dizer índia teus cabelos nos ombros caídos, a cara zangada e um bico de fazer medo a qualquer cabra valente. E a pele cinza, obviamente. Com direito a uma ampliação – de 14x8.

Azar o meu. Passei o ANO INTEIRO com aquela foto na minha carteirinha de estudante, passando vergonha diariamente, ao apresentá-la para a notificação de presença.
E a energia negativa acumulando...
Mas o tempo passou e a foto ficou esquecida no fundo de alguma gaveta.

Eis que, no esplendor dos meus 15 anos, arranjei um namoradinho, o Lucas. E namorinho no portão, aquela coisa tímida que só, o menino foi lá em casa, conhecer a digníssima família. E quando menos espero, lá vêm meus três irmãos segurando a maldita ampliação:
- Ei, olha só como a Amarílis era quando era criança!

Saí correndo atrás deles, ameacei bater, chamei pela mamãe, mas ela só dizia “por que você tem vergonha dessa foto? Está tão fofa, deixa ele ver...”
(Você pode estar o cão comendo mariola numa foto, que tua mãe vai achar adorável.)
Ele viu. E se acabou de rir da minha cara.
Humilhação, revolta, vingança... Com ódio, peguei uma tesoura e picotei aquela foto em mil pedacinhos.

Muitos anos depois, já esquecida do ocorrido, uma universitária madura e independente, venho passar um feriado em Teresina. Na bagagem, um novo namorado, tipo o genro perfeito. E estamos todos conversando civilizadamente quando lá vêm os meus irmãos, se acabando de rir e gritando:
- Ei, olha só como a Amarílis era quando era criança!

Quando eu vejo:



...a foto! A FOTO! A FOTO JASON!
Eu havia picotado a ampliação. Com uma tesoura grande e afiada! Como? Como? Como?
Não é possível! E no entanto lá estou eu, horrorosa, com a franja juruna e aquele olhar raivoso de criança birrenta.
Queimei a foto. Desta vez eu queimei, pra não deixar vestígios.

Mais uma penca de anos se foi e aqui estou eu, passando novamente um tempo com a minha família, quando, cerca de três dias atrás, a mamãe me chamou para ver umas fotos antigas.
“Hahaha! Olha só eu toda anos 80, de saia balonê e cabelo estaquiado! Que mico!”
“Imagina, você está tão fofa”, responde mamãe, como sempre.
“Ah, olha essa, mãe... o que é isso? Uma saia-calça! Nossa, como é que eu tinha coragem de usar isso...”
E viro a página do álbum.
Tan- Tan – Tan (por favor, faça um esforço de imaginação para ouvir este tan-tan-tan como o BG de Psicose)
A FOTO JASON!




Renascida das cinzas!
- Mamãe, a senhora por acaso tirou cópias dessa foto?
- Eu não, por que? Olha só, está tão fofa...

E a mão de Carrie emerge da tumba.
Ahhhhh!!!!!

*****
Só por curiosidade (vi esse quadrinho numa matéria do Ricardo pro Povo e achei muito legal):
Somando os 9 primeiros filmes, Jason já tomou mais de 150 tiros, foi esfaqueado 23 vezes, levou 6 machadadas, tomou 34 socos, foi atropelado por um trator e um carro, foi afogado 2 vezes, foi atingido por uma enxurrada de ácido, foi atingido 19 vezes na cabeça por vasos, 8 vezes por pedaços de madeira, um sofá, 2 cadeiras, uma estante, uma televisão, foi soterrado por uma varanda e, finalmente, foi explodido.

quinta-feira, maio 23, 2002

Ora, ora, ora... Que surpresa...



Que animal de estimação você é?

O Rio de Janeiro continua lindo...
E Teresina continua quente - muito quente.
Lá vai passando mais um cachorro de skate...
Meu pai cantando bolero pela casa...
Não tem preço.

quarta-feira, maio 22, 2002

O beijo



Meu Deus, o que é isso?
Um beijo.


Um beijo. E gerou a maior confusão. Li no blog da Mônica que duas meninas beijaram-se na Órbita e foram convidadas pelos seguranças a se retirarem do local pois "esse tipo de comportamento não é aceito" naquela boate.
Uma delas, indignada, subiu no palco e fez um discurso revoltado. E parece até que neste domingo haverá uma manifestação no local para protestar contra este tipo de arbitrariedade.

Quem ler o post da Mônica (e eu aconselho que leiam, pois ela levanta uma série de questões interessantes sobre o tema) verá que a situação foi realmente humilhante e absurda. A ponto de nossa blogueira constatar (não sem razão) o quanto Fortaleza ainda é provinciana.
Eu concordo, e digo mais: infelizmente, Mônica, parte de mim também é provinciana - e no sentido ruim da palavra.

Confesso: eu ainda me sinto um pouco "assim" quando uma amiga vem falar comigo sobre a namorada. Eu achei estranho quando vi dois homens de mãos dadas em plena praça e ainda me sinto desconfortável ao ver duas mulheres se beijando.
Assim como você provavelmente se sentiu ao ver esta foto aí em cima.

Para mim, o ponto da questão é:
Não basta que os seguranças não expulsem os homossexuais de um local.
Não basta ser permitido que eles possam beijar-se no recinto.
Não basta que todos ao redor fiquem em silêncio, se este silêncio for povoado de olhares curiosos, sorrisinhos constrangidos ou pensamentos recriminatórios.
O ideal seria que estas coisas pudessem ser realmente encaradas com naturalidade.

E isso exige uma mudança não só da parte dos caretas, da galera ultrapassada, dos nazistas de carteirinha. Às vezes a gente aponta o dedo para eles e esquece que este é um processo que passa por mim, por você, por todos nós - que nos consideramos os modernos, os liberais, os antenados da vida.

Então olhe para aquela foto acima mais um vez e faça o seguinte exercício:
Tente ver o amor como o que ele é - amor.
E um beijo como um beijo.
Nada a mais. Nada a menos.
Enbloce
Macacada,
quem ainda não se inscreveu pro Enbloce?
Leia-se entre outros: Paulo André e Barbra?
Inscrevam-se agora. Ó o e-mail:
enbloce@hotmail.com

A festa vai ser muito legal, com a presença das bandas Ponto G e Érros e das DJ Miss Koltrane e Molly Jones. Os blogueiros cadastrados ainda concorrerão a CDs personalizados e outros brindes.
O local e a data ainda não foram definidos, mas ao contrário do que diz o murmúrio das massas, o Enbloce não será na Mystical, e não haverá sorteio de chicotes.
;)
Assim que esses detalhes forem resolvidos, eu aviso aqui. Vocês também podem pegar mais informações com a Mari, uma das organizadoras do evento.
Enquanto isso, divulguem nos seus blogs o nosso encontro.
Ah, e leitores assíduos que AINDA não têm um blog também estão convidados pra festa, claro!
Deus é pai, Deus é pai, Deus é pai - não é padrasto!!!
Consegui resgatar tudo, hare-hare-krishna!!
Por Alá, por alá!!
E por via das dúvidas, vamos agradecer também às entidades indianas:
Ooommmmmm....
Denise, pode me matar, se quiser.
Tentei, como vejo em todos blogs civilizados, fazer um link para os meus arquivos, assim esse Flashback aqui do lado não ficava aquela coisa gigantesca. E nisso acho que perdi todos os arquivos anteriores.
Tentei reverter o processo mas aí fiz foi perder mais coisa.
Matuto, já ouviu falar? Matuto vai mexer nas coisas e só esculhamba.
E não, ao contrário do que vc me sugeriu mil vezes, eu não salvei nada.
Se alguém tiver alguma dica de como resgatar isso, por favor me dê um toque.
Ai, minha enxaqueca...

terça-feira, maio 21, 2002

Na sorveteria
- Hmummm...Uhmm?
- Uhhmum!!!! ...... Hhhmuu!!!
- Hmhumhuu!! Mmu???... Mmhhh!!!
- Mhummhm??? .... Uhmmhumu!!!... MMH!!!!
- HUMUHh m UU!!!!
- U?!?!?!!!
- HUMUHh m UU!!!!
- MHUM mm UU!!!!

Hoje eu vi dois surdos-murdos discutindo numa sorveteria.
No INSS
- Mocinha, eu queria uma informação sobre estes carnês de aposentadoria...
- O senhor me desculpe, mas eu não trabalho aqui. Talvez aquela senhora possa lhe ajudar...
- Trabalha sim.
- Não, senhor, eu não trabalho aqui.
- Trabalha.
- Não trabalho.
- Trabalha.
- Não trabalho.
- E você está fazendo o que na frente desse computador?
(ai que vergonha...)
- Estou escrevendo no meu blog.
- Então, está trabalhando. (se todos chefes pensassem como o senhor!)
- Não, senhor, eu não estou trabalhando, mas talvez aquela senhora possa...
- Se chegasse um fiscal do Ministério do Trabalho aqui, ele ia dizer o quê? Que você é funcionária.
- Mas eu não sou.
- Olha, é simples, eu só queria uma informação sobre estes carnês de aposentadoria.
- O senhor realmente me desculpe, mas eu não trabalho aqui.
- Trabalha.
- Não trabalho.
- Trabalha.

... e assim ad infinitum...

segunda-feira, maio 20, 2002

Na padaria
- Moço, eu quero dez pães e duas fatias deste bolo.
- De qual? Do de morango, chocolate ou castanhas?
- Ai, deixa eu ver... Acho que deste, de chocolate.
- Está certa disso?
- Não, quero ajuda das cartas.
Agendas...
Embalada pelos momentos nostalgia da amiga Mônica, resolvi dar uma olhada nas minhas agendas antigas também.
Fui em busca de algo meigo e ingênuo, que lembrasse a minha inocência perdida, mas em vez de poesias e letras de música, o que encontro colado logo na primeira página que eu abro? O seguinte panfleto:

Club SexMan
Striptease com
Cláudio Ferraz
o cigano da Revista G
Somente nos dias 05 e 06 de Fevereiro
na Brodway
Realize todas suas fantasias
Marinheiro - Soldado - Motoqueiro - Executivo - Mecânico...
 

Sua vida tem como pontos principais a DIVERSÃO e as suas amizades. Você é uma pessoa estilosa, não se prende a padrões e lugares-comuns. Sorridente, alegre e muito expansiva, é o tipo de pessoa que todos adoram estar próximos. Dá-lhe!


