sexta-feira, setembro 26, 2003

Notícias do salão

E hoje almoçando com uma amiga, ela me contou como foi mesmo que sua depilação rendeu um furo de reportagem em esportes.
Acreditem. É sério.

E além de ter dado um furo super legal pelo qual acabou sendo contratada no jornal, ela conta a melhor parte: "menina, funciona... nunca mais me submeterei à tortura da cera quente, graças a Deus!"
ai inveja...

quinta-feira, setembro 18, 2003

Pão de acúcar!
E essa vai pra Barbra que, eu já estou adivinhando, vai rir um monte!

Pois, menina, nem te conto que tem uns três dias, eu com um mau humor do cão por ter caído da minha cama para ir a uma pauta lá onde Judas perdeu as botas na periferia da periferia da periferia em mais uma inauguração da prefeitura, olha para o lado e o que vejo?






Peraí, acho que não estou vendo bem...
Será que...?
Não... Não pode ser...
Olho de novo e vejo...





Oh!
Meu Deus, é o Olivier Anquier!

Chamo uma amiga minha que trabalha em outro jornal mas ela já chega mais embascada que eu com a novidade!
- O Olivier!
- Eu vi! O Olivier!
- É ele, o Olivier!
- Sim, o Olivier!!!
E lá vem a fotógrafa correndo:
- Ó a foto que eu tirei do Olivier!

Após o deslumbre, a dúvida: mas o que um homem como você está fazendo em um lugar como esse? Aceita um drink?
- Vamos entrevistar!
- Pega o gravador! Pega a fita!
- Pega o batom!

E lá vem o assessor da dona prefeita:
- Mas vocês são umas assanhadas mesmo, não?
- ´Magina. Estamos exclusivamente fazendo o nosso trabalho!
- Ah, é? Pois ali está o presidente da "super mega organização empresa sei lá o que das quantas", por que vocês não vão entrevistá-lo?
A gente olha. Baixinho. Barrigudo. Careca.
No way.

- Olivier!
- Olivier!
- Olivier, por favor, você poderia dar uma entrevista pra gente?
- Bien sûr, ma cherie!
Ele sorri.
Estou cega! Estou cega!
Meu Deus, isso é um sorriso ou é um eclipse?!

Mas não me perguntem o que aquele homem falou, o que eu perguntei, naqueles dois minutos sublimes... porque depois veio outra repórter perguntar o porquê de ele estar ali e eu apenas respondi: caiu do céu.

Na minha mente, se é que houve algum pensamento além do "tenho que parar de babar... tenho que parar de babar...", esse foi o de eu e a Barbra no supermercado, com várias garrafas de cerveja no carrinho, morrendo de rir na padaria e dizendo uma pra outra: "Você já experimentou a baguete do Olivier Anquier?", "Como é dura essa baguete!"
Hahahahah!!!! Ai, meu Deus, que baixaria... Mas o que seria de nossa sociedade sem um quê de baixaria, não é mesmo?

Só sei que, horas depois, minha editora veio reclamar aqui na minha mesa como é que eu não havia visto que fulano e sicrano estavam lá no evento e que haviam dito isso e aquilo e que haviam respondido sei lá o quê, fui honesta.
- O Olivier Anquier estava lá...
- O Olivier?
- Sim... E... ele sorriu pra mim.
Ela fez uma pausa. Pensou durante alguns instantes e, solidária à extensão que um fato como esse tem na vida de uma pessoa, colocou a mão em meu ombro e disse:
- ... eu te entendo ...
Hipocampos




Unicórnios são hipotéticos

sexta-feira, setembro 12, 2003

Sale!

Voltando do curso de inglês, meus olhos são imediatamente atraídos para uma vitrine, onde leio as palavras mágicas:
"Super Promoção
Jaquetas R$ 19,90"

Cansada do frio congelante que me oprime e da cafonice climaticamente imposta a essa jovem de bom-gosto que vos escreve, resolvi aproveitar as jaquetas a apenas 19 reais!!! (sim, porque os 90 centavos nessa hora a gente sempre desconsidera...)

Experimentei um casaco, outro, mais outro.
Enfim, escolhi dois. Um vermelhinho e um cinza.
Vou pagar, a moça me entrega a nota:
R$ 80,00!!!!
Aaaahhhhhhhh!!!!

