quarta-feira, abril 23, 2003

Sei lá por que, o sistema de comentários não está aparecendo no meu computador.
Então quem quiser, já sabe: blogmoshimoshi@hotmail.com
:-)

quarta-feira, abril 16, 2003

What about Erikita?

1 - Ela estuda veterinária.
2 - Ela começou a estudar inglês mês passado
3 - Ela não gosta de crianças.
4 - Ela tem um humor só dela.
5 - Ela é minha irmã.

Estava Erikita no curso de inglês, prestes a ficar doida. Primeiro semestre. Só ela e a gurizada de 12 anos.
- The book is on the table. Repeat.
- The book is on the table.
- No, teibou, teibou. Repeat.
- Teibou, teibou.
- The book is on the table. Repeat.
- The book is on the table.

Uma universitária. Ligada ao movimento estudantil. Pesquisa acadêmica. Séria. Responsável. Ali, no meio dos fedelhos.
E os fedelhos pentelhando.
- Teacher, manda ele parar!
- Davi, stop!
- Teacher, can I go fazer xixi?
- Ok, go.
- Teacher, teacher!
- Ok, class, let´s practice conversation now, ok?

Erikita no meio do grupo de fedelhos.
- My name is Juju. What´s your name?
- Érika.
- No, "my name is Érika".
- ...
- Say, "my name is Érika".
- ...
- "my name is..."
- ...
- ...well...ok... I like banana. Do you like banana?
- No.
- No, you have to give a complete answer: "I do not like banana".
- ...
- Do you like banana?
- No.
- ...
- ...
- ok, what did you do yesterday?
- Necropsia.
- What?
- Cortei um cachorro morto.
- AAAHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!

Minha irmãzinha.
Um amor de menina.

sexta-feira, abril 11, 2003

As amigas que Deus me deu
ou
Maridator Tabajara

1.O problema
Reza uma antiga lenda mandarim (ou candanga _a origem se perdeu ao longo dos séculos) que estava a discípula a descer uma íngreme montanha (de elevador) quando encontrou a vizinha do topo da montanha: uma camponesa loira muito bem-sucedida no comércio de queijo de cabra e que tinha um filho adolescente que chamava muito a atenção ao jogar vôlei sem camisa nos campos floridos do Nepal.

- Olá, discípula. - disse a camponesa loira.
- Olá. - respondeu a discípula.
- Não nos vemos muito, não é? Você nunca aparece nas reuniões da aldeia, onde discutimos coisas interessantes como a decoração da festinha de Páscoa e problemas como o uso da vaga para charretes por pessoas estranhas à comunidade.
- Pois é...
- É uma pena, são sempre reuniões muito divertidas onde comemos bolo de milho, cantamos canções folclóricas e depois jogamos creme batido uns nos outros.
- Bem... parece... interessante.
- Você e seu marido deveriam comparecer à próxima.
- Bem... eu não sou casada.
A camponesa loira arregala os olhos!
- Você não casou?!
- Não...
- Mas é tão bonita! Por que não casou?
- Bem... Eu não sei... Acho que está difícil achar um bom lenhador hoje em dia...
- Tem razão... Então, pobre discípula, você vive sozinha naquela cabana de madeira?
- Não, eu tenho um gato.
- Um gato! _e a camponesa loira se enche de piedade _ôoo, querida discípula... Pois sempre que você se sentir sozinha, triste, deprimida, arrasada, desprezada, abandonada, solteirona... Em suma, a última das mulheres, saiba que você pode visitar minha cabana onde eu vivo (feliz e satisfeita) uma vida perfeitamente adequada aos padrões da sociedade. Com marido, filhos e cachorro. Gato não. Cachorro.
E ela mostra a foto de um poodle tosado e pintado de rosa.
- Bem... obrigada... então...
- E compareça à próxima reunião da aldeia. Estamos pensando em aproveitar a estação para jogar jacas maduras uns nos outros. Vai ser divertido!
- É... pode ser... obrigada de novo. _responde a discípula e segue seu caminho, refletindo sobre aquele novo aprendizado: se você tá perto dos 30 e não casou, você tem algum problema...

2. Mais problemas
Era uma vez, no tempo em que os animais falavam e as fadas ainda não eram sindicalizadas, um reino muito bonito, cravado no coração do que hoje conhecemos como Pomerânia. O rei tinha uma filha muito linda chamada Princesa.