E você, qual personagem de um video da Madonna você é?



Gostei do resultado, mas quando ele diz "estilosa" isso não entra em contradição com aquele chapéu de cowboy horroroso?
Aquilo é só cafona.

domingo, maio 19, 2002

Marrom...
Mas com uns reflexos meio abóbora... Alaranjado? Talvez. Meio dourado dependendo da luz. Mas umas partes continuam pretas. E que cor é essa na raiz? Um amarelo queimado... Não sei, acho que Flicts.

Tudo é experiência, diriam os benevolentes...
Que diabo você fez no seu cabelo?, diria meu pai...

Mas enfim... Não devo nada a ninguém, não conheço mais muita gente aqui na cidade mesmo e vou pra essa festa assim mesmo.
Ah, a festa, eu não tinha dito antes.

A Cássia, minha irmã mais nova, foi convidada para uma festa de 15 anos. Na ausência de um traje à altura do evento, sexta lá fomos (ela, a mamãe e eu) entrar em todas as lojas possíveis e impossíveis em busca de um vestido decente. Em vão.
Ou era muito grande, ou muito pequeno,
ou muito comprido, ou muito curto,
ou tinha babados, ou não tinha babados.

De modo que sábado chegou e nada de encontrar o tal vestido. Fomos então a uma dessas lojas que alugam roupa de festa, acessórios, sapatos, se duvidar até a meia calça eles alugam.
Voilá a vestimenta ideal! Uma saia preta e uma blusinha, também preta, meio transparente mas com umas miçangas bordadas. Discreta, pois minha irmã é avessa a excentricidades, mas com um certo tchan.
- É essa mesma.
- Quanto custa? - pergunta minha mãe à vendedora.
- Cento e cinquenta reais. - responde a moça, com um sorriso.
- Não, eu estou perguntando para alugar. - esclarece mamãe.
Ao que a moça responde, com a mesma cara de paisagem:
- Mas é o preço do aluguel mesmo. Para venda essa blusinha sai por trezentos e sessenta e cinco reais.
- O QUÊ? - essa sou eu - QUE ABSURDO!!!

Deu vontade de dizer: minha filha, isso não é diamante, é paetê!
Mas enfim, quem manda a gente ser pobre metido a besta?

Minha irmã escolheu outra blusinha, tão bonita quanto a outra, mas dessa vez com o preço dentro da nossa estratosfera. Pronto, todo mundo feliz e satisfeito? Não.
Com que roupa a Amarílis vai?

A milenar sabedoria feminina há muito prega que se você for viajar, mesmo que seja para fazer trilha no meio do mato, deve levar um vestido de festa. Por que no dia em que você não levar, aparecerá uma confraternização dos amigos da floresta em prol do mico leão dourado para a qual você deve ir. De longo.
Esta é a Lei de Murphy.
E claro que eu não havia trazido nenhum vestido mais, como é que dizia mesmo no convite?, esporte fino, na mala.
Mas arranjei uma blusinha mais engraçadinha aqui, um tamanquinho ali, e disse:
- Vou assim.
- Assim você não vai.

Quem assistiu à peça "A mãe e a filha" deve saber do que eu estou falando. E a mamãe inventou de querer alugar um vestido para mim também. Chocada com o preço absurdo das peças e - confesso - também um pouco movida por uma rebeldia adolescente tardia, finquei o pé e disse:
- Vou assim mesmo, e se vocês implicarem, vou de calça jeans!

Mas foi uma luta. Eu me arrumando e a mamãe e as minhas irmãs insistindo: coloca esse sapato prateado... coloca essa blusa... coloca pelo menos esse cintinho dourado... Você vai passar vergonha...
Ora, eu já estou indo com o cabelo desse jeito, vou passar mais vergonha de quê?
Fui.

**********************
O FANTÁSTICO MUNDO SELVAGEM DAS FESTAS ESPORTE FINO

Olá, caros amigos, sejam bem vindos a mais um episódio do "Fantástico Mundo Selvagem...". Hoje levaremos você a um local curioso, onde encontraremos os mais excêntricos espécimes e hábitos: o mundo das Festas Esporte Fino. Acompanhe-nos nesta fabulosa aventura. É com você, Marilyn.

Olá, George, estamos em um buffet, um dos locais mais propícios para a proliferação de Festas Esporte Fino. Mas este curioso ecossistema também pode estar presente em clubes, salões de festas ou mesmo em residência de particulares. Os seres que compõem este grupo são altamente ariscos a invasores (também conhecidos como penetras), portanto, precisamos nos disfarçar para chegar até eles. Nosso câmera já colocou um terno e uma gravata, acho que podemos prosseguir em segurança.
Não, esquecemos que o cheiro também é um fator importante de identificação! Uma borrifada de perfume francês é fundamental.
Agora sim, podemos entrar na Festa Esporte Fino.

Olha, um primeiro espécime. Parece uma fêmea... Podemos identificá-la pelo longo vestido pink. Ela está à entrada, cumprimentando quem chega. Parece a líder deste grupo. Ela não nos conhece, mas como estamos com uma roupa razoavelmente adequada, passamos tranqüilamente.

Pronto, conseguimos adentrar. O habitat das Festas Esporte Fino é particularmente agradável, George. Podemos observar que há grama, flores e mesmo uma fonte de água límpida aqui.

As fêmeas são os seres mais vistosos nas Festas Esporte Fino. Possuem penagem em várias cores: bordô, fúcsia, amarelo, azul, algumas são até furta-cor! Os machos são divididos em dois grupos, os convidados e os garçons. Nem sempre é fácil distingüir estes dois grupos. Geralmente, os mais bem-vestidos são os garçons. Estes são os responsáveis pela distribuição dos alimentos e bebidas neste peculiar tipo de organização social.

Nesse ecossistema, a alimentação também é diferenciada. Cada grupo recebe sua cota de coxinhas, empadas, risoles e rabo de tatu. Como são seres de hábitos noturnos, os habitantes das Festas Esporte Fino alimentam-se preferencialmente após a meia-noite, quando é servido um jantar no qual consta, via de regra, arroz com passas.

Voltamos em breve, George, com mais curiosidades sobre o Fantástico Mundo Selvagem das Festas Esporte Fino, como o cinegrafista, este ser intrigante para o qual a ciência ainda não encontrou uma explicação. Por que ele está aqui? Qual a função desta luz que ele emite na cara dos outros seres? Ele quer intimidá-los?
E não perca também, após o intervalo, cenas incríveis deste ritual impressionante: a dança nas Festas Esporte Fino. Continue conosco.
1000
E atenção para a contagem regressiva! Quem será o milésimo visitante?
Marina, não vale ficar entrando várias vezes para ser premiada, ok?

sábado, maio 18, 2002

A nova loira do tchan
Os minutos transcorrem lentamente. Esta meia hora que não quer passar!
Isso porque nesse exato momento, meus caros, eu estou...
pintando meus cabelos...
de LOIRO SUECO!
:-O

Quem me conhece deve estar atônito: ela enlouqueceu? Afinal eu sou, como dizer...
Moreninha jambo?
Bronzeada?
Marrom provocante?

Deu pra entender, espero.
Pois é. E nem em meus piores pesadelos consigo me imaginar como o pagodeiro Belo, de tez chocolate e cabelo platinado. Acreditem: eu tenho senso de ridículo.

Mas transcorro nesta ousada missão pois meu cabelo é tão preto, mas tão preto, que a tinta loiro sueco apenas baixa alguns tons, e fica assim um castanho médio natural.
Sério. Tanto que eu já pintei dessa mesma cor em janeiro e a única pessoa a perceber a diferença foi o Ricardo, em março. Aí agora eu resolvi dar umas retocadas na raiz, embora a diferença de tons estivesse bem sutil.
Só que eu não encontrei Lóreal, que foi a tinta que eu utilizei da primeira vez, e comprei Wella. Não sei se o efeito será o mesmo. Daí eu estar um pouco tensa.

Muito tensa, na verdade.
Minha cabeça está pinicando horrores. Parece um Rock'n Rio capilar cheio de piolhos adolescentes e drogados. Será que meus cabelos vão cair?!!! Eu não fiz o teste alérgico.

Crianças, não tentem fazer isso em casa.
É muito difícil. Eu inventei de fazer sozinha mas não é de jeito nenhum como nas propagandas. Fica escorrendo pelo pescoço, não espalha direito. Já pensou se eu ficar malhada? Cruz credo!
Gritei logo pela mamãe, que se encarregou de espalhar uniformemente esta melequeira no meu cabelo.

Mulher sofre. Meu Deus, como a gente sofre. Pense naquelas que ficam loiras mesmo e todo fim de semana têm que retocar a raiz! Em todo caso, essa penitência deve ter suas vantagens. Dizem que os homens preferem as loiras. É verdade, Thaís?

(A jornalista Thaís Helena vista sábado, no sambão da Crocobeach, ostentando sedosas madeixas douradas e atraindo todos olhares de admiração)

Certo, mais dez minutos e eu tiro este creme da cabeça.
Estou tensa. Estou tensa. Estou muito tensa.
Dependendo do estrago não vou pra festa de hoje à noite, dependendo nem volto para Fortaleza esta semana! Pelo menos antes de pintar o cabelo de preto, não!

E o medo de ficar que nem a Shakira em "Underneath your clothes"?

Ok, o visual dela está pôdi e a Shakira é péssima, mas eu adoro essa música.Depois eu coloco uma foto dela aqui, agora não dá.

**************************
A loira do banheiro
Não deu certo.
Acho que vou chorar... Ai meu Deus...
Foi a maldição de Shakira. Eu reclamei que ela ficou loira com a raiz preta e com o meu cabelo ficou o inverso. As pontas do cabelo estão castanho escuro, como desejado, mas na raiz ficou loiro.
Que mico, meu pai, que mico...

A mamãe falou para eu esperar secar, que talvez melhore...
É mentira. Só vai piorar. Mas só posso tentar uma tinta mais escura amanhã, pois se eu pintar hoje de novo tenho medo que meu cabelo caia...