- Moça, eu acho que tem um engano aqui. Essas jaquetas não são R$ 19,90?
- Não, o preço é a partir de R$ 19,90.
(puta merda, caí nessa artimanha!)
- As de 19 são aquelas ali da entrada.
(olho para as coitadas - um lixo)
- Essas que você escolheu são R$ 39,90.
- Nossa, como estão caras!!!
- Mas _acrescenta a moça_ elas também estão de promoção. Elas custavam R$ 60. É um desconto de 40%.
- Quase a metade! Hmmm... estao de promoção?
- Últimas peças.
- Vou levar.

Não é culpa minha.
Se não houvessem apagado isso da minha memória, eu me lembraria da vez em que fui raptada por cientistas publicitários maquiavélicos que alteraram meu processo cerebral.
Durante meses, num laboratório escondido, transformada em cobaia, submetida a testes com embalages, cupons e slogans. "Compre batom... Compre batom... Compre batom..."
Eu e uma macaquinha, a Dorothy.
Com ela era "compre banana... compre banana..."
Dizem que Dorothy morreu de congestão, após encontrar um feirante que vendia a nanica por R$ 0,05 a dúzia.
Mas a verdade nunca foi esclarecida.

Da minha parte, não posso passar na frente de uma loja de cosméticos...

quarta-feira, setembro 03, 2003

Ainda drags

1. Choque

Meu namorado fez uma ponta numa filme sobre drag queens.
Aaaaaarrrgghhhh!!!!!!!

Calma, calma, era so para causar frisson.
Em termos reais, minha sogra (ai que palavra feia!), minha amiga Alice fez um curta-metragem sobre uma drag chamada Shirley que se matava no banheiro de um aviao e colocou meu namorado como figurante de um dos passageiros do voo.
Ufa...

Mas eu pergunto: com esse meu dom para o sensacionalismo, o que e que to fazendo aqui que a Contigo! ainda nao me chamou?

2. Os Normais

E contando a aventura da Blue Space para minha tia, ouço a seguinte declaraçao:
- Mas eu nunca te contei da vez em que eu fui a uma boate gay com seu tio?

Pois foi. Ela leu num jornal que um lugar X era super animado e tocava classicos dos anos 70. Com um pe no saudosismo, nao teve duvidas: quero conhecer!
E la se foram numa noite de sabado, ela, meu tio e uma amiga para a tal boate.
Estavam na fila, visual anos 70 e tudo, o segurança os chama:
- Os senhores, por favor, poderiam me acompanhar?
- A gente?
- Venham comigo, por favor.
- Tudo bem...

E minha tia animadissima: "Nossa, sera que nos somos os clientes numero mil, algo assim, e vamos entrar sem pagar? e ganhar brindes? e beber de graça?". Ja estava esperando os confetes caindo do teto e a campainha tocando "viva os clientes numero mil" quando o segurança pediu que entrassem na sala do gerente.
Uma sala imensa, com uma parede de vidro com vista para a pista de dança.
O gerente se aproximou.
- Sentem, por favor.
Sentaram.
- Desculpem perguntar... Mas estou curioso: por que voces vieram aqui?
- Ah, eu li no jornal que aqui toca musica anos 70!
- E a gente adora disco music!
- Muito bonito, aqui, sabia?
- Parece ser muito animado!

E o gerente sem saber como dizer:
- Mas voces nao notaram nada estranho?
- Nos? Nada. Por que?
- Por acaso a gente e velho demais pra sair pra dançar, eh isso que o senhor esta querendo dizer? Pois saiba que esse tipo de ideia...
- Voces nao perceberam que aqui eh uma casa gay?
- ...
- ...
- Eh?
- Sim! Voces nao repararam no publico na fila?
- Nao...
- Nem nas drag queens?!
- A gente pensou...
- Venham ver aqui da janela.

Meus tios se aproximaram da janela e viram o mesmo que eu ao entrar na Blue Space:
IT`S RAINNING MEN!

- Voces podem entrar, se quiserem, mas eu nao achei justo deixar voces pagarem a entrada para descobrir la dentro que era um lugar gay e se sentirem constrangidos. Mas agora, voces decidem.
- Ah, legal, a gente vai entrar sim. - respondeu minha tia.
- Por mim tudo bem, vamos la. - respondeu meu tio.
E a amiga deles com os olhos arregalados.
- Eu nao entro la nao...
- Bobagem, menina, vamos.
- Eu? Nao mesmo! Voces ao menos sao um casal, mas eu vou fazer o que la dentro? Nao mesmo, vamos embora.
Foram.

Mas eu pergunto: com esse tipo de historia, o que eh que a gente ta fazendo aqui que a MTV ainda nao nos chamou para uma versao tupiniquim dos Osbournes?!