sexta-feira, maio 30, 2003

Eu sei que é bobinha e grudenta, mas eu gosto dessa música.
Ela me lembra de ti, mi.

"Você é assim
Um sonho pra mim
E quando eu não te vejo

Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito

Eu gosto de você
Eu gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor

Da gente cantar
Da gente dançar
E a gente não se cansa

De ser criança
Da gente brincar
Da nossa velha infância

Seus olhos meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só

Você é assim
Um sonho pra mim
Quero te encher de beijos

Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito

Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor "

quinta-feira, maio 29, 2003

El gran finale
ou
A quadrilha do sanduba

Bem, antes de dar início ao fim, eu gostaria que ficasse bem claro que, depois da festa bizarra, do taxista maluco e de uma festa com bebida liberada não dá para esperar que eu estivesse em meu juízo perfeito.
E não, eu não estava.
De modos que, comendo um sanduíche na padaria antes de voltar com os meninos para casa, eu tive a magnífica idéia:
- Ei, que tal se a gente der o calote?

Não, eu não sou uma contraventora mal intencionada escória da sociedade bandida malfeitora. Devo dizer que nunca, nunca mesmo, tive coragem de roubar nem mesmo um Sonho de Valsa das Americanas.
Sei lá por que, achei que era um desafio a ser superado naquela noite.
Cada um quebra as regras da sociedade como pode, né?
Rebeldia do mês: comer um sanduíche de pão com ovo e não pagar.
Bem, o namorado, que também não tem muito juízo, aceitou.
Levantamos, limpamos os farelos de pão da roupa e saímos.

Só que os outros dois ficaram lá dentro.

A cena: dois caloteiros do lado de fora acenando para dois clientes do lado de dentro.
E dois clientes do lado de dentro fazendo mímica para dizer que ainda estavam esperando os respectivos sanduíches.

Enfim, eu e o lindão ficamos esperando do outro lado da calçada e, uns dez minutos depois, lá vêm os meninos.
- Pronto, vamos embora.
Começamos a subir a rua na maior tranquilidade... Quando ouço atrás de mim um dos meninos dizendo:
- Ele tá vindo, ele tá vindo, ele tá vindo!
Olho pra trás e lá vem o garçom, a passos largos.
- Ele tá vindo, ele tá vindo, ele tá vindo! _continua a dizer o meu amigo, já nervoso, acelerando o passo.
E o garçom a chamar:
- Ei, grandão! Ei, é tu mesmo! Parado aí!

- Vamos correr!
- Não, é pior! Finge que não é com a gente...
- Ei, vocês! Ei, parem aí!
- Continuem... Mantenham a calma!

Tá, resumindo a perseguição, o garçom alcançou a gente uns vinte metros depois e cobrou os dez reau.
- Que coisa feia, meu povo! Saindo sem pagar!

Quer ver a situação ficar pior? Pois ficou.
Um dos meninos ainda inventou de argumentar:
- O senhor está completamente enganado! Claro que a gente pagou!
- Não pagou nada que eu vi vocês fugindo.
- Moço, o senhor acha que a gente ia passar essa humilhação por causa de dez reais?
- Dez e sessenta! Nem engana, grandão, que eu vi vocês saindo quando eu ia levar a conta. Tive que correr atrás. Que absurdo!
- Tá, eu vou pagar de novo então. Absurdo digo eu... Ter que pagar duas vezes... Quanto é?
- Dez e sessenta.
- Só tenho onze.
- ...
- O senhor tem troco?

E é como eu digo meu povo: vamos superar os limites da humilhação!!!!
Eu estou fazendo a minha parte.
E você?

:-)

terça-feira, maio 20, 2003

Beija eu, beija eu...

Chegamos à festa.
Enfim.
Tá, é um lugar... exótico... onde a gente entra pela boca de um dragão. Ou de uma serpente. Ou algo assim.
Mas o que importa é que lá chegando recebemos a melhor notícia que se pode esperar num momento como esse: A BEBIDA TÁ LIBERADA ATÉ AS TRÊS DA MADRUGADA!