Ai que dor, meu Deus, que dor!
Os rapazes que lêem este blog em busca de compreender o emocionante universo feminino devem estar se perguntando agora:
"Por que? Por que? Por que motivo você passa meleca no cabelo, fica 40 minutos com isso pinicando, morrendo de medo de que seu cabelo caia ou fique loiro Xuxa se o que você quer, na melhor das hipóteses, é que fique um castanho natural que ninguém nota?"

Ora, é o mesmo motivo pelo qual a gente passa esmalte incolor, batom cor da boca...
Certo, mas que motivo é esse mesmo?
Sei que deve existir uma justificativa lógica para isso, mas no momento não consigo pensar em nenhuma explicação inteligente para dizer...
Meu Deus, será que eu fiquei loira mesmo???!!!

Meninas, ajudem-me!!

sexta-feira, maio 17, 2002

E da mesma autora da esquete "A possível suicida do orelhão", temos o prazer de apresentar...

A MÃE E A FILHA
Uma peça intensa, rodrigueana, questionadora, que coloca em cheque os valores familiares nesta caótica sociedade pós-moderna louca.

1o ato
Terça-feira. Em um quarto bagunçado. Há uma mala entreaberta no canto do palco. A filha está acordando...
- Amarílis, que sapato esquisito é esse?
- ...Heim?...

2o ato
Quarta-feira.
- Mãe, tô pronta.
- Hmm...
- Que foi?
- Não gostei dessa blusa.
- Mas mãe...
- Não ficou legal.
- Por que?
- Não sei, não gostei.
- Tá bom, eu troco.

3o ato
Quinta-feira de manhã
- Você vai assim?
- Mãe...
- Tudo bem, tudo bem, você é quem sabe.
...
- Mas você vai assim mesmo?
- Vou.
- tá, tá... Eu não digo mais nada.

4o ato
Quinta-feira à tarde
- Você cortou uma calça?
- Não, mãe, é um short que eu comprei.
- Você comprou esse short? Pagou quanto? Não acredito que foi mais que quinze reais.
- Não vou nem dizer...
- Foi vinte reais!
- Mãe, eu não vou dizer.
- Você pagou vinte e cinco reais por este short ridículo?!

5o ato
Sexta-feira de manhã
A mãe olha para a filha com aquele olhar...
- Mãe, nem adianta dizer nada, eu vou assim.
- Tá, eu já disse que eu não digo mais nada. Quer ir assim, pode ir.
...
...
- Mas que esse sapato é esquisito, é.

*Acreditem ou não, eu morro de saudade dessas implicâncias quando estou longe de casa.

quinta-feira, maio 16, 2002

- Tô ligando só pra te agradecer...
- Agradecer o quê?
- Bem... O... o fato de você ter participado da minha vida durante tanto tempo.
- Você tá bem?
- Eu? Claro que estou. Estou ótima. Super bem.
- Você está ligando de um telefone público? Deixa eu ligar praí.
- Não, imagina. Era só isso mesmo, só para dizer obrigada. Por tudo. Obrigada mesmo... Um beijo.
- Outro.
- Tchau.





Burra.
Burra. Burra. Burra.
Eu não tenho mais o que inventar nesse blog...

O LIVRO DAS INVENÇÕES DO MOSHI MOSHI
ou
"O que o ócio não faz na vida de uma pessoa"



Invenções que gostaríamos de ver inventadas
- Botãozinho do lasquem-se
sugerido por Barbra Brusk em comentário neste blog, esta ferramenta promete ser a maior atração da próxima Fenasoft. Fica num cantinho do teclado e pode ser utilizado em diversas situações. Não consegue escrever um texto? "Lasquem-se". A internet travou? "Lasquem-se". Recebeu um e-mail do seu ex-namorado avisando que a nova namorada dele está chegando à cidade e que por isso ele não quer que você o visite, telefone ou tente qualquer forma de contato - mensagem subliminar: "não saia de casa nos próximos dias"? Sim, isto já aconteceu comigo e teria sido muito útil contar com o botãozinho do "lasquem-se" no meu teclado naquele momento.

- Leite de Amnésia
Uma invenção revolucionária.
Pagou mico? Tomou um pé na bunda? Bebeu todas e a ressaca moral te corrói dolorosamente?
Basta tomar uma colher de Leite de Amnésia e acusar seus amigos de mentirosos quando eles contarem que você fez um strip-tease abraçada a uma pilastra ao som de Material Girl.
Leite de Amnésia.
Hmmmmmmm....
Agora no delicioso sabor framboesa.

- Guarda-chuva super portátil
Os celulares estão cada vez menores, claro. Mas tecnologia para diminuir os guarda-chuvas não existe. Muito estranho isso, vocês não acham?
Pois eu protesto!!
Tem algo pior do que carregar aquele trambolho por aí quando o dia está cinzento? Ou seja, você vai SEM o guarda-chuva crente que São Pedro olhará por ti com bondade e compaixão e é obrigado a viver momentos desastrosos como a "Noite das Tenemboas".
Nós temos direito a uma sombrinha portátil, do tamanho de um porta-moedas.
E sem estampas florais, por gentileza.




E invenções que gostaríamos que não tivessem sido inventadas
- Piercing de unha
Mais detalhes sobre este pavoroso apetrecho no blog da Mônica

- Emulsão Scott - óleo de fígado de bacalhau para crianças anêmicas
Vocês também tiveram que tomar isso na infância ou só fui eu? Porque se vocês não tiveram que tomar e estão todos aí, fortes, robustos e saudáveis, eu vou ter uma séria conversa com o meu pai. Todo dia ele me obrigava a tomar uma colherada de Emulsão Scott. Mas é ruim, mas é ruim, mas é ruim que só de lembrar eu me arrepio!

- Buzinas
Você está no engarrafamento, cansada, morrendo de calor. Aí alguém inteligente acha que este é o momento ideal para tacar a mão na buzina. Que coisa idiota!! Pense como o mundo seria mais agradável sem buzinas.

Se bem que eu tenho uma história engraçada de buzina para contar. Meu pai todo dia ia buscar os meus irmãos no colégio. E ficava zangado porque todo dia meus irmãos ficavam brincando ou conversando lá dentro e ele tinha que descer do carro para ir chamá-los.

Meu pai sempre foi absolutamente contra buzinas (um homem elegante e civilizado, eu diria) mas um belo dia, resolveu buzinar na frente do colégio. Só que, imagine, havia entrado água na buzina e o que se ouviu foi algo mais ou menos assim:
- Muuuuuuuuuu....
Cara, meus irmãos vieram correndo e nunca, nunca, nunca mais atrasaram!!
Enbloce
O Jocélio, meu amigo e ex-editor, mandou um e-mail com um link de uma matéria mais ou menos assim: "jornalista do N.Y. Times demitido após censurar o jornal em seu blog". Tirando as intenções terroristas do meu ex-editor (ainda bem que eu só falei bem do Anuário!!) o tema me chamou a atenção.
Hoje tentei encontrar a matéria de novo e não encontrei, mas achei uma matéria da Revista Imprensa em que diz que o jornalista Rodrigo Grota foi demitido da Folha de Londrina depois de expor sua opinião em um blog, onde acusou o jornal de estar vinculado a interesses políticos do deputado federal José Janene (PPB-PR).
Ele escreveu o seguinte:
"JOSÉ JANENE INTERFERE DIRETAMENTE NA FOLHA DE LONDRINA
Essa é a triste constatação que se pode fazer após a demissão SEM JUSTA CAUSA do companheiro Lino Ramos. Ele era o nosso melhor repórter da secção de política, e seu "erro" foi ter tentado fazer uma matéria que nem saiu - foi vetada pelo deputado federal José Janene, do PPB - Partido da Perpetuação da Burrice, que inclui entre outros canhestros cânones, Paulo Maluf, Eurico Miranda e Delfim Neto."


Meninas, taí um tema interessante para o Enbloce, que tal?
Made in Ceará
Recebi e-mails avisando que amanhã vai ter Fontana, 69% Love e Psycho Indie lá no Universal Sport Bar.
Fiquei morrendo de vontade. Sempre assim: em Fortaleza tenho saudade das coisas de Teresina e vice-versa.
Acho que vai ser uma festa legal. Vi dois show do Fontana, banda do Mário, e gostei muito mesmo. As músicas, pelo que eu me lembro, eram meio tristes e bem melódicas.

A 69 eu adoro. Os meninos da banda se garantem demais e as músicas (que lembram muito o Placebo) grudam. Tanto que eu só vi dois ou três shows e mesmo assim sei cantarolar vários refrões. E quando eu digo que gosto, não é assim "ah, para ser uma banda aqui, de Fortaleza, tá bom demais..."
É porque eles são bons mesmo.
Acho que vou até pedir para alguém que for à festa comprar o CD deles pra mim, antes que eles sejam ricos e famosos e aumentem o preço.




A outra banda, Psycho Indie, eu não conheço. Mas sei já está lançando seu primeiro EP: "Absolutamente Super 8".
O Fontana também tem um EP, o "Single", que de acordo com o Mário "continua a venda na Desafinado (Av. Des. Moreira quase esquina com Leonardo Mota) e estará disponível também sexta no Universal".

Gente, não sei se todo mundo percebe o quanto isso é legal.
Imagino a luta que deve ser uma banda que não faça exatamente uma proposta comercial (leia-se axé ou forró) conseguir manter-se em Fortaleza. Encontrar espaços para tocar, chegar ao conhecimento do público, lançar CD etc etc etc... Eu valorizo demais as pessoas que apesar de todas dificuldades vão lá e fazem um trabalho bacana. Se estivesse em Fortaleza, juro que iria pro show. Mesmo sendo no Universal...
Sim, porque aquele lugar é o ó.

Depois do show, eles sempre dão um jeito de expulsar a gente. Cobram 10%, apesar da gente ter que pegar a cerveja no balcão e tem aqueles clip-art horríveis na parede. Além do que, toda vez que eu vou lá, saio defumada. São três lavadas para tirar o cheiro de cigarro do cabelo, no mínimo...
Mas tudo em nome de uma noite divertida!
Espero que a festa seja boa mesmo. E eu vou curtir a noite piauiense. Sério, aqui tem umas boates muito bacanas. Depois eu conto pra vocês.
Bom, é isso.
Avisem o Mário que depois a gente acerta o preço desta propaganda toda, tá?
;)

quarta-feira, maio 15, 2002

Crianças, Barbies, bezerrinho, bloquinhos de papel?
Antes que alguém comente, devo reconhecer:
este último post foi muito mulherzinha.
Só faltou o meu querido pônei e dicas de maquiagem. Aaaargh!!!




