terça-feira, dezembro 31, 2002

31 de dezembro. Último dia do ano!
Réveillon! O que eu vou desejar para vocês?
O que eu vou pedir para minha vida?

Engraçado que até ontem isso não tinha a menor importância.
Não mesmo.
É que, para mim, Réveillon sempre foi uma coisa assim:
"a hora da mudança!"
"agora a coisa vai!"
"vamos que vamos, Brasil!"
Como se, após as doze badaladas, nossa vida calma e pacata pudesse virar de ponta cabeça.

Só que...
Minha vida já está virando de ponta cabeça há meses.
Mudei de Estado, mudei de trabalho, morei num hotel, mudei para um apartamento, estou trabalhando 10 horas por dia, dormindo no sofá-cama da sala, mal tenho tempo de ver meu namorado e meu ex anunciou que vai se casar.

Bem dizer eu me sinto naqueles brinquedos que giram e giram e giram nos parques de diversões _ o coração na boca, os cabelos no mundo, um milk shake de Amarílis gritando:
"Parem o mundo que eu quero descer!!!!!"

Aí vem o ano-novo com aquela teoria de "agora tudo vai mudar"?
Pra que?
Se as coisas mudarem de lugar mais uma vez eu estarei onde?
Dentro de um quadro do Picasso?




E eu gosto de mudanças. Sempre gostei. Do tipo que muda a ordem dos móveis no apartamento e muda o caminho pra casa e muda o corte de cabelo sem outro motivo que não a própria mudança.
E foram mudanças tão boas, tão maravilhosas que aconteceram este ano que eu nunca poderia reclamar. Não mesmo.

Mas chega um momento em que tudo o que se quer é um pouquinho de quietude...
É assistir a novela das oito, dormir até o meio dia, ler diários antigos...
Caminhar sem pressa...
Assim fala a mais nova septuagenária do mundo dos blogs, né?
Hahaahh!!!!

Ai, ai... a idade...

Mas é sério. Eu só queria um pouquinho mais de estabilidade em 2003.
Um pouco mais de tranquilidade.
Um pouco mais de paz.
E quando eu vi, isso já era um pedido de ano-novo.
Como se, após as doze badaladas, minha vida louca vida de ponta cabeça pudesse ficar mais calma e pacata.

O pior é que eu sei que, se minha vida realmente ficar mais calma, daqui a dois meses eu estarei aqui reclamando: mas cadê a emoção? cadê o desafio? meu Deus, que téeeedio!!!!!!
Em resumo: o ser humano este eterno insatisfeito.
:)

Então eu vou aproveitar para pedir equilíbrio.

Equilíbrio entre o trabalho e a diversão.
Entre o cansaço e o descanso.
Momentos para ficar só.
Momentos para ficar junto.
Dias de sol.
Dias de chuva.
Um pouco de sal.
Um pouco de açúcar.
Som e silêncio.
Chegadas e partidas.

Um pouco de tudo em 2003.
Para mim e para vocês.

segunda-feira, dezembro 30, 2002

F.r.i.e.n.d.s

Diz uma amiga minha que a nossa vida é, na verdade, um seriado.
A teoria é boa e ajuda a explicar muita coisa. Por exemplo, sabe aqueles momentos em que a gente se pergunta: por que, meu Deus? Por que? Por que essas marmotas acontecem comigo?
Eu só quero saber: por que????
É simples: para dar audiência.

Sábado, tenho certeza, foi um dos capítulos mais assistidos.
Graças a Deus, não por minha causa!
Enquanto eu estava feliz e tranquila comprando frutas na feira ao lado da minha casa, minha amiga protagonizava o capítulo:

A loira do banheiro

Sábado de sol e amiga Márcia trabalhando.
Para piorar, estava naqueles dias.
E para piorar, pois o Roteirista não brinca em serviço, a responsável pelo figurino daquele episódio escolheu para Márcia uma calça beje.
Calça beje... naqueles dias... deu para imaginar o desastre, né?

A cara da Márcia no banheiro.
Na posição do Pensador.
Prestes a dizer:
"Puta que pariu..."