Tá, é estranho encontrar uma situação dessas. Mas levando-se em consideração o conjunto da noite, pelo menos era um estranho bom.
Bebida liberada, música boa, gente bonita...
Sim, gente bonita! Porque, para quem não se lembra, a gente acabava de vir de uma festa com a maior concentração de gente feia da face da Terra!

Cerveja vem, cerveja vai, um dos meninos se solta para ir falar com uma menina que dançava toda animadinha perto da gente.

Só no ritmo. Pensa a cena: vai dançando, passinho pra direita, passinho pra esquerda, chegando perto da menina, vai chegando, dança um pouquinho, bebe um gole da cerveja, dá um sorriso e...

... e lá vem ele, companheiros, voltando no ritmo, passinho pra direita, passinho pra esquerda... e um sorriso amarelo no rosto.
- Ei, mas o que foi isso? A menina tava aqui dando o maior mole pra você! Por que não rolou?
- A menina é BANGUELA!!!!!!!!!!

E assim é a vida, amigos do Moshi Moshi.
E assim acaba a noite mais surreal da minha vida?
Claro que não!
Agora preparem-se para o Gran Finale!

segunda-feira, maio 12, 2003

...estávamos no táxi eu e os três meninos.

O motorista ia bem, ou seja, dobrava à direita quando tinha que dobrar à direita, avançava um pouquinho no sinal vermelho, xingava os garotões que passavam cantando os pneus dos carros importados do pai, xingava o motorista que tentava ultrapassá-lo... Enfim, tudo dentro do esperado.
Parecia uma corrida normal.
Contou que era do Nordeste, lá do Alagoas, terra boa.
Ah, vocês são do Ceará?
Somos, seu Osvaldo.
É uma terra muito boa também. Fortaleza, não é?
Fortaleza.
Muito boa, uma cidade muito bonita.
Até que a certa altura da conversa, ele mencionou que estava vindo lá do outro lado da cidade, de uma festinha na casa de um amigo dele, onde tinha tobado ubas cato ou cico cervezinha mais eu tô bem, eu tô bem e cês são de onde besmo? Paraíba?
Ceará, seu Osvaldo, Ceará.
Masesse grandão aqui não é de Pernambuco?
Sou não.
Ói que é. Eu sô da Alagoas. Eu sou. Moro aqui...
Seu Osvaldo, olha o sinal, seu Osvaldo!

Juro, de uma hora pra outra o seu Osvaldo passou de sóbrio a completamente embréagado.

Taba numa vestinha na casa do Moreira. A batroa que vai fica brava né, aniversário da batroa.
Aniversário dela, seu Osvaldo?
Vô comprá flô... mulé gosta de flô, né? Cê gosta de flô, minha fia?
Eu gosto.
É do Ceará, né?
Sou, seu Osvaldo.
Fala aqui com ela.

E ele me passa o celular!

Com ela quem, seu Osvaldo?!
Ca batroa.
Mas qual é o nome dela?
Doutora Neide. Aniversário da doutora Neide.
- Alô? Alô?
- Alô?
- Alô?
- Quem fala?!
- É a Neide.
- Oi, dona Neide. Eu sou a Amarílis. Tô aqui no táxi do seu marido.
- Ah, ele disse! Vocês são do Ceará, não é? Ele disse que vocês são tudo gente boa.
- É... Obrigada... Bem... E ele disse que é seu aniversário hoje, dona Neide, é isso mesmo?
- É, minha filha. Os anos passam... a gente vai ficando velho, né?
- Mas o importante é ter saúde, né, dona Neide?
- Isso é verdade, minha flor. Mas você sabe que meu pai andou doente agora...
- Mas não me diga, dona Neide...
- Pois foi, minha filha, ele tá com uns problemas no sistema digestivo...
- Não me diga, dona Neide...
-Aí a gente precisou internar ele, sabe, para fazer um tratamento...
- NÃO ME DIGA, dona Neide. NÃO me diga!
NÃOOOOO!!!!!!!!!