Juntando com aquela minha frase brega de domingo, que denuncia que eu não estou em uma de minhas melhores fases, a pergunta que não quer calar é:
como estará este blog amanhã?
Pior do que nunca?
Siiiiim!!!!
Hoje eu passei a tarde lendo "Horóscopo - a revista dos astros" cuja matéria de capa era sobre o Salgadinho do Katinguelê. Depois vi no programa da Márcia Goldsmith uma mulher que pediu para filmarem o marido dela escondido porque pensava que ele tinha uma amante e descobriu que na verdade ele usava as lingerie dela escondido e ficava fazendo strip-tease na sala quando ela não estava em casa. Depois fui no salão da Cida e conversamos um monte sobre o último cabelereiro que ela contratou e que descobriu depois que era um ladrão. Comprou R$ 450 de roupas da vizinha dela, que é sacoleira, e deu o calote.
Aí voltei pra casa e jantei milho cozido com coxinha.
Ou seja, depois desta overdose de cultura povão, quem estiver à espera de comentários de classe, esqueça!!
E plagiando a Marina...
NA VITROLA...
Marquinhos Moura cantando
"Meu mel não diga adeus, eu tenho tanto medo...
De ficar sem o seu amor
E pra sempre ser um ser
só..."
Quem não achava ótimo ir ao trabalho dos pais quando era criança?
(Por favor excluam-se desta pergunta os filhos de contadores, estatísticos e bancários)
Era bom demais.
Até uma coisa chata, como consultório de dentista, esconde possibilidades divertidas. Já pensou em transformar a clínica em um super salão de beleza para Barbies? E aquela cadeira que sobe e desce não tem meio um ar de nave espacial?

Para criança, tudo vira brinquedo. Tinha um amigo cujo pai era representante de uma indústria de remédios e a gente pegava todos medicamentos com validade vencida para fingir que era a comidinha das bonecas e brincar de hospital:
- Rápido, Lu patinadora precisa de uma dose de Terramicina 3 ml!!!

A mamãe trabalha numa repartição pública, que em tese é um dos locais mais chatos que existem, mas eu e meus irmãos sempre arranjávamos algo divertido para fazer por aqui. Sem contar que toda visita tinha direito a um lanche especial e que a gente voltava para casa com os bolsos cheios de clips, elásticos e bloquinhos de papel.

Mas o que eu gostava mesmo era de ir para a universidade com o papai. Ele é veterinário então a gente sempre ia visitar o canil, o aprisco, os bois e a criação de hamsters. Ou eram ratos? Prefiro pensar que eram hamsters...
E no laboratório ele me ensinava a usar o microscópio, pipetas e a centrífuga, que eu achava incrível. E era muito bom ouvir dos colegas e alunos dele:
- Nossa, sua filha, mas está uma moça! Tão bonita!

Ainda hoje eu acho bacana vir para o trabalho da mamãe, mexer na Internet, andar pelo centro e ter meu lanche especial. E adoro ir ao trabalho do papai, brincar com os cachorros, ver se nasceu algum bezerrinho e frescar com os instrumentos do laboratório. Tanto que esta semana devo ir lá para a universidade com ele. Mas já estou me preparando psicologicamente para ouvir novamente:
- Nossa, sua filha, mas está uma moça!

E aceitar um bombom com aquele sorriso amarelo... Gente, você pode ter trinta anos mas é impressionante como eles sempre vão te tratar como criança.
Hoje vim com a mamãe para o trabalho dela, pois adoro caminhar aqui pelo centro. Mas o bom foi que teve uma festa de dia das mães para as funcionárias na superintendência e lá fui eu, de gaiata, que não perco um boca-livre por nada. E não é que eu ainda fui sorteada e ganhei uma pulseira linda?
A mulher que estava sorteando os brindes ainda disse:
- Gente, quem for sorteada e não for mãe, por favor, dê o presente para alguém que seja mãe...
E quem não for mãe nem funcionária nem convidada?
;)
Eu me fiz de doida. Se ela tivesse perguntado, faria que nem a minha amiga na fila especial do supermercado: tô grávida de dois meses!
E ainda fico aqui no balcão de atendimento vendo besteira na Internet e atualizando o blog!
Tão bom ser cara de pau...
Minha amiga Denise mandou-me este e-mail e eu me senti na responsabilidade de repassá-lo para todos vocês, já que acredito no poder da sociedade civil organizada. Vamos lá!

>Dia 12/05/2002, assistimos ao deprimente espetaculo apresentado pela escuderia italiana Ferrari, ao impor que o brasileiro Rubens Barichello permitisse a ultrapassagem de seu companheiro de equipe Michael Schumacher nos ultimos segundos do GP da Austria, cedendo a este o primeiro lugar.
>
>Deprimente a Ferrari, por ser a grande responsável.
>Deprimente M. Schumacher, por passar o brasileiro.
>Deprimente Rubens Barrichello, por aceitar tal imposição.
>Deprimente a FIA, por permitir tamanha palhaçada.
>Enfim, um espetaculo dantesco...
>
>Nao podemos ficar calados diante dessa pouca vergonha!
>Por isso, quero fazer a minha parte e lanco aqui a campanha:
>
>NAO VOU COMPRAR UMA FERRARI !
>
>Faca sua parte voce tambem, nao compre uma Ferrari e repasse esse
>manifesto para todos os seus amigos.

É isso mesmo!!! Junte-se a nós!
Vamos levar a Ferrari à falência!



terça-feira, maio 14, 2002

E diretamente de Teresyna City, a repórter Amarílis Lage!

Bom dia, amigos do Moshi Moshi.
Aproveitando este breve (Deus queira!) momento de desemprego, vim passar uns dias aqui em Teresina, receber dengo e cafuné... Há uns seis meses que não vinha para casa, já estava morrendo de saudade.
Só não vim na sexta-feira mesmo porque tinha a história da missa de N. Sra de Fátima para ir na segunda. Aí ontem, depois do meu momento litúrgico, botei a mochila nas costas e me mandei pras brenhas piauienses. Só esqueci o presente do dia das mães em cima da mesa...
Em compensação, aqui vai um post em homenagem ao dia das mães

Ser mãe é...
Para D. Aparecida

Ao lado do meu apartamento, tem um Pão de Açúcar 24 horas. Eu, particularmente, adoro fazer supermercado. (Falando assim, parece que eu sou uma construtora, mas a gente não tem mania de dizer assim: vou fazer a feira, fazer o mercantil?). Adoro. Tanto que o Rafael, que por sua vez detesta ir ao mercado, dizia que eu já devia ter quebrado alguma espécie de recorde de tempo de permanência em supermercados.
:)

Mas é porque mesmo quando eu vou para comprar algo específico – um frasco de xampu – quero ver se tem alguma coisa em promoção. Por exemplo: tábua de picar carne por R$ 1,99. Compro ou não compro? Compro. E se algum dia eu resolver aprender a cozinhar? Pode ser super útil.

Além do que, vira e mexe tem uma barraquinha de degustação. No Pão de Açúcar perto da minha casa eu já comi até feijoada, churrasco e pizza de graça. E quando eu morava no pensionato, ia toda manhã merendar no mercadinho São Luís. Tinha fruta, iogurte, bolo, torrada, café, biscoito... Uma beleza.
Dica para os liseira de plantão: no mercadinho Japonês também tem café da manhã de graça e é bom que só.

Não bastassem todas estas atrações, o Pão de Açúcar perto da minha casa ainda é pródigo em atividades interativas. Tipo adivinhações. O caro do microfone anuncia:
- Quem era conhecido como Águia de Haia? Quem souber venha aqui que vai ganhar um super prêmio.
Eu sei! Eu sei! Eu sei! Aí saí correndo pelos corredores com meu carrinho mas quando estava chegando um velhinho me deu uma fechada com o carrinho dele, que era daqueles grandes, cheio de comida de verdade, e respondeu antes:
- Rui Barbosa.
Merda!!! Mas um dia eu ganho!

Onde entra o dia das mães nessa história? Chego já.
Domingo fui fazer compras. Por ser dia das mães, tinha uma série de coisas em promoção, várias barraquinhas de degustação, um cara tocando teclados...

“Quem dera ser um peixe, para em teu íntimo aquário mergulhar...”

.... e atividades interativas!
- Atenção, clientes, quem escrever a frase mais bonita em homenagem às mães vai ganhar um super kit Docemel!

É hoje! Corri pra fila, pensando numa frase que fosse assim digna de Vinícius de Moraes. Pensei, pensei, até encontrar uma que eu achei massa. Curtinha, bacana, parecia coisa de publicitário.

Aí quando eu vou escrever no bloquinho, uma senhora gorda, de blusa vermelha, fura a fila e entra na minha frente.

Obviamente chocada com aquela audácia, fiquei olhando para a mulher que, acreditem, achou que eu estava querendo ROUBAR a frase dela e ficou escondendo o bloquinho com o ombro, tipo quando a gente é criança e não quer dar cola. Aí eu fiquei curiosa, claro, e espiei por cima do ombro dela:
“Ser mãe é dedicar-se fibra por fibra etc etc etc...”
Piegas, piegas, piegas!!!
Hahahahah!!!!, eu ri internamente. E a mulher pensando que eu ia roubar a frase dela, logo eu que tenho a frase mais massa de todas!!!!

Aí escrevi a minha e fiquei só na expectativa, já pensando no super kit Docemel que ia levar para casa.
Passado um tempo o cara do microfone anuncia:
- Atenção todos, já temos a frase campeã. É uma frase muito bonita mesmo, muito tocante, chega eu estou emocionado... É assim: “ser mãe é dedicar-se fibra por fibra...”

Meu queixo caiu. Só vejo aquela blusa vermelha na multidão:
- É a minha! É a minha!

Mais uma vez, pegue seu banquinho e saia de mansinho. Paguei minhas compras, coloquei no saquinho e ia saindo discretamente quando a mulher gorda da blusa vermelha passa por mim com o super kit Docemel. E ainda me olhou e fez assim:
- Hahahahaha!!!!!

Cobra maquiavélica!
Devia eu ter jogado meu bolo de macaxeira recém-adquirido direto na cabeça dela? Confesso que senti vontade.