Um belo dia, Princesa decidiu que, embora adorasse o palácio com seus amplos salões e jardins e embora o preço do aluguel andasse caro, mesmo para uma integrante da família real, ela precisava de um pouco de privacidade, um cantinho só dela, esse tipo de coisa.

Ao lado do Bosque das Borboletas, ela alugou uma choupana _mas uma choupana muito estilosa, diga-se de passagem.
- Vista pro lago, duas vagas pra carruagem (e uma opcional para abóboras), lareira e no banheiro... chuveiro elétrico! _disse o corretor.
Ela assinou o contrato na mesma hora.
Agora só faltava decorar.

Vocês já leram aquele conto que fala do grão de ervilha no colchão da princesa?
Pois é, a nossa Princesa também tinha a pele muito sensível e por isso, um dos componentes mais importantes da nova casa seria o colchão.

Então ela foi a uma feirinha medieval onde camponeses gordinhos e sorridentes fabricavam colchões ao som de "velho Mário tinha um sítio ia-ia-ô".
Após sentar e pular em vários modelos, Princesa finalmente escolheu um.

Era um colchão de casal, pois além de sensível ela era espaçosa.
E além de espaçosa ela recebia de vez em quando a visita de um tal de Lancelott, mas ninguém tem nada a ver com isso.

A camponesa (loira e muito bem-sucedida no comércio de colchões) exclamou:
- Oh, a Princesa finalmente encontrou seu Príncipe Encantado! Que maravilha, heim? Meus parabéns!
- Bem, eu...
- Esse é realmente um ótimo modelo, Princesa. Última linha. Tecnologia de ponta. Muito resistente. Densidade 400. Que mal pergunte, qual o peso do príncipe?
- Bem...
- Não é gordo, não, né? Claro que não! Sarado? Barriguinha de tanque?
- Bem...
- Pois saiba que ele pode pesar até 90kg que esse colchão não deforma. Densidade 400. Calculo agora _e puxando um lápis e um caderninho da sacola, perguntou_ qual o seu peso?
- Meu peso?
A camponesa ficou sorrindo, com sua cara gorducha, e Princesa indignada.
- Você está me perguntando meu peso?!
- E o do seu marido.
- Eu não tenho marido!

Os olhos da camponesa esbugalham. Fez-se silêncio na feira. A camponesa sussurra:
- Mas Princesa, esse é um colchão de casal...
- Mas eu não tenho marido!
- Mas Princesa, é um colchão de casal! O nome já diz: ca-sal.
- Mas eu moro sozinha e sou solteira. Leia meus lábios: sol-tei-ra.
Inconformada, a camponesa saca outro caderninho:
- Cada um com seus problemas... A senhora trabalha com Mastercard?

E a história se repetiu e se repetiu e se repetiu em muitas outras feiras.
- Lilás?
- Sim, eu quero esse sofá lilás.
- A senhora não prefere consultar o Príncipe Encantado sobre a cor?
- Eu não sou casada.

- Essa mesa redonda tá super na moda. Até o Rei Arthur tem uma. É só o Príncipe Encantado passar aqui pra discutir a forma de pagamento.
- Eu mesma vou pagar.
- Mas...
- Não, eu não sou casada.
- Ah...
- Sim, tenho 30 anos. Sim, moro sozinha. Sim, sou solteira. Sim, trabalho com Mastercard. Mais alguma pergunta?
- Foi praga da bruxa?

3. A solução
Passam mais alguns séculos e, numa bela tarde de abril, durante uma conversa multi-dimensional virtual, eu, a díscipula e a Princesa recebemos de Ximena (uma executiva do século XXI que, apesar de muito bem-sucedida no mercado de telefonia celular, também sofre com a pressão de tias, vizinhos e desconhecidos preocupados com seu estado civil) o seguinte e-mail:

"Queridas friends,

diante da demanda apresentada, sugiro levar ao conhecimento do Grupo
Tabajara a necessidade de criar o Super Maridator Tabajara! Nossos problemas
acabaram!

Um boneco (que não pode ser inflável, pq a gente tem que justificar o peso
do marido no colchão) mas assim um boneco bem parecido, com barbinha por
fazer, que vem num pacote que acompanha roupas elegantes para várias
ocasiões.

O Super Maridator Tabajara pode ser levado para reuniões
familiares e ser apresentado àquela sua tia que vive perguntando se vc vai
morrer solteira!