Mas, sim, eu ouvi várias histórias sobre a família da dona Neide durante um boooom tempo até ela falar assim:
- Agora deixa aí eu falar com o meu tesouro.
- Seu Osvaldo, a doutora Neide quer falar com o senhor.
- Oi, minha princesa! O que? Sim. Tá. _aí ele passa o telefone pro Ricardo_ Ela quer falar com você.
- Comigo?
- É. _e enquanto o Ricardo começa a conversar com ela a gente vai ouvindo a conversa do seu Osvaldo._ Porque o Collor de Mello que melhorou esse país. Aí era um homem bom, tiraram.
- Seu Osvaldo... não é assim.
- É assim sim, meu filho. Eu fui lá no meu interior, lá em Alagoas, você não acredita! Não tem pobre! Os pobres tudo de carro importado!
- Olha o sinal, seu Osvaldo!
- Tô dizendo! Todo mundo de mansão... todo mundo rico lá em Alagoas. Vocês são de Sergipe, não é?
- Do Ceará, seu Osvaldo, do Ceará... E a dona Neide também é de lá?
- Não, a doutora é daqui. O avô dela era senador. Riquíssimo. A gente tem um monte de juiz aqui na mão. Na mão, aqui.
- Seu Osvaldo, segura o volante!
- Tudinho aí, obedece a família dela.
- Seu Osvaldo, a doutora Neide quer falar com você.
- Diga, minha princesa. Pois é, tudo gente boa. Legal demais. Ah, tá, espera um pouco. _e vira pro Tiago_ Agora ela quer falar com você.
- Comigo? Alô? Oi, doutora Neide... Feliz aniversário! Pois é... Aham... sei... é assim mesmo... entendo, doutora Neide... aham... Eu sei. O seu tesouro... sei... tá bom, doutora Neide. Pode deixar, doutora Neide... Sim, doutora Neide... Assim que ele deixar a gente na Vila Madalena ele volta direto pra casa.
E o seu Osvaldo quase dá um pulo:
- Ô meu filho, assim não! Pra casa, não! Pra casa, não!

Enfim, entre trancos e barrancos, chegamos ao nosso destino. Quase não conseguimos descer do carro, que o seu Osvaldo queria combinar o churrasco com a gente no dia seguinte. Já tava avisando a doutora Neide:
- Vai a turma aí em casa, um churrasquinho. Do Ceará. Tudo gente boa. Vocês gostam de coração de frango, não gostam?
- Seu Osvaldo, a gente tem que ir.
- Calma aí, calma aí, só pegar o endereço.
- O senhor já disse, seu Osvaldo.
- Disse?
- Disse.
- Então tá tudo combinado?
- Tudo combinado!

Saímos correndo com a sensação de termos participado de uma pegadinha do Gugu.
Ou de uma performance de um artista de vanguarda sobre as relações de amizade e solidão nas grandes metrópoles chamada "Movido a álcool" ou algo desse tipo.

Mas a noite ainda estava por começar...
















sábado, maio 10, 2003

Na noite mais surreal da minha vida, eu passei em casa, troquei rapidamente de roupa e fui com o namorado para uma festa.
Sim, com o namorado.
Mas como isso é uma looonga história que inclui, entre outras coisas, um bigode e trechos da clássica canção "Cartaz", de Fagner, eu prefiro contá-la em uma próxima ocasião.

Bem, a festa.
Sabe quando você lê nos cantos sobre tal festa, que vai ter muita bebida, um som legal e, principalmente, muita gente bonita?
Pois é.
Agora imagiem "O" contrário.
Meu povo, era a maior concentração de gente feia da face da Terra.
Algo que deveria ser proibido por lei!

Passou a Barbie Travesti, o GI-Joe Bizarro, a Madonna Cover na pior fase 80´s e o tio Chico da Família Adams. Depois toda a Família Adams.
Sabem aquele parente deles que é uma bola de pelos ruiva?
Tava lá, deitado bêbado num sofá.
E outras figuras que eu me abstenho de descrever para não dar medo nas crianças.
Chacoalhando ao som do CD "O pior da disco music".
Tudo isso por apenas... QUINZE REAIS!!

- Você tem certeza que os meninos combinaram de encontrar a gente aqui?
- Tenho.
- Mas não é possível!
- Pelo jeito, eles entraram, viram a situação e foram embora.
- Caramba, mas custava eles terem ligado?
- E agora?
- Não sei.