Mas aí vi que, de mãos dadas com minha concorrente, ia uma garotinha de chinelo e vestidinho colorido, quase sem pisar no chão de tão orgulhosa que estava. E que depois ia dizer no colégio toda inflada: a MINHA mãe ganhou o concurso da frase mais bonita no mercado e ainda ganhou um kit Docemel!

Então ta, dessa vez eu deixo passar.
Além do que, quando eu lembro desta história hoje, sem as brumas da competição a cegar meus olhos (poético, heim?) chego a uma conclusão que, pelo bem da verdade, devo confessar a vocês:
Cara, minha frase era brega.
Muito brega.

domingo, maio 12, 2002

Aqui tem um brinde pra quem gostou do post da desempregada. Demora um pouquinho para carregar, mas garanto que vale a pena! E se puder, aumente o volume das caixas de som porque a música que vai tocar é muito linda.
Beijos.
:)
Para Filipe
E aí, amizade, tem certeza de que está a fim de encarar aquela lasanha?
Tamos aqui!




Arrivederci Roma
Em condições normais de temperatura e pressão, eu teria me acabado de dançar no Sambão, esticado no Ritz, ido pra cama às três da madrugada e acordado às oito horas para vir passar minha bela manhã de sol dentro do Anuário?
Nem morta!
Mas eu vim.
E aqui estou.

Passei a manhã aqui no escritório dando aquela última conferida nos textos, checando os números, melhorando algumas frases. Agora, acabou. Posso ir para casa com a consciência tranqüila do dever cumprido.
Pegar meus cadernos, meus livros, o gatinho que eu coloquei em cima do computador para dar um toque pessoal ao ambiente de trabalho (eu sou cheia destas frescuraites, confesso) e dizer: galera, fui!
Mas dizer para quem?

Estou sozinha aqui na sala, então vou ficar mais um pouco. Lembrando de tudo.

O Jocélio me chamou para trabalhar aqui no Anuário em dezembro. Até então eu trabalhava numa assessoria de imprensa muito legal, chamada AD2M. Eu estava super feliz lá a começar pelas pessoas com as quais convivia: Ana Maria, Djane, Apolônio e o louco do Mauro Costa. Chefes? Não... Quando eu me lembro dos quatro não é sob esta alcunha. A Ana pra mim é a mulher do samba. A Djane e o Apolônio, a prova irrefutável de que o sertão vai virar high-tech e o high-tech vai virar sertão. O Mauro é um capítulo à parte. Ainda está para nascer alguém tão bem-humorado e gente boa neste mundo. O tanto que eu gosto dele não cabe aqui não.

E além dos quatro, lá eu conheci a Marília 3L (linda, loira e legal), a Luciana, que me ensinava dança no ventre na hora do almoço, a Marina, que hoje é uma das minhas melhores amigas... Sem falar na Míriam formiga atômica, nossa moto-girl, e na Paty Maluca, a secretária. E foi lá que eu pude me aproximar ainda mais da Candinha e do Elton, que eu já conhecia da faculdade mas com os quais não tinha grande contato.
Dessa turma eu lembro tantas histórias...

Uma delas.
Lá na AD2M a gente almoçava de quentinha. O pessoal do buffet passava um fax com o cardápio do dia e a gente escolhia lá o que queria. Sendo que a parte de saladas era meio hermética. Era assim:
- Salada Maravilhosa
- Salada Tropical
- Salada Surpresa
- Salada Colorida

E você dava aquele tiro no escuro. Se viesse repolho com cenoura ralada você não podia dizer nada.
Aí no primeiro dia eu pedi a tal Salada Maravilhosa. Quando eu abro a quentinha:
Repolho com cenoura.

Tudo bem... Faz parte da vida, fica a lição: não pedir Salada Maravilhosa. De modo que no dia seguinte resolvi arriscar outra opção, a Salada Tropical. Quando eu abro a quentinha:
Repolho com cenoura.

Eu pensei: não, acho que eu me confundi. Ontem eu devo ter pedido esta Salada Tropical. Mas amanhã não tem erro, vou pedir a Salada Surpresa. E quando eu abro a quentinha... Surpresa:
Repolho com cenoura!!!!

Não me aguentei e tive uma crise de riso. O pessoal: que foi? que foi?
Contei a minha saga toda e o Mauro, sem querer acreditar, abre a quentinha dele:
Repolho com cenoura.
- Mas eu pedi a Salada Maravilhosa!

E na da Ana: repolho com cenoura.
- Mas eu pedi a Salada Tropical!

E a da Djane... Ooooohhh.
Todos ficam admirados: uma salada linda com alface, tomate, azeitona, palmito e tudo mais.
Aí o Apolônio pergunta:
- Qual você pediu, amor?
- Salada Colorida.
Ele suspira aliviado:
- Ah, que bom, foi a mesma que eu pedi.
E quando ele abre a quentinha:
Repolho com cenoura!!!!!

Eu ria que faltava me engasgar.
E diariamente era assim, tinha muito trabalho, alguns estresses, mas a gente ria muito. E quando a empresa mudou para uma sala maior todos ficaram empolgadíssimos. Eu levei logo uns badulaques para enfeitar meu cantinho e preguei um monte de adesivos das meninas superpoderosas no monitor. Tudo estava super bem quando o Jocélio me ligou, chamando para o Anuário.

Em linhas gerais, a proposta era essa:
- eu não ia ganhar tão mais que na assessoria.
- ia trabalhar muito mais
- ia trocar um emprego carteira assinada por um free-lance
- para escrever sobre economia, da qual não entendia bulhufas.

Mas eu fui.
E aqui estou.

Porque eu tenho um vermezinho aqui chamado verme da mudança.
Eu mudo o cabelo, mudo os móveis no meu quarto, mudo a ordem dos CDs, mudo de apartamento, mudo de cidade, mudo de Estado e, se a oportunidade surgir, mudo até de País sem pensar duas vezes.
Eu fico pensando que tem tanta coisa para se fazer, ver, ouvir e tocar neste mundo que não consigo compreender a rotina. Acho que, se eu for atrás da minha árvore genealógica, vou descobrir que sou descendente de ciganos.
A filha da Dara com o Igor, só falta!
- Eu te amo, Dara.
Papi!!!!!

Mas voltando ao assunto, resolvi mudar.
Vim para o Anuário e foi uma experiência muito legal também. Teve coisas impagáveis... Só lembro de uma vez que a gente pegou carona com um dos meus chefes e no caminho eu ia com esses meus assuntos bestas:
-Gente, sabe uma coisa que me incomoda? Nome de prédio. É o cúmulo da falta de criatividade. Ou é nome de santo, ou é nome de flor, ou é o nome de algum lugar pomposo, tipo "Jardins de Luxemburgo", "Condomínio Beverly Hills". E você olha é aquele bloco de três andares, caindo os pedaços.
Aí meu chefe disse:
- Ou é nome de mulher. Eu moro num prédio com nome de prostituta, o prédio Michelle.
Aí o Alan falou bem baixinho:
- É o nome da minha irmã.

E tem salário que paga isso? Tem não...
Sem contar aquela que eu já contei aqui no blog mas vou repetir para os novos leitores:

- Oi, eu queria falar com o presidente da empresa.
- Quem deseja?
- É a Amarílis, do Anuário.
- Heim?
- A Amarílis, do Anuário.
- Como?
- A Amarílis, do Anuário.
- Marília do Januário?

Essa mesma.
Agora na versão PHD - Por Hora, Desempregada.
Como diria o Raul Gil, pegue o seu banquinho e saia de mansinho.

Vou catar meus cacarecos, desligar os computadores e o ar condicionado e sair de mansinho. Sem me despedir do Fábio, do Jocélio, da Cacau, do Alan e da Daniella. Talvez seja melhor assim. Despedidas são tão constrangedoras... Eu choro, fico com a cara vermelha, o nariz escorrendo, ninguém consegue entender uma palavra do que eu digo... No que não se perde nada, pois eu estarei dizendo algo do tipo:
- Adeus. Eu nunca me esquecerei de você, Jack. Rose, prometa que você não vai desistir. Cof, cof... prometa... Near, far, wherever you are, I believe that the heart does go on...

:)
Melhor mesmo ir assim, à francesa. Apagar as luzes, fechar a porta e sorrir para o dia lá fora. Está um dia tão bonito. Acho que amanhã eu vou para a praia.

sexta-feira, maio 10, 2002

A dança da chuva
Em homenagem aos meus amigos que defendem a monografia hoje e com os quais comemorarei mais tarde, este post vai assim:

A INTRODUÇÃO
O rico caldeirão cultural brasileiro deve muito de seu sabor à influência indígena. Vários aspectos culturais próprios destes nossos antepassados permanecem vivos no nosso cotidiano, como bem destaca o sociólogo Gilberto Freyre:

“O brasileiro de hoje, amante do banho e sempre de pente e espelhinho no bolso, o cabelo brilhante de loção ou de óleo de coco, reflete a influência de tão remotos avôs”.
(FREYRE, Gilberto: Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal. Rio de Janeiro: Maia & Schmidt, 1933).

(Óleo de coco no cabelo?
Ou seja, existe uma explicação sociológica para nossa cafonice.
Mas voltando ao assunto...)


Sem mencionar a rede, as brincadeiras, os mitos, alimentos como o mingau e mugunzá e inúmeros outros legados que continuam presentes em nossa sociedade... Entretanto, muitos hábitos indígenas foram abandonados ao longo do tempo, como, por exemplo: a dança da chuva.

O PROBLEMA
Não é novidade que a população nordestina há muito padece com a seca. O drama vivido pelos retirantes está retratado em obras belíssimas como "O Quinze", de Rachel de Queiroz e "Vidas Secas", de Graciliano Ramos. Entretanto, não há nada de beleza ou poesia no sofrimento destas famílias.
E diante deste fato pouco têm sido feito pelas autoridades governamentais.
Motivo pelo qual consideramos urgente a necessidade de formas alternativas de combate à seca que possam ser colocadas em prática pela própria sociedade civil.