Ele possui sensores nos ouvidos e repete até 50 frases em
português, incluindo elogios para a sogra, agradinhos para sobrinhos e
planos para o futuro do casal!

O Super Maridator Tabajara também pode ser utilizado em casa, colocado no
sofá ao lado de uma garrafa de cerveja durante as transmissões de futebol,
para que sua vizinhança o veja pela varanda e pense que você leva uma vida
normal.

Mas não mande dinheiro agora!!! O Super Maridator Tabajara também vem com um
exclusivo Tapa-olho Cornator Tabajara, para que você possa fechar os
olhinhos do seu boneco amado quando levar para casa aquele pretê, evitando
crises de ciúmes!

Compre agora mesmo o seu Super Maridator Tabajara! É só mandar o dinheiro
pra minha conta que eu providencio!
Bjs

Ximena

PS: Aguarde nosso próximo lançamento: o Super Filhator Tabajara, nas versões
menino ou menina, para acabar com os comentários de que você está velha
demais pra ter filhos!"

Viva a avançada sociedade pós-moderna.

quinta-feira, abril 10, 2003

A serial-killer dos jardins
ou
Gérberas

Napoleão é japonês e vende flores próximo à minha casa. Margaridas, crisântemos, azaléas...
"Leve as orquídeas", ele diz, "estão lindas".
Estão.
E para o próprio bem delas, recuso.

As flores sempre morrem nas minhas mãos.

Murcham as folhas, caem as pétalas. Sobramos eu e a terra ressequida nesse B-612 particular. Nem jatobás, imagine. Nem os jatobás.

Explico: "não tenho jeito com plantas".
Mas por R$ 1,50, Napoleão consegue me vender um vaso pequeno de "suculenta". É uma plantinha de folhas gordas, enrubescidas nas pontas, exposta ao lado dos cactos. Pois até cactos, acreditem, eu já consegui matar.

Essa, segundo garante, dura uma eternidade. E ainda atrai dinheiro. Basta regar de dez em dez dias. Ou de quinze em quinze. "Ou melhor, simplesmente esqueça delas", aconselhou.

Resolvo adquirir a plantinha e, num impulso primaveril, trago também um vaso de gérberas para casa. Delicadas e vermelhas gérberas.

Como é irrestível gostar e querer possuir, mesmo quando se sabe que esse carinho e essa posse mais fazem mal que bem.

Com cuidado, acomodo as gérberas ao lado da cama. Delicadas e vermelhas gérberas, equilibrando-se sobre finas hastes que descem rumo a uma diminuta floresta de folhas escuras e terra úmida.

Napoleão disse que eu as regasse dia sim, dia não. Hoje, portanto, é dia de água.
Encho o pratinho sob o vaso e a terra, sôfrega, absorve tudo. Acaricio levemente a corola.
Agora, um pouco de sol, que faz bem. E eu as aproximo da janela.

A paisagem não é muito bonita, na verdade.
O céu está nublado e os edifícios ao redor espremem o horizonte.
Mesmo a luz, desdenhosa das leis da física, vem devagar entre as nuvens, clareando apenas o que lhe convém e esquecida totalmente de trazer consigo o calor.

Nesse mundo tão cinza, em um quarto escondido e sujo, pulsa com toda força um vaso de gérberas vermelhas ao qual me dedico.
Até quando?

Longe de casa, talvez, dentro de dois ou três dias, eu ouvirei um silêncio.

Não mais o palpitar rítmico de meu vaso de flor. Não mais o ruído suave da seiva correndo das folhas para o caule.
As raízes também estarão mudas.
E eu voltarei para casa e entrarei no quarto apenas para constatar que sim, elas morreram.

Tento antecipadamente escusar-me do fato.
É do conhecimento de todos que flores são efêmeras. Algumas não duram mais que poucas horas. Frágeis demais. Sensíveis demais. Ora é pouca água, ora água em demasia. Ora falta luz, ora há em excesso. Sobra isso. Carece daquilo. Verdade seja dita: umas frescas.

Mas e aquele jasmim? _perguntará parte de mim que não me deixa mentir em paz.
Um pé de jasmim-manga, um arbusto quase da minha altura, que comprei na praça Desembargador Moreira nos idos de 1999. A folhagem viçosa, o tronco firme, as florzinhas brancas que perfumavam toda a casa bastava a noite cair.