Abraçados. Assustados. Sozinhos.
Quando de repente toca...
Cher!!
AAaaaaaaaaaaaahhhhhhhhh!!!!!!

- Ei, ei, venham logo! Por aqui!
- Ricardo! Onde você estava?
- Venham, não há tempo. Entrei só para chamar vocês!
- A gente tem que pagar.
- Rápido, rápido, eu espero vocês lá fora!!!!

E eu ainda encontrei forças para negociar com o cara do caixa para a gente pagar só a consumação.
- É que a gente chegou não faz nem meia-hora. - argumentei
Quando minha vontade era dizer que eu deveria era ser indenizada por trauma e danos morais!
Pra ver gente feia que eu me olho no espelho e ando de ônibus. Se eu saio de noite ou ligo a TV eu quero é glamour e beleza!

Ou em outras palavras: tira a Pitty Webo daí!!!!

Mas enfim, saímos correndo da boate e encontramos Tiago e Ricardo lá fora, também horrorizados com aquela visão.
- Vamos pegar um táxi e ir pra Vila Madalena! - alguém sugeriu.

Mas que taxista em sã consciência levaria a gente quilômetros e quilômetros e quilômetros por oito reais?
Bem... em sã consciência, nenhum.
Motivo pelo qual nesse dia encontramos o seu "Osvaldo" (nome fictício porque eu havia bebido umas cervejinhas já e não lembro o nome dele), que também havia bebido "umas quatro ou cinco cervejinhas" e nos conduziu

...na viagem de táxi mais estranha da minha vida...

segunda-feira, maio 05, 2003

Ok, ok, atendendo a dezenas de insistentes e-mails, comentários, telefonemas e até gente me perseguindo na rua para eu atualizar este blog, I´m back!

Não sem antes dizer que essas minhas mentirinhas sobre uma pseudo fama bloguística só me lembram uma amiga da Denise, que trabalha escolhendo figuro de um programa na Globo e...
bom, basta dizer que é amiga da Denise pra todo mundo saber que não pode ser uma criatura normal...

Aí essa amiga dela todo dia é buscada em casa por um furgão preto com o logotipo da Globo imenso na porta.
Ela e outros dez mil funcionários.
Mas os vizinhos precisam saber disso?
CLARO que não!

Basta o furgão buzinar (duas vezes, pra dar tempo dos vizinhos correrem pra janela) ela coloca seus óculos escuros e sai de casa com o passo apressado, a aba do casaco levantada, sem olhar para os lados, uma coisa assim Michael Jackson, sabe? Muuuito celebridade.
E o furgão sai em disparada.
Entre os vizinhos, é o maior frisson!

Tá, então vamos fingir que eu em meus delírios de fama e glamour fui perseguida na rua por um psicopata louco para que eu atualizasse o blog de modo a saber que sim, há gente mais louca que ele no mundo.

Ele correndo na rua, babando, manco de uma perna, segurando um saco grande e sujo e eu "oh meu deus - oh meu deus - oh meu deus"!
E ele:
- Ei, você! Você com a blusa branca com um coração vermelho na frente!
(tá, gente, eu não podia perder essa oportunidade de dizer pra vocês que comprei uma blusa linda de tricô com um coração enorme na frente, né?)
- Ei, você, pare aí!
- Oh meu deus - oh meu deus - oh meu deus!

Toc toc toc toc (o som de meus sapatos novos estilo boneca nos paralelepípedos _tá, parei de falar das minhas novas aquisições mas eu não posto nada há duas semanas, tive que descarregar minhas neuroses em compras!!!)

- Ei, mocinha. Parada!
Um beco! Oh meu deus!
- Há duas semanas você não posta. Você acha que isso vai ficar assim? Vai contando, vai contando...
- Eu não tenho nada para contar! Eu não tenho tempo! Eu tenho trabalhado muito!
- Sem essa, porra! Vai contando logo!
- Tá bom, tá bom... eu conto.

E foi assim que eu contei a ele:
A noite mais surreal de toda a minha vida...