A TESE
Baseados em observações, chegamos à tese da "dança da chuva". Uma alternativa moderna, adequada ao atual contexto social, para o antigo ritual indígena. De acordo com nossos estudos, para fazer chover MUITO em uma cidade nordestina, basta seguir os seguintes passos:

- Saia para dançar
- Em um lugar onde haja muitos caras interessantes
- Vá de branco
- Sem sutiã
- Com muuuuita maquiagem preta nos olhos
- E escova no cabelo

Você vai perceber que, mesmo contra todas as previsões pluviométricas, vai cair um temporal.

ESTUDO DE CASO
Fomos ontem para o Docas. Eu, a Marina e a Mônica. Era a festa de lançamento do site Tá no meio e algumas bandas de amigos nossos iam tocar. Sabe-se lá por quê, coincidiu de nós três irmos com o visual Margô Tenembaum. Ou seja: muito lápis, muito rímel e muita sombra escura.
Cool, no mínimo.

Fomos para fila e tal, aí chegam a Clarissa e a Amira vestindo, respectivamente, calça e blusa brancas.
Era a peça que faltava para que o ciclo se fechasse.
As nuvens retorceram-se no céu diante de nossos olhares incrédulos:
- Gente, eu acho que vai chover...

Dito e feito. Desabou uma tempestade daquelas. E a gente não tinha como se proteger, e tentava cobrir o rosto com a mão para não borrar a maquiagem, e a Mônica tentando proteger o cabelo, e a chuva caindo loucamente:
- Meu Deus, essa fila não anda!!!!!

Enfim, entramos. Em estado deplorável. Deixando atrás de nós aquele rastro de água tipo quando o monstro do pântano vai atacar as pessoas na cidade...
E os olhares, antes de admiração pelo nosso super visual "cool" eram agora de surpresa e comiseração...

Quando olhamos no espelho do banheiro, era só as lágrimas negras de Petra von Kant escorrendo pelo rosto. Lama dentro do sapato. A roupa completamente encharcada. Aí entra uma menina com a mão nos cabelos e cara de choro: "Ai, minha escova..."
Triste demais.

CONCLUSÃO
Assim como são as pessoas são as criaturas.
Mais vale um jegue que me carregue que um cavalo que me derrube.
Casa de ferreiro, espeto de pau.

E tenho dito.

*******************
Celebridade
Pois bem, mas mazelas à parte, a festa foi muito legal.
Aconteceu uma coisa muito jóia. Quando a gente está saindo do banheiro, vem uma menina correndo:
- Você é a Amarílis?
- Sou eu!!!
- Que massa! Sou eu, a Mariana, eu leio o teu blog todo dia!!!!

Gente, vivi meu momento celebridade! Que emoção!!!!
:)
E quando ela conheceu as meninas também?
- Eu sou a Verborragia.
- Eu sou a Dias e Noites.
Nossa, que empolgação!
Meninas, estamos famosas!!!!!
Agora só falta ficar ricas!

**********************
Homens
Aí eu fui contar para um amigo meu esta história, que tinha encontrado uma fã do blog etc e tal. Ele diz o seguinte:
- Ah, mas o teu blog está muito mulherzinha.
- Você lê?
- Não, mas se você tem uma fã mulher, é porque o blog está muito mulherzinha. - olha o raciocínio da figura - Você tem que fazer umas coisas diferentes para atrair o público masculino.
- É mesmo? Como o quê?
- Ah, coloca sexo e tal...
- Sexo? Bom, levando-se em consideração que eu não minto no blog, vai ser meio difícil colocar sexo ali...
- Ah, então coloca umas mulheres peladas, fala de futebol, etc e tal... e comida.
- Comida? Você quer que eu coloque receita no blog?
- Não, tipo para os caras saberem que você cozinha bem, você coloca assim: ah, fiz uma lasanha ótima para os seus amigos ontem...

Cara, eu não acreditava...
Mas vamos seguir estas dicas para ver como fica. Sendo que ao invés de Moshi Moshi, você lerá agora o blog...

MACHO MACHO

Oi, gente, e aí? Pois é, fui para uma festa massa ontem. Teve sexo. Muito legal. Aí tipo eu fiquei com uns caras, rolou a maior orgia. Muito sexo. Legal.
E a seleção, heim? Felipão tá vacilando. Cara, nada a ver não colocar o Romário. O baixinho é fera. Se garante demais. A copa taí, né. Japão. Pô, cara, e o Ronaldinho, heim? Ronaldinho é Ronaldinho. O cara é craque.
Legal.





Ah, sim! E eu fiz uma lasanha ótima para os meus amigos ontem.
E depois a gente fez sexo.

Quero um sonrisal...

quinta-feira, maio 09, 2002

Sobre a religiosidade:
"Prefiro o paraíso pelo clima, e o inferno pela companhia"
Mark Twain



Diz o Censo que o brasileiro está se tornando menos católico.
Na contramão da sociedade – como sempre – lá vou eu, que nunca fui católica, muito menos santa, anotar na agenda um compromisso irrevogável: não posso perder, na próxima segunda-feira, dia 13, a missa de Nossa Senhora de Fátima.

Sério, não sou católica.
Tampouco budista, muçulmana, judia, espírita ou testemunha de Jeová.
Meu pai é ateu e, como tal, decidiu que nos criaria (a mim e aos meus irmãos) fora de qualquer religião. Se, quando fôssemos adultos, quiséssemos optar por esta ou aquela crença, tudo bem. Mas sem pressão familiar.

Só que, ironicamente, ele matriculou a gente em um colégio de freiras. E foi argumentar com a diretora que ensino religioso não era obrigatório e que por conta disso não queria que a gente tivesse aulas de religião. Ou seja, toda sexta-feira de manhã:
- Amarílis, por favor, retire-se da sala. Seu pai não quer que você aprenda os princípios cristãos da bondade e do amor ao próximo.

E lá ia eu para o pátio, morta de vergonha. Mas o pior não era isso, era as crianças do maternal correndo ao meu redor gritando:
“Herege! Herege! Herege!”
Gente, ser filho de comunista ateu é dose...

Se eu tivesse mais senso de humor na época, podia ter fingido que estava possuída, que tal? Ia ser o maior barato fingir umas convulsões e ver aquela criançada toda correndo apavorada, mesmo que isso me rendesse uma suspensão.





Mas enfim, eu cresci e sou hoje esta pessoa mentalmente saudável como vocês podem ver. Certo, não tãaaao mentalmente saudável, mas nada que um bom analista não resolva. Pois bem, cresci e fiquei assim, com a turma do não confirmo e nem duvido.
Deus existe?
Peço ajuda aos universitários.

E quanto a meus irmãos?
A Érika decidiu que quer ser cientista. Odeia todo tipo de misticismo e não vacila em dizer que a religião é o ópio do povo. Entretanto, na hora do sufoco, se apega a Santo Expedito, que é o das causas impossíveis, como ninguém.

Já a Cássia, minha irmã caçula, quis porque quis fazer a catequese e a primeira comunhão. Foi lá e fez. Depois a gente ficou aperreando: qual é o gosto da hóstia? É doce? É salgado? É crocante?

E o Pedro, meu irmão, gosta de futebol e vídeo game.

Aí eu saí de casa, vim morar em Fortaleza. Onde? Em um pensionato de freiras.
Claro.
E como explicar às irmãs por que eu NUNCA ia à missa?
E por que eu NUNCA me confessava?
E por que eu NUNCA comungava?

Até que uma delas, irmã Margareth, veio perguntar se eu usava drogas...
E outra me deu para ler um livro sobre a vida de Santa Teresa D´Ávila...
E outra me colocou para ser a menina que leva a taça de vinho pro altar na missa de fim de ano... E eu fui.

Porque na verdade essas coisas nunca me incomodaram. Desde que as pessoas não venham querendo me doutrinar, eu gosto de ouvir as parábolas cristãs, as teses espíritas, as pequenas lições budistas, os milagres de Sai Baba...




Eu acho bonito o povo entregando flores para Iemanjá no 1o dia do ano, os romeiros cantando em Juazeiro do Norte, as danças indígenas para Tupã...

E eu achei muito bonito quando, no meu primeiro ano aqui em Fortaleza, indo para a faculdade, vi aquela multidão na avenida 13 de maio. O que é isso? “Hoje é o dia de Nossa Senhora de Fátima, tem missa aqui o dia inteiro”. Prometi para mim mesma: no próximo ano eu venho.

Só que no outro ano eu não fui, no outro fiquei com preguiça, no outro estava viajando. Seis anos se passaram e eu nunca fui lá na missa do dia 13 de maio para N. Sra. de Fátima.

E agora, diante das grandes perspectivas de me mudar para São Paulo em agosto, coloquei como meta ir nessa missa. Não porque eu seja católica, não porque eu tenha feito alguma promessa, não porque eu queira pedir sorte em São Paulo.

Mas porque eu quero agradecer por todas as coisas boas que aconteceram nestes seis anos aqui em Fortaleza... As pessoas que conheci... As coisas que aprendi... As experiências pelas quais passei...

E esse agradecimento que pode ser para Deus, Alá, Oxum, Buda, Zeus, Destino, Roteirista, sei lá... Vai por intermédio da Fatinha.
Galera do imponderável, valeu!

quarta-feira, maio 08, 2002

Eu e meus super-poderes
Lembram quando eu disse, há alguns dias, que ia virar a Mulher Feijoada?
Pois é, aquela reação alérgica não aconteceu. Não desenvolvi super-poderes, não entrei para o Clube da Justiça, não ganhei um uniforme colorido. Enfim, continuava uma menina normal, cujo cabelo alguns dias acorda indomável, viciada nos seriados da Sony e que anda preocupada com a próxima fatura da C&A, que vai vir um absurdo de cara. Só.

Mas aí eu descobri a verdade. Eu sou uma X-man e tenho um super-poder.
Só que assim como a Vampira, que não podia tocar ninguém, e o Ciclope, cujo olhar 43 mata qualquer um, este poder é fonte de angústia e vexame.



Sério, os X-man sempre foram meus heróis preferidos por conta disso: eles tinham várias crises existenciais e sofriam que só até descobrir que tinham super-poderes. E nem sempre sabiam dominar seus dons.
Pois bem, hoje eu compreendo esta dor. Pois eu descobri que eu sou...
A GAROTA TESTA

Acontece sempre que eu minto:
- Nem adianta disfarçar, Amarílis. Está escrito em sua testa!!
Em letras garrafais, em neon, piscando loucamente: Alarme! Alarme! Ela está mentindo!!! Ela está mentindo!!