Mas não disse, pois nesse horário tem criança assistindo e, como boa protagonista que é, ela resolve dar o exemplo da higiene e dos bons costumes.
Aí você liga a televisão e o que vê?
Amiga Márcia só de calcinha no banheiro da firma, lavando a calça com sabonete líquido aflita e só pensando numa coisa:
"ai meu Deus, ai meu Deus, tomara que a lésbica do RH não entre no banheiro agora!"
E só de pensar na fulana entrando e dizendo:
- E aí, gracinha, você vem sempre por aqui?
Chega sentia um frio na espinha e lavava mais e mais depressa.

Pausa para os comerciais.




Plim-plim.

Lá está amiga Márcia, com a calça molhada, na porta do banheiro, chamando baixinho por um amigo que, pelamordedeus, possa lhe emprestar um casaco:
- Chandler, ei... Chandler... Chandler...
E o Chandler lá, só jogando paciência no computador.
- Chandler... Chandler... olha pra cá!
Aí quem passa e olha?
Óbvio: o chefe.
- Ei, Márcia, o que é que você está fazendo aí?
- Eu?
- Tá se escondendo no banheiro?
- Pois é... hehehe... pois é...

Aí você se pergunta:
Por que, meu Deus? Por que?
Eu só quero saber POR QUE?!????
Mas o roteirista tem razões que a própria razão desconhece...

sexta-feira, dezembro 27, 2002

Parabéns!!!!!!!!

Hoje é o aniversário da minha irmã mais nova, a coisinha mais amada do meu coração, menina mais fofa, minha caçulinha que está completando...
- Mãe, e quantos anos a Cássia vai fazer amanhã, mesmo? 13? 14?
- 14? Ela vai fazer 16 anos.

Dezesseis!!!!!!!!!!!!
E ainda colocou um piercing no umbigo?!
Alguém traga minha bengala... estou ficando velha...

Cássinha, feliz aniversário!
Eu amo você!




terça-feira, dezembro 24, 2002

FELIZ NATAL!!!!


domingo, dezembro 22, 2002

Ei, quanto tempo!
Como vai você? E a família?
Ah, mas que descortesia a minha, nem te convidei para entrar. Entre, entre, deixa eu te mostrar a minha casa nova. Seja bem vindo à...

Chácara do Caralho

Tudo poderia ser resumido à seguinte frase: "depois de três meses de luxo e glamour no Amarílis Plaza Residence, usufruindo do bom e do melhor, nossa cinderela às avessas é obrigada a passar dias e dias fazendo faxina, lavando roupa e quebrando as unhas". Mas como eu sou uma prolixa assumida, prepara-te para uma peça de sete atos. Apagam-se as luzes...

Primeiro ato
- Amarílis, a gente vai ter que sair do hotel no fim do mês. Não é bom a gente ir procurar apartamento?
- Não sei...
- Por que?
- Ah... na verdade eu queria dividir apartamento com outra menina. Mulher é mais fácil, eu acho.
- Mas você vai dividir com quem? A Simone já divide com a amiga dela.
(Eu e a Si éramos as duas únicas meninas do treinamento. O resto tudo homem...)
- Pois é, Ricardo... não sei.
- Deixa de ser besta. Vem morar comigo e com o Emiliano.

Apresentação dos personagens:
Ricardo - nesta peça intimista e sutil, uma coisa assim Gerald Thomas, o personagem Ricardo está caracterizado pelo cabelo. Ele começa com o cabelo curto, tipo um rapaz normal. Aí resolve deixar o cabelo crescer até ficar no estilo Maria Betânia.
Então Amarílis sugere que ele corte o cabelo e pinte de loiro, para ficar parecido com o Afonso Nigro, do Dominó.
Ele aceita o conselho, mas logo depois, pinta o cabelo de azul.
A tinta não pega e ele fica com a cabeça verde.
Aí ele deixa o cabelo crescer de novo.
Semana passada, inventou de pintar o cabelo de extra-loiro.
Neste exato momento, é conhecido na redação como "aquele menino da cabeça vermelha".

Emiliano - para os que acompanham este blog, uma revelação bombástica: Emiliano na verdade é... Almeida.
Aquele que achava bigode moderno.
Que saiu louco andando de madrugada pelo minhocão.
Que gosta (de verdade) de Engenheiros do Hawai.
E que, naquela festa de teatro, no momento "o que você faria se o mundo acabasse agora?" respondeu:
"Eu daria um peido".