Pois até esse _um arbusto forte, quase da minha altura, que, com um pouco mais de sorte logo estaria mais alto que eu...
até esse eu consegui matar.
Toquei. Acariciei. Quis cuidar.
Sobrou um toco escuro e feito, encolhido no fundo do vaso, que o gato malhado escolheu como local favorito para fazer cocô.

A única coisa que posso alegar em minha defesa é que não foi falta de bem-querer.
Mas bem-me-quer e mal-me-quer talvez não sejam coisas assim tão diferentes.
Pelo menos não em minhas mãos.

Deveria tentar poupar-me, então, dessa companhia efêmera.
Afastar de mim as azaléas, as rosas, as camélias, as valentes bocas-de-leão, os recatados lírios, tulipas, cravos, hortênsias, acácias amarelas, frágeis amarílis, a trilha sonora das magnólias.

Mas no caminho para minha casa há um japonês chamado Napoleão, que vende flores.
"Leve as orquídeas", ele diz, "estão lindas".
Hesito.
Sei que, comigo, elas murcharão em breve.
"Leve-as..."
As flores estremecem levemente.
Lindas e pálidas.
E deixam um rastro de perfume no caminho para minha casa.

domingo, abril 06, 2003

Frio na barriga
ou simplesmente
Barriga
(uma história triste)


Showzinho de banda local obscura, aquela coisa "proposta" sabe?
E a Gleydiane lá _coisa de quem tem amigo músico.
Aliás a gente tem um monte de amigo músico.
Aliás, a gente também vai ter uma banda.
Só precisamos encontrar quem toque baixo, guitarra, teclados, bateria e cante... essas coisas assim mais práticas.

Nossa parte será ficar lá em cima do palco sendo bonitas e tendo atitude, tipo se jogando em cima do público.
Desde que haja público, é claro, pois uma amiga minha que tinha uma banda resolveu fazer isso num show não muito lotado e _poft_ se espatifou no chão.

Mas o importante é que ela teve atitude e atitude é tudo.

E como músicos sempre são muito atitude, eles estão incluídos na seleta categoria, já explicada neste blog, de "profissão-tesão".

Ops, retificando:
Desde que não toquem Djavan em barzinhos nem fiquem pulando de sunga em cima de um trio-elétrico nem façam parte de uma dupla estilo "Gian e Giovanni" nem recebam o disco de ouro no programa do Raul Gil e principalmente desde que NÃO sejam o Carlinhos Brown, músicos sempre são muito atitude.
Motivo pelo qual eles são muito profissão-tesão.
Motivo pelo qual lá estava a Gleydiane no showzinho.

Ele cantando coisas como "I´m sorry", "I need you", "I´m crying". Aquela cara de quem tá sofrendo, sabe?
E a Gleydiane emocionada, dançando, cantando, pedindo bis. A mais empolgada.

- E aí, Gleydis, como é que foi o show? - eu pergunto.

Ela dá uma risadinha e começa a contar:

- Cara, eu fui muito modelo. Blusa nova, minissaia, maquiagem nos trinques. De arrasar, sabe? Aí teve o show e tal. O guitarrista super miscelânia, mas tu sabe, eu de olho no Vocalista. Aí eu tava lá, dançando alucinadamente, ele chega me abraçando...

- O Vocalista?!

- O próprio. Aí ele chega e cochicha no meu ouvido: "posso te confessar uma coisa?".

- Caramba!!! E aí?! Conta! Conta!

- Tu imagina o meu frio na barriga! Eu disse: "tá, pode dizer".. e ele... não, Lílis, tu não vai acreditar...

- Conta, criatura!

- Ele vira pra mim e diz: "Gleydiane, mas pense que eu tava morrendo no palco de dor de barriga. Tô uma desinteria danada!"

- ...

- ...

- Gleydis...

- pois é, Lílis...

- a realidade é uma merda...

- literalmente.

quinta-feira, abril 03, 2003

Plagiando Sophia

versinho de minha amiga poeta, que veio à SP findi passado mas a gente nem pôde se encontrar.
pensando nisso... um versinho muito adequado:

# saudadoce.saudadocê #

quarta-feira, abril 02, 2003

Chegada num morenaço

Caminhando na feira e comprando bananas ao som de "La isla bonita", vejo-me diante da barraquinha do rapaz que vende CDs genéricos. Por que comprar por que não comprar?
- Moço, quanto é esse CD?
- Cinco reau.

Na capa, a foto da diva. "The best of Madonna".




A décima música:
"Take a brown"

Madonna _ essa sabe das coisas.