Ou quando eu estou triste:
- Que foi que aconteceu?
- Nada.
- Como assim nada. Está escrito em sua testa!!
E a sirene enlouquecida: Alarme! Alarme! Ela está deprimida!!! Alarme!!!

Isso me acompanha desde a infância, mas só hoje me dei conta, quando um amiga disse mais ou menos assim:
- É claro que você está gostando dele. Está escrito na sua testa!!!!
E deu como exemplo outra vez, durante uma viagem, em que fiquei interessada por um cara. Eu estava crente que era a mais discreta e sutil das criaturas, até ela dizer:
"Você está a-pai-xo-na-da. Está escrito em sua testa!!"

E de vários outros exemplos eu me lembrei, em que outras amigas, professores, namorados e até desconhecidos disseram:
- Está escrito em sua testa!!!
Que testa é essa, pelo amor de Deus?

O X-man Xavier não tem o poder de ler os pensamentos alheios? Pronto, pois eu tenho o de escrever meus pensamentos na testa. O que é péssimo, pois significa que eu não consigo disfarçar nada. Qual a vantagem de ter esse poder? Se é que isso pode ser chamado de poder... Com quem eu vou fazer dupla na hora de lutar contra o Mal? Com a garota Bochecha de Tomate? E os bandidos destruidores rindo da gente:
- Hahaha!!! Olha aquela ali morrendo de vergonha de lutar em público, vermelha como um tomate!
- E a outra? Tá escrito na testa: ai, tô morrendo de medo!!!





E se eu fosse capturada pelo vilão:
- Confesse, agora, onde está escondida a super nave nuclear orto-molecular JWZ-Y?
- Não, eu nunca direi a você!
- Já disse, está escrito em sua testa. Anote aí, Magneto: Rua Jeca Tatu, edifício Gardênia, bloco E, 5o andar. Se ninguém atender, chama pela vizinha, D. Mazé, que ela tem a chave pra caso de emergência.

Mas eu creio que ainda posso aprender a usar meu poder (?) de modo produtivo.

Vejo grandes oportunidades, por exemplo, no mercado publicitário. Um out-door ambulante. Já pensou que beleza? Eu andando por aí com aquela inscrição em neon na testa:
"Adoro o milk shake do Bobs",
"Não perca, super promoção hoje na Marisa",
"Mamão Papaya, só 25 centavos o quilo".

Porém, algo me entristece. Já notaram que todo super-herói tem uma vida afetiva complicada? Comigo principalmente. É fatal: quando você demonstra muito interesse, a pessoa se sente logo por cima da carne seca, com direito a te dar aquela esnobada. Mesmo que goste de você, fica em uma situação confortável, pois seus sentimentos estão ali, explícitos. E agora, como hei de encarar o menino na próxima festa?
E a testa piscando loucamente:
APAIXONADA! APAIXONADA! APAIXONADA!

Acho que vou começar a usar franja.


terça-feira, maio 07, 2002

Pedi uma pizza na hora do almoço. De frango e catupiry.
Só que sobre a minha maravilhosa pizza de frango e catupiry, o que vejo? Milho, muito milho.
Certo, agora a parte que me torna esquisita:
Eu não consigo comer frango com milho. Pelo mesmo motivo que não consigo como frango com ovo.

Vocês também acham essas combinações bizarras ou sou só eu?
Este é para o Sanzio, amigo da Mari:
soube que ao invés de Moshi Moshi, você anda chamando meu blog de Sashimi!!!
Tô te monitorando, camisa xadrez!!!
:-P




Aderindo à campanha
Gente, a idéia está lançada: I Enbloce - Encontro de Blogueiros do Ceará.
A Mari até criou um e-mail pra isso: enbloce@hotmail.com
Certo, até agora a única coisa concreta que a gente tem pro encontro é esse e-mail mesmo... Mas se um monte de gente escrever dando umas idéias legais quem sabe a gente não faz um mega evento?
Participe!
Casal 20
A bacana Liliana, que eu só conheço virtualmente, avisou-me: Jared Leto está saindo com a Cameron Diaz.
Gente, por favor, eu não quero que este blog se transforme na versão virtual da Contigo, mas o assunto é sério pois Jared representou muito para mim e eu não posso simplesmente ignorar que agora ele está com aquela umazinha.
Ele é bonito demais pra ela, observe:

JARED




CAMERON




Pra vocês verem o poder de uma boa edição!! Como diria a Débora: por isso que o Lula não ganhou a eleição em 89!

segunda-feira, maio 06, 2002

Superior
E outra chegou para mim ontem assim:
"Amarílis, sou uma mulher superior. Liguei para o fulaninho."
"Massa, cara, que coragem. Estou orgulhosa demais!"
"Pois é, a gente tem que mudar o padrão. Ir à luta, fazer acontecer."
"Mas não é fácil, né? Todo mundo tem medo da rejeição..."
"Pois é, eu estava na maior dúvida. Mas aí fui consultar o tarô no Terra e quando eu li que era para manifestar meus desejos, criei coragem e liguei".
Tarô do Terra?
Certo, então ainda falta um pouco para ser mesmo uma mulher superior. Mas já valeu o primeio passo. Parabéns!
Procura-se
Receber spam é um saco, mas tudo bem, já estamos acostumados. Só que agora a coisa piorou, uma amiga minha recebeu um spam para trabalhar numa agência de acompanhantes! Está chocada, é claro. A gente é moça séria!

Ah, a Net foi instalada lá em casa. O que é ótimo e péssimo: estou viciada.
Sexta cheguei do Arlindo à 1h da manhã e liguei a TV.
Sábado assim que eu cheguei da rave do Biruta, liguei a TV.
Domingo assim que eu cheguei da casa da Mel, liguei a TV.

Fiquei a tarde toda deitada, com a mão em cima da barriga, "fazendo a digestão", que nem diz a mamãe, e vendo TV. Vi aqueles programas tipo "o fantástico mundo selvagem dos tatu-peba", um programa de auditório italiano, clips, A Vaca e o Frango, mas principalmente os seriados da Sony.
Feliz, feliz...
Eu amo esses seriados.
Vi "That´s 70 show", que é muuuito legal.
Vi "Dawson´s Creek", que é a pior série de todos os tempos e eu assisto do mesmo jeito.
Vi "Charmed", que está bem melhor sem a charlatã da Shannen Dohert - ô figura barraqueira.

Mas já que o tema é seriado, quero fazer uma justa homenagem à melhor série de todas: "Minha Vida de Cão".
Vocês se lembram?





Era muito legal. Não sei porque acabou. Eu não assisti quando passava no SBT. O Ricardo que gravou todos episódios e, um belo dia, me emprestou a fita. Eu assisti tudo de uma só vez e me envolvi completamente com a história. Mas fiquei passada com o fim, que na verdade não é fim. A série teve apenas 19 episódios e acabou na primeira temporada, apesar do sucesso de público e de crítica. "Minha vida de cão" era uma série tão boa que obteve quatro indicações para o Globo de Ouro de 1996, entre os quais o de melhor atriz para Claire Danes, que levou o troféu para casa.

Mesmo assim, o seriado acabou, deixando uma série de perguntas no ar:
O que aconteceu com a vadia da Rayanne que dormiu com o ex-namorado da melhor amiga?
O que Angela faria após descobrir que o autor das cartas românticas não era Jordan Catalano, e sim o chato-bacana Brian Krakow (filho de psicólogos, coitado... Tudo o que ele fazia os pais entendiam como sendo fruto de uma fase repleta de altas pressões psicológicas que um dia serão superadas desde que ele não sublime suas emoções e aprenda a trabalhar o desequilíbrio entre o ego e super ego e alter ego e sei lá o quê).
Será que ela ficaria com o Brian?
Difícil, meu povo. Simplesmente porque Jordan Catalano era interpretado por ninguém menos, ninguém mais que Jared Leto.

Mônica, desde que você colocou a foto do Ewan no teu blog que eu estava com vontade de por aqui a do Jared Leto, meu sonho de consumo. Mulherada, apertem os cintos (Sem gritos histéricos, por favor. Olha a classe).




Power beans
Sexta-feira no self-service: oba, feijoada!!
Sábado no aniversário da Carol: feijoada!!
Domingo na casa da Melissa: feijoada!!

Valha, será que eu vou desenvolver alguma reação alérgica e tipo ganhar super poderes e virar a
MULHER FEIJOADA?!?!!
Busão II
A aventura continua.
Estou voltando pra casa, sexta-feira, na paz, quando um rapaz lá na frente se levanta. Ele estava com uma daquelas calças imensas que meninos metidos a skatistas adoram usar, sabe? Daquelas que ficam com os fundos lá embaixo mostrando a cueca?
Só que sem cueca.
Heim?
Entrou uma mulher na minha frente.
Não creio, penso eu, aquele moleque está sem cueca mostrando a buzanfa na maior?
Para comprovar que não foi uma ilusão de ótica, eu me inclinei para a direita até ver de novo. Sim, ele está sem cueca, a bunda no mundo!!!! Meu Deus!
Aí dois rapazes ao meu lado começam a rir:
Hahahahaha!!! Olha só, a menina ainda se inclinou pra ver melhor!!
E a minha cara?
Que mico.

Mas isso me inspira para uma nova empreitada:
O guia prático de elegância para homens do Moshi Moshi

Dica número 1
Calças enormes que ficam caindo pela cintura e mostrando a cueca.
Não use. É péssimo, é feio, é horrível. Mas se for usar, por gentileza, use cueca.

Dica número 2
Camisa xadrez
Nada contra quem usa camisa xadrez de vez em quando. Devo reconhecer, inclusive, que uma camisa xadrez pode ser bonita e estilosa (sim, isto é possível). Mas é muita falta de criatividade usar camisa xadrez todo dia, ainda mais aquela clássica, azul e branca. Você está numa festa junina, por acaso?
Se o seu namorado possui esta estranha obsessão com camisa xadrez, adote a seguinte estratégia: toda vez que ele for sair com a bendita camisa, coloque seu chapéu de palha - com trancinhas. Anarriê!

Dica número 3
Colares, anéis, pulseiras e brincos.
Aqui o terreno é mais difícil. Acho lindo homem que usa esses apetrechos, mas tudo depende do bom-senso e cada caso deve ser avaliado individualmente. Ainda assim, vou arriscar a seguinte dica:
Se for de ouro - não use.
Se for de ouro, daquelas correntes bem grossas - pela santíssima trindade, não use. Não use mesmo.
Outros materiais, como couro, nylon, barbante etc e tal podem gerar peças interessantes, mas têm que combinar com o seu estilo. Uma peça feia pode ficar estilosa se o cara tem toda aquela atitude. E mais feia ainda se não tiver nada a ver com a pessoa. Por exemplo:
- Puseira punk + blusa preta -> massa.
- Pulseira punk + camisa xadrez azul -> não use
- Qualquer coisa + camisa xadrez azul - > não use
- camisa xadrez azul -> não use

Dica número 4
Colete
Mas vocês vão perguntar: e alguém ainda usa colete nesse mundo?
É raro, mas a ameaça permance latente no submundo dos guarda-roupas. Sexta-feira, numa mesa de bar, eu estava conversando sobre os anos oitenta com um amigo, quando eu lembrei dos famigerados coletes coloridos.
- Ah, eu lembro!, disse ele, eu até vinha com um hoje - e ao ver minha cara incrédula, ele pergunta - Que foi? Já saiu de moda?
Que coincidência este resultado, heim?
:)




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sexta-feira, maio 03, 2002

A mamãe disse que no dia em que ganhar na sena, vai me dar um carro. Eu digo “mamãe, no dia em que a senhora ganhar na sena eu vou é pegar o primeiro avião para a Europa”.
Mas enquanto isso não acontece, eu vou ficando aqui pelo Brasil e andando de ônibus mesmo. E o pior: gostando.

Hoje.
Hoje, como em todas as manhãs, eu peguei o Conjunto Ceará Papicu para vir ao trabalho. Vinha distraída, pensando nos afazeres do dia, como todos ao meu redor. Gente simples, indo para o trabalho ou para a escola, em silêncio-matutado – “onde foi que eu esqueci a caderneta?”, “preciso telefonar pra dona Antônia depois...” – ou só silêncio-silêncio, de quem olha a paisagem sem grandes considerações. A paisagem? Ruas, carros, uma igreja, lojas de móveis... Nada muito bonito. Nem feio. Coisas que de tanto serem vistas, diariamente, no mesmo horário, já fazem parte dos olhos.

Íamos assim, lado a lado mas sozinhos, quando um solavanco nos sacode.
Vrrrr, vrrrrr, vrrrrrr....

O ônibus parou, não quer pegar. O motorista tenta, afunda o pé no acelerador:
Vrrrrrrrrrrrrrrr....
Vrrrrrrrrrrrrrrr....
Vrrrrrrrrrrrrrrr...
O ônibus parece que vai, avança e estanca de vez.
- Eita, diacho!!! – grita alguém lá atrás.

É a senha. É como se abrisse uma cortina e os personagens aparecessem. O primeiro é o cidadão indignado:
“Isso é uma lata velha mesmo, devia deixar esse ônibus aqui”.
Uma senhora de cabelos brancos, óculos escuros e bolsa a tiracolo grita atrás de mim:
“Arrocha, motorista!”
Mas ninguém parece realmente aborrecido com o imprevisto. Estamos, isto sim, ansiosos com o espetáculo. Então surge mais um Didi Mocó da vida:
“Tem pressa não, amizade. Pode ir assim mesmo, só de pulinho em pulinho!”

Todos riem. Ele se empolga, começa a brincar com a situação. Está ao meu lado, de blusa azul, barrigudinho. O motorista afunda o pé...
Vrrrrrrrrrrr.....
Grita o Didi: “Segura que agora vai, negada!”
Vrrrr...Vrrrr...
Vrrrrrrr...
O ônibus estanca abruptamente. Com o susto. A mulher ao meu lado tem uma crise de riso. Olha para mim, os olhos brilhantes, a mão na altura do peito. “Valha-me Nossa Senhora”. Rio também e percebo (que coisa!) que entre nós está selado um pacto efêmero de amizade.

Outro Conjunto Ceará Papicu passa ao nosso lado. Alguém sugere “Motorista, para aí que a gente vai pegar outro carro”. Todos se levantam. Mas o motorista assossega:
“Calma aí, pessoal, que agora vai pegar”.
Os passageiros entreolham-se, decidem dar um voto de confiança ao motorista.
Vrr... Vrrrr... Vrrrrrr....Vrrrrrrrrrrrrrr...

Pegou. A galera comemora e o show continua. O Didi já está conversando com o cobrador, falando alto, apoiado pelas risadas da senhora de óculos escuros. Pra subir a Barão de Studart, outro sufoco, mas vencido o trecho, um velhinho de voz rouca anuncia:
“Pra baixo todo santo ajuda!”
Sabedoria popular. Apoiado! Apoiado!

Atrás dele uma mocinha fecha a cara. Não deve gostar desta turba barulhenta. Desta súbita amizade que faz com que o tal Didi agora se debruce sobre sua cadeira, para falar melhor com o cobrador, e com que a senhora da frente já ofereça uma azedinha para o senhor de voz rouca. Brasileiro é assim, povo sem limites. Meia corda de conversa e já se sente todo íntimo.

Eu gosto. Gosto desse jeitinho brasileiro, gaiato e inconveniente. De puxar conversa em fila de banco, sorrir para desconhecidos e meter o bedelho onde não foi chamado.
Mas entendo quem não gosta, quem acha que isso ainda prova o quanto estamos distantes da civilização. Pois realmente a linha entre espontaneidade e grosseria é sutil, leva a abusos, a confusões sobre o público e o privado. Para quem é menos tolerante, não faltam exemplos diários do quanto esse povo brasileiro é mal educado.
Para esses, porém, eu termino este post com um exemplo de gentileza:

Após o conturbado trajeto, que me atrasou em meia hora pro trabalho, puxo a cordinha para descer na próxima parada.
À minha frente está uma senhora já dos tempos dourados, reflexos loiros nos cabelos brancos, bolsa grande, sapatos baixos, terço nos pulso. Simples, mas dona daquele tipo de beleza que o tempo não tira.
Na pracinha, ela prepara-se para descer. Com certa dificuldade, desce um degrau, desce o segundo. Quando um senhor, também já velhinho, lhe oferece a mão.

Ele está elegante, em seu traje todo branco, barba aparada, cabelo liso. Ela sorri, pousa suavemente a mão sobre a dele e desce a escada com o queixo altivo. Depois agradece com um leve menear de cabeça, como se tivessem dançado uma valsa. O cavalheiro lhe abre passagem, inclinando-se levemente, e sobe no ônibus do qual ela acabou de descer.
Trocaram olhares, talvez? Um desejo fortuito?

Não... não...
Eu é que tenho mania de romancear o mundo.

quinta-feira, maio 02, 2002

Cinderela chocada
Feriado. Chuva o dia inteiro. Praia? Sem condições...
Tudo bem, vamos ao cinema. Ver "O Conde de Monte Cristo" (James Caviezal, onde é que a gente compra um homem desses pelamordedeus?!). Depois um programinha light: ouvir a trilha sonora de Cidade dos Anjos, jogar Master e comer pizza.
Ilis, Dê, Debi e Mel.
Pelos apelidos já dá para sentir que são quatro mocinhas. Quatro moças de fino trato e boa família. Parecia aquelas ladies palacianas que, na falta do que fazer, ficavam brincando de adivinhações com seus vestidos de mangas bufantes:
- Ah, que pergunta difícil, heim, Dê?
- Poxa, Ílis, eu também não sei...
- Muito bem, Débi, sua vez: qual a língua falada em Moçambique?
- Português!
- Iupiii! Acertou!

Aí chega a vez da Mel. Um pergunta péssima, tipo quantas escamas tem um cará-tilápia de 2kg. Ao que ela exclama indignada:
"Puta que pariu!, disse a princesinha ao ver o pênis ereto do príncipe."





Mãe, eu tento. Mas com essas amigas que Deus me deu, é difícil manter a classe.
Débora, traz lá o baralho. Denise, vai buscar a vodka na geladeira, que eu vou por Placebo no último volume.

E que venha o príncipe!!!

quarta-feira, maio 01, 2002

Como espantar ladrões, assassinos e tarados
Neste mundo atribulado e repleto de desigualdades sociais em que vivemos, a violência é um fator cada vez mais constante. O problema é especialmente grave nas grandes cidades, onde o contraste entre a miséria de muitos e a opulência de poucos é terrivelmente gritante. Porém, as cidades do interior também vêm sofrendo com esta triste realidade, e de cenário bucólico onde as crianças brincam tranqüilas e os adultos conversam em cadeiras na calçada, vêm se tornando palco para sequestros, chacinas e outras atrocidades.

A verdade é que hoje ninguém pode andar tranqüilo pelas ruas, especialmente à noite. Para nós, moças, os momentos em que somos obrigadas a andar sozinha em ruas escuras podem ser algo aterrorizante. Diante desta conjuntura, inúmeros artifícios vêm sendo criados, como aquele boneco horroroso de acrílico para ser colocado no banco de passageiro do carro.
A mais recente técnica, porém, foi criada por uma jovem estudante de Fortaleza. A identidade de nossa entrevistada será mantida em segredo por questão de segurança.

DEPOIMENTO VERDADE
(aparece uma moça no contra luz. Há uma tarja negra sobre seus olhos e sua voz foi distorcida eletrônicamente, parecendo uma mistura de Macy Gray com Wanessa Camargo)
"Eu estava andando numa rua escura, sozinha, quando vi um cara estranho se aproximadando. Ele era mal-encarado, sabe? Horrível. Eu fiquei logo apavorada. Pensei: Meu Deus, é hoje. É hoje que eu vou ser assaltada, espancada, estuprada. Ele veio vindo e eu morrendo de medo, aí eu tive aquele insight: enfiei o dedo no nariz. Tirei a meleca, fiz uma bolinha e ainda passei na parede."

A estratégia foi bem-sucedida. O cara olhou como se ela fosse doida e afastou-se. Desde então, nossa companheira vem usando a tática do dedo no nariz com excelentes resultados. Não apenas em situações de perigo, mas, por exemplo, quando um mala está dando em cima dela, ela não vacila. Para espantar o intrometido, enfia o dedo no nariz. E faz uma bolinha.

Não tem erro.