Esses, caros leitores, seriam meus companheiros de apartamento.
Junte a eles uma mulher moderna de 24 anos com seu indefectível pijama cor de rosa, cantando "I love the nightlife" pela casa e chorando nas cenas tristes da novela e pronto, está formado o elenco da Chácara do Caralho.

Segundo ato
Depois de percorrer quilômetros e quilômetros nesta selva de concreto em busca de um lugar seguro ao qual pudessem chamar de "nosso lar", Suquinho, Almeida e Rosinha encontraram um que lhes pareceu favorável:
- é perto do trabalho (a gente não tem dinheiro pra transporte)
- é perto do metrô (caso a gente tenha que usar algum meio de transporte, a gente não tem dinheiro pra pagar táxi)
- e o aluguel é barato (tá, pra quem não entendeu: a gente é pobre mesmo).

O melhor: Rosinha ganhou um banheiro só pra ela. Tem a banheira rosa, a pia rosa, o bidê rosa e o vaso rosa.
Cafona, mas ela ficou feliz.

O lado ruim era que o apartamento tinha carpete.
Não só um carpete mas um carpete horrível, imundo e com cheiro de peixe podre.
- Seu Pedro, a gente quer alugar o apartamento, mas a gente podia tirar o carpete?
- Pode.

Dias depois.
- Mas o Seu Pedro não disse que ia mandar tirar o carpete, Ricardo?
- Não, ele disse que a gente podia tirar o carpete.
- A gente?
- É.
- Caramba, como a gente vai fazer isso?
- Eu sei.
E neste momento descobrimos que Almeida possui, também, pós-graduação na arte de tirar carpetes.

Terceiro ato
- Ai...ui...
- Vai, puxa... puxa...
- Tá difícil...
- Só mais um pouquinho... eu sei que você consegue... isso, assim mesmo.
- Uhhpf... aiii... não dá.
- Vamos tentar desse lado, então. Segura.
- Aiii... hm... ui...
- Mais força...
- Ugh... tá saindo, tá saindo...
- Continua... tá quase acabando... ai...
- quase... quase... foi!
- Ufa!
- Caramba!
- A gente conseguiu.
- Enfim!
- Argh, você tá todo suado...
- Você também.
- Eu tô imunda. Nunca pensei que tirar carpete fosse algo tão difícil...

Quarto ato
Rosinha entra em cena. Na mão direita, uma vassoura. Na esquerda, uma pá... Ao lado, um balde, um pano de chão e um rodinho.
O palco está imundo: poeira, areia, restos de cola e, se duvidar, até o fóssil de um pterodáctilo estavam escondidos sob o famigerado carpete...
Começa a limpeza.
Sobe o som:
"Foi de Luanda que me trouxeram pra cá
Vim moer cana pra sinhô branco e sinhá..."


"Ensaboa mulata ensaboa
Ensaboa
Tô insabuano..."


"Lava roupa todo dia...
Que agonia..."


"Princesa...
A deusa da minha poesia
Ternura da minha alegria
Nos meus sonhos quero te ver"


Confesso: a essa altura do campeonato eu já estava tão ligada à personagem que seria capaz de dizer: Amado Batista, eu te amo.
E lá vou eu esfregando e cantando:

"Eu tive um amor
Amor tão bonito
Daqueles que matam
Com sabor de saudade
Meu ex-amor
Tem coisas que a gente não esquece
Mas você não merece
Tanta dor"


É bonito demais... Eca, como é que esse chiclete veio parar aqui?

Quinto ato
- Eu odeio a Bibiana.
- Eu também.
No quarto de Suquinho, o adesivo denuncia o nome de sua antiga moradora: Bibiana.
Loira, ruiva, morena? Não sei.
A única coisa que sabemos é que Bibiana sofria de alguma compulsão doentia por chicletes. E era uma porca, que pregava os chicletes em todos cantos da casa.
No guarda-roupa: chiclete.
No armário da cozinha: chiclete.
No canto da porta... eca!
- Que foi?
- Chiclete...
Quer dizer, a gente espera _mesmo_ que aquilo seja chiclete.

Sexto ato
- Almeida!
- Quê?
- Almeida, o que a sua blusa está fazendo no meu banheiro? E esse xampu?
- Ah, guria...
- Tá, eu conto... - diz Suquinho - a gente está tomando banho no teu banheiro.
- Mas por que? Vocês não tem o banheiro de vocês?
- Ah, mas é que no teu tem chuveiro. No nosso é só o cano...
- Sei...
- Ah, deixa, vai...
- Deixa...
- Tá bom, mas com uma condição: eu não quero saber de pêlos no meu sabonete, ouviram?

Sétimo ato
Na sala, um sofá verde, uma poltrona vermelha e cortinas azuis.
A gente gosta de vista _a janela é enorme.
A gente gosta de ver televisão juntos.
Quer dizer, às vezes o Almeida quer ver o acústico dos Engenheiros na MTV, o Ricardo quer ver o canal de compras e eu quero ver a novela... Mas a gente gosta de ficar junto.

No quarto de Rosinha, um colchonete, um edredon fofíssimo cheio de flores e dezenas de enfeitinhos de Natal pregados nas paredes. "Pra gente entrar no clima de fim de ano", ela diz.

No quarto do Almeida (o único que tem móveis de verdade), dezenas de livros e centenas de CDs. Além de um pôster da Luana Piovani semi-nua. Óbvio.

No quarto do Suquinho, um colchonete, uma coleção de revistas, a mala com roupas e... eca!
"Eu odeio a Bibiana!!!"

Na cozinha, um mini mini mini microondas que não se acerta com a tomada, a mesa metálica, a cadeira e a praticamente vazia dona geladeira, sobre a qual reina um autêntico pinguim de louça.
Um relógio cheio de nove horas, um balde de roupa suja e, pregada ao lado da porta, uma plaquinha verde na qual se lê o lema de nosso lar:
"Deus abençoe esta bagunça".

Sejam bem-vindos.

sexta-feira, dezembro 20, 2002

"Ílis,

Nem sei se esse seu e-mail ainda funciona, mas não pude deixar de te mandar o endereço do seu primeiro produto licensiado! E que produto. Ao invés de começar por baixo (que nem a Gisele, que começou com as sandálias de plástico), você me vem logo com um prédio inteiro. É o padrão Amarílis de qualidade.

Beijos e não deixa de visitar!

Vitor"


Agora vejam só os inquilinos que eu arranjei!



quinta-feira, dezembro 19, 2002

receita do dia





terça-feira, dezembro 10, 2002

(escrito ontem mas só publicado hoje porque o bendito blogger... o bendito blogger... o bendito blogger...)

Tenho zilhares de coisas para contar!!!!!!!! Zilhares!!!!
Só os títulos:
- Da vez em que o Amarante do Los Hermanos assistiu um show ao meu lado
- De como o Almeida atravessou o Minhocão a pé de madrugada
- Lar Doce Lar: a chácara do caralho
- Singing in the rain with the Doces Bárbaros
- Ligeiramente grávida
(tá, antes que meu pai tenha um ataque nervoso lendo este blog, quero apenas esclarecer que este último item se refere às blusas que eu comprei de promoção na C&A as quais _descobri depois_ pertencem à coleção "Futura Mamãe". Óbvio que morri de rir lembrando da Larissinha. E óbvio também que depois dessa eu hei de fazer um regime mesmo...)

Mas como eu tenho que ir logo pra casa só vou contar uma história. Foi o seguinte:
Hoje de manhã, quando eu estava vindo para o jornal, um senhor entrou no elevador. Olhou pra mim e, sorrindo, disse assim:
- E por que você está com essa alegria toda?

Fiquei surpresa, afinal, eu nem estava dançando no elevador ou algo assim.
Tá, às vezes eu dou os meus passinhos de bolero ali, até porque o repertório musical do hotel é o que há de melhor, como aquela versão intrumental de "quem dera ser um peixe".
E ainda tem umas luzes e um espelho enorme no elevador que nos estimulam a um momento "Broadway".
Só que não era o caso desta manhã.
Eu estava normal e, para falar a verdade, até com cara de sono.
Mas respondi assim:

- E por que eu não deveria estar alegre?
- Eu não sei... Não sei o que vai acontecer no seu dia hoje...
- Eu acho que vai ser um dia bom.
- E eu tenho certeza. - ele disse, e se despediu com um sorriso.

Fiquei intrigada, mas com uma sensação boa.
Cheguei leve ao meu primeiro dia de emprego. Pois é isso mesmo: estou empregada! Um motivo mais do que suficiente para já estar feliz. Imagine então minha surpresa então quando minha editora vira pra mim e diz assim:
- Você quer viajar pra Gramado amanhã, para cobrir o desfile de Natal?
Se eu quero? Bem dizer quase que eu coloquei a mão na barriga e fiz:
- Ho ho ho!!!!!!!

Mas não, eu não respondi "ho ho ho" porque ia ser muuuito ridículo e faria minha editora reconsiderar seriamente a proposta. Mas fiquei com aquela cara de jingle bells o resto do dia.
jingle all the way

E, especialmente para a Marina, eu queria dizer que também vou tirar fotos!
Agora tenho que ir embora correndo, ajeitar a minha mala e cuidar de outras coisas.
Tomara que eu encontre novamente aquele senhor. Pra dizer:
- Sabia que o senhor adivinhou? Eu realmente tive um dia muito bom!
E ele vai por a mão na barriga e responder assim:
- Ho ho ho!!!!!!!

Feliz Natal antecipado a todos!
(calma, eu volto na quinta, mas sei lá, já estou no clima de Gramado...)
Até a volta!

terça-feira, dezembro 03, 2002

A noite de ontem
(em várias versões)

Versão família
- Pois é, mamãe... o treinamento acabou ontem...
- Ô, meu bem, como é que você está?
- Ah, tô triste, né? Vou sentir tanta saudade de todo mundo... Aí o pessoal foi ontem lá pro meu quarto, a gente fez tipo uma despedida pro Horácio...
- Aquele todo sério e comportado? Ele já voltou para a França?
- Já. Aí o pessoal foi lá, a gente ficou conversando... o Almeida levou uns CDs... só isso. Ai, o tempo passa tão rápido, não é, mãe?
- É, mas fique tranqüila, que outras coisas boas estão vindo.
- A senhora acha?
- Eu tenho certeza.
- Eu amo você, mãe.
- Eu também te amo.

Versão bêbados
Entre algumas garrafas de vinho e outras de cerveja, todo mundo sentado no chão, a garrafa gira loucamente, aponta para a vítima. Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade? Juro.
- Você já ficou com QUEM?????
- Você limpou com O QUÊ????
- Caramba!!!!!!!
- Pu-ta-que-pa-riu!
- Não, essa eu não posso responder...
- Tem que responder.
- Não posso!
- Então tira a roupa.
- O que você achou da gente no primeiro dia?
- Eca!!!!
- Qual o lugar mais estranho em que você...
- É verdade...
- Não acredito, Horácio.
- É verdade...
- Horácio, você já foi... PRESO?!

Versão Horácio
Nego veementemente qualquer referência ao meu nome neste blog.

Versão meninos
- Essas meninas são muito fracas, olha só! Na terceira garrafa já estão capotadas. Ílis, acorda, vai pra cama...
- Heim?
- Levanta, vai ficar aí dormindo no chão?
- No chão? Olha: o chão. O chão... chão...
- Bêba é dose...

Versão decadência
O telefone toca. Era engano.
Ai, minha cabeça. Nunca mais eu bebo vinho.
Uma tonelada de pedra em cima da cabeça. Olho o relógio: dez e quinze.
Saco, perdi o café da manhã...
Ressaaaaca... Ai ressaca...
A boca seca.
Preciso levantar pra beber água... um dia.
Quando eu tiver condições de me levantar desta cama, um dia, eu beberei água.
Ao redor da cama, garrafas, jornais, copos, pacotes de salgadinho e bitucas de cigarro. E um copo quebrado.
No meu travesseiro, uma mancha de vinho.
- Bom dia, Ílis.
E assim, eu descubro que tem mais alguém na minha cama.

Versão mulherzinha
Quanta malícia! Era só a Sissi, que, por ser uma moça muito responsável, não ia voltar pra casa dirigindo depois de beber um ou dois copos de vinho.
- E aí, fofa, você dormiu bem?
- Dormi sim, obrigada. E você?
- Eu também. Só estou com um pouquinho de dor de cabeça.
- É, a gente bebeu um pouco além da conta, não foi?
- Um pouco...

Versão vizinho
Por favor, será que eu poderia me mudar para outro quarto hoje à noite?

Versão faxineira
E na próxima vez que essa menina inventar de fazer uma festa no quarto dela eu me demito! Está ouvindo? Eu me demito!!!!
E domingo eu aproveitei para colocar as fofocas em dia com o pessoal e saber os babados das plagas alencarinas. O que rende histórias ótimas pois já dizia o filósofo de Muxuré que o mundo é gay e Fortaleza é capital.
Comprovando a teoria...

Trrriiiiiiimm!!!!!

Diálogo número 1:
Eu: Mas e aí, menina? Conta! Como foi?
: Ílis, a festa foi muito legal. Tava lotada, a banda era ótima!!!! E você não vai acreditar...
Eu: No quê?
: Tinha até heteros!!!!!
Eu: Jura?!
: Não é incrível?!!!!

Diálogo número 2:
Eu: Aí vocês se conheceram. E que tal?
: Ah, ele é ótimo. Muito gente boa, inteligente, divertido, bonito...
Eu: E aí, não rola?
: Não... ele é gay.
Eu: Ai, que pena... sempre a mesma coisa. Quando é bom demais pra ser verdade... é gay.
: Mas sabe de uma coisa?
Eu: O quê?
: Ele falou pra Naiara que me achou super simpática, interessante e... que gostaria de ter um filho comigo.
Eu: ???????
: Alô? Ílis?
Eu: Ká...
: O quê?
Eu: Ká...
: O quê foi?
Eu: Ká, você está pensando em ter um filho com um gay?!
: ah... estou.

Diálogo número 3:
Eu: Mas e aí, você ligou?
: Não... Depois de tudo que eu fiz por ele... Telefonei... escrevi... Acho que eu entendi o recado...
Eu: Sei... é foda, né? Mas você... ainda gosta dele?
: Ah, um pouco... Mas depois de tudo, sabe? Nem sei. Porque chega uma hora em que você tem que ter auto-estima.
Eu: Concordo.
: Não posso ficar correndo atrás.
Eu: É isso mesmo, e quer saber de uma coisa? Se ele não quer ficar com você, azar o dele!
: Ah, Ilis...
Eu: Mas eu acho isso mesmo. Pô, você é super legal, alto-astral, inteligente... Se ele não quer, azar o dele. Logo logo você vai encontrar alguém que te dê o devido valor.
: Você acha mesmo?
Eu: Eu tenho certeza, Geraldo. Eu tenho certeza.
Clap! Clap! Clap!!!
Genial!!!!!!
Clica aí:




E eu gostaria de dizer que este post vai especialmente para Mel, Candinha, Caboca e Márcia, as melhores colegas de performance nas festas da vida!
Ah, e destaque para a estrelinha número seis: muuuuito legal!

segunda-feira, dezembro 02, 2002

Descaradamente roubado do blog do Gábis, o link de uma animação muito legal:







domingo, dezembro 01, 2002




Tarô

No viaduto do Chá, você pode tentar descobrir a sua sorte.
Tem um cara que joga búzios, tem ciganas que pedem para ler a sua mão e uma mulher que joga tarô.
Um dia (não sei se ontem, não sei se sexta) o vento soprou e levou uma de suas cartas embora.
Hoje, caminhando distraída sob o viaduto do Chá, uma coisa na grama chamou minha atenção.
Era a carta.

Eu a recolhi, limpei e descobri que trazia a figura de um Rei.
Fiquei olhando, sem a menor idéia do que aquilo poderia significar.
Coisa boa? Coisa ruim?
Continuidade, começo ou fim?
Guardei a carta na bolsa, decidida a, assim que chegasse ao jornal, procurar um site relativamente didático onde cada arcano estivesse devidamente explicado e o Rei, magnânimo, apontasse o dedo para mim e dissesse assim:
- Faça isso, faça aquilo.
Pondo fim a todas minhas dúvidas e confusões.

Sentada diante do computador, tirei minha carta da bolsa e a mostrei aos meninos.
- Vejam só o que eu encontrei na rua: uma carta de tarô! Tão simbólico, não é? Agora eu só tenho que descobrir o que significa o Rei.
Aí o Almeida olhou e disse assim:
- Mas isso não é uma carta de tarô.
- Não?
- Não.
- Mas ela tem um desenho...
- É uma carta de baralho espanhol, que serve para jogar escova. É um rei de paus comum.

E eu fiquei olhando para a minha carta, para o meu Rei imóvel e mudo.
Regiamente surdo às minhas inquietações.
Soberanamente indecifrável.
Então abri a janela e o vento, materialização disso que chamamos sorte ou destino, o levou para longe de mim